sábado, 30 de abril de 2011

Desporto Escolar: uma visão mais atenta do despacho próprio

Não é o fim do Desporto Escolar como se chegou a temer. Não morre, mas foi ferido com alguma gravidade.

É uma restruturação, com regras novas para serem aplicadas e outras para serem melhor cumpridas.

Mas não se deixem enganar: o objectivo é a poupança!

A. Começando pela carga horária disponível, 24 000 horas (assim de repente até parece muito) são (24 000:22) 1091 horários. Fala-se actualmente (não consigo confirmar) em 1500 horários, pelo que a redução (e isto olhando apenas ao lado bruto dos dados) é de 409 horários.

Pode parecer pouco, mas é bastante significativo. Os mais graduados nem sentirão a diferença, mas nós que estamos mais para baixo na lista sabemos bem que é mais do que suficiente para ficarmos sem colocação...

Estes 24 000 tempos são distribuídos, por critérios que desconheço, pelas DRE's.


B. Segundo o ponto 3, 

"Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, os projectos aprovados no âmbito doprograma de desporto escolar para 2009/2013 só poderão ter continuidade mediante apresentação de novo projecto para 2011/2013, tendo em conta as prioridades seguintes:
a) Modalidades que em 2010/2011 tiveram presença em quadros competitivos
regionais, nacionais ou internacionais;
b) Modalidades que tenham protocolos e/ou acordos com entidades desportivas
federativas, municipais ou locais;
c) Modalidades, que não se enquadrem nos números anteriores, mas cujas instalações
desportivas existentes na escola tenham sido objecto de requalificação ou construção
nos últimos 5 anos;
d) Outras situações."

Para os melhores, para os que têm acordos com entidades desportivas, para os que não estão enquadrados nestas situações por só há pouco tempo terem condições para a pratica de determinadas modalidades (interpretam como eu?) e depois as restantes situações.

Os novos projectos serão também analisados à luz destes critérios.

C. Um grande corte nas actividades não competitivas: passam para a actividade interna. Estão em risco...

D. Quanto à carga horária,

"a) Um crédito de três tempos lectivos, por grupo equipa, para as modalidades referidas nas alíneas a) a c) do n.º 3;
b) Um crédito de dois tempos lectivos, por grupo equipa, para as modalidades referidas na alínea d) do n.º 3;
c) Um crédito de três tempos lectivos, por grupo equipa que apenas integre alunos com necessidades educativas especiais."

Passamos de 4 para 3 ou mesmo para 2 quando são modalidades referidas na alínea d) do n.º 3 (outras sitiações). Quantas para treino e quantas para os jogos? Não sei.

Serão 2 tempos para treino e 1 para as competições? É pouco para treinos se assim for. E as deslocações com as equipas levam-nos muito tempo e muitas vezes são ao sábado. No ano passado gastei mais do que a soma de todas as horas para a competição de todo o tempo que trabalhei naquela escola. Mas reconheço que noutros anos nem sempre aconteceu.

Esta situação devia ser tida em conta para quem continuasse apurado para as fases seguintes de competição, nem que fosse contemplado com horas extra, visto que são estes que gastam mais tempo com as saídas para competições.

E. 18 alunos inscritos, no mínimo, num grupo/equipa, com excepção dos desportos náuticos e dos que envolvem apenas alunos com necessidades educativas especiais, onde podem ter só 8 alunos.

Há escolas mais pequenas e outras com menos tradição em determinados desportos onde vai ser difícil conseguirem estes mínimos.

Mais complicado é conseguirem 12 alunos por treino. E é um requisito obrigatório.

As escolas não têm a tradição de dar atenção à distribuição dos tempos do Desporto Escolar. Quantas vezes nem aparecem no horário de trabalho?

Para termos 12 alunos num treino é preciso que hajam tempos distribuídos pelos horários da escola onse seja possível ter várias turmas sem outra actividade. Não podem ser as "horas de almoço" (se não se marca a educação Física logo a seguir ao almoço...) nem interessam muito os últimos tempos ou os primeiros da manhã, a adesão é fraca.

Há disciplinas que, pela sua necessidade de espaços específicos, devem ser as primeiras a ver o seu horário distribuído. Falo da Educação Física, claro, mas também de Ciências (laboratórios), de disciplinas artísticas e outras. Com a Educação Física tal dificilmente acontece. Com as outras não sei, estou informado...

Um relatório por período sobre as presenças, competições, e outros aspectos já se faz. A novidade poderá ser a entrega deste ao Director de Turma para ser divulgado aos pais. Concordo. Os pais têm direito de saber e assim poderão levar mais a sério a participação dos seus filhos nas equipas.

F. Agora os prazos, apertados: As escolas têm 15 de Maio para apresentar novos projectos ou a reformulação dos existentes`; Depois DRE's, DGIDC, Governo e de volta às Escolas até 15 de Junho.

É pouco tempo para nós, 15 de Maio está já aí. Criar alianças com entidades desportivas neste tempo é (quase) impossível. Reformular ou criar novos projectos não é "do pé para a mão"... 



Há mais no despacho. Se quiserem consultá-lo na íntegra podem fazê-lo aqui. E há mais para dizer: façam-no nos comentários ou mandem-me um e-mail, sou "todo ouvidos" (ou "todo olhos").

Boa sorte para o Desporto Escolar. Já teve melhores dias... Como disse acima, não morreu, mas foi ferido com alguma gravidade...


Abraço!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Contagem do tempo de serviço

Em velhos tempos quem trabalhasse até 31 de Agosto e depois fosse colocado antes de 31 de Dezembro beneficiava da contagem do tempo de serviço entre o término do contrato anterior e o início do seguinte.

Pois esses tempos ficaram para trás. Agora (creio que no ano passado tal já aconteceu, mas não afirmo) o tempo de serviço que se regista é o que se efectivamente trabalha. Se entrarem, por exemplo, a 21 de Setembro conta a partir daí e termina no fim do contrato.

A DGRHE publicitou a Circular n.º B11069994M, de 27.abr.2011 (podem aceder também através do ad duo) onde tal é esclarecido.

Abraço!

Avaliação dos professores continua como está

Continua esta ADD, continua o nosso desagrado.

O governo esfrega as mãos de contente, a opinião pública exclama "é "bem feitos", querem boa vida? Trabalhem mas é...". E quem se trama é a Educação (para não ser sempre o mexilhão).

O Educare.pt tem esta notícia que é um bom aglomerado dos "recortes" que fiz na mensagem abaixo:
"Tribunal Constitucional garante que a suspensão da avaliação dos professores é inconstitucional. Reações divergem: FNE continua a defender outro sistema, Conselho de Escolas ficou satisfeito. PS fala em vitória, PSD promete modelo menos burocrático se ganhar as eleições.

A avaliação da classe docente traçada pelo Ministério da Educação vai continuar. A 25 de março, a revogação desse sistema de avaliação tinha sido aprovada na Assembleia da República pela oposição parlamentar, com os votos favoráveis do PSD, PCP, BE, PEV e CDS-PP e contra da bancada do PS e do social-democrata Pacheco Pereira. O Presidente da República decidiu, pouco depois, remeter o assunto para o Tribunal Constitucional (TC), que acaba de anunciar a sua decisão: a revogação violava o princípio da "separação e interdependência dos poderes". A ministra da Educação, Isabel Alçada, fala em "vitória do sistema educativo" e diz que o chumbo da instância judicial vem "travar aquilo que seria um erro e um prejuízo para a qualidade da educação".

As reações ao chumbo do TC divergem e as posições sindicais e políticas voltam ao de cima. A Federação Nacional da Educação (FNE) respeita a decisão do TC, mas não desarma da defesa de um novo modelo de avaliação. João Dias da Silva, secretário-geral da FNE, gostava que a "sentença" tivesse sido diferente e lembra que o próximo Governo não pode ignorar a decisão que foi tomada na Assembleia da República em relação a essa matéria. "Teremos um novo Governo que necessariamente vai ter que ter como prioridade a definição de um novo modelo", refere, em declarações à Lusa. Na sua opinião, é necessário encontrar "mecanismos de proteção relativamente às injustiças que este modelo pode ter introduzido e que precisam de ser salvaguardadas em legislação futura".

O Conselho das Escolas (CE) não tem a mesma opinião e está satisfeito com a decisão do TC. O presidente do CE, Manuel Esperança, recorda, aliás, que o processo de avaliação nunca parou nas escolas. "Acho bem (a inconstitucionalidade), que é para ver se há possibilidade de chegarmos ao final do ano e avaliarmos o modelo de avaliação e depois separarmos o trigo do joio", sustenta Manuel Esperança.

O PSD não desiste e insistirá na revogação da atual avaliação. Esta é a promessa deixada pelo deputado social-democrata, Pedro Duarte, que, em conferência de imprensa, garantiu que o processo parará se o seu partido ganhar as eleições de 5 de junho. E prometeu um novo sistema que acabará com a burocracia inútil e que clarificará o que é classificação e melhoria do desempenho. "O ideal seria suspender e revogar o atual modelo o mais rapidamente possível, por forma a que o mesmo não crie instabilidade neste final de ano letivo nas nossas escolas", disse.
"Má notícia para as escolas" O CDS-PP, por seu turno, admitiu que tinha algumas dúvidas precisamente no ponto que o TC evoca para justificar a sua posição, mas os valores que defende falaram mais alto na discórdia do sistema de avaliação em vigor. O partido recorda, a propósito, que chegou a apresentar um modelo de avaliação "mais simples e com menos carga burocrática". "Era uma questão de princípio, porque achávamos que o modelo de avaliação contrariava o que o CDS-PP defende para os docentes portugueses", justifica, à Lusa, o popular José Manuel Rodrigues.

O PCP discorda em absoluto com a decisão do TC. "A manutenção do atual modelo de avaliação nas escolas é penalizadora não apenas para os professores, mas também para os alunos devido à instabilidade criada nas escolas", sustenta Jorge Pires, membro da comissão política do PCP. O comunista não tem dúvidas de que o recente chumbo terá repercussões na qualidade do ensino. Para o partido não há meias medidas. Em seu entender, o modelo de avaliação devia "ser banido do sistema educativo o mais depressa possível".

Para o BE foi uma má notícia para as escolas. A deputada Ana Drago voltou a defender que o sistema educativo precisa de um modelo de avaliação que "permita conhecer as falhas das escolas, conhecer os contextos em que elas estão". Segundo a bloquista, os próximos governantes não podem esquecer a posição tomada a 25 de março. "Houve uma articulação entre diferentes partidos políticos a partir deste diagnóstico que vinha das escolas, ou seja, que este modelo de avaliação é muito pesado, é muito burocrático, não permite de facto melhorar as práticas que são seguidas nas escolas e que era preciso discutir um outro modelo", lembrou.

O PS, que se opôs determinantemente à suspensão do modelo de avaliação dos docentes, ficou naturalmente satisfeito com a decisão do TC e voltou a apontar o dedo ao "golpe de teatro" da Oposição. "Estamos perante uma vitória da democracia e das regras", afirma Ana Catarina Mendes, vice-presidente da bancada socialista. E deixou um aviso: "Não podemos fazer tudo de forma tão atabalhoada e tão atrapalhada, porque o que foi feito gerou uma enorme confusão nas escolas portuguesas e uma enorme ilusão aos professores portugueses".

Segundo a socialista, estiverem em causa dois planos: o jurídico e o político. Para Ana Catarina Mendes, a suspensão da avaliação significava uma ingerência nas competências do Governo. "Do ponto de vista político, o que aconteceu na Assembleia da República, no passado dia 25 de março, foi um golpe de teatro, passando por cima de todas as regras constitucionais, que iludiu os portugueses e, sobretudo, os professores", reforça.

O ministro dos Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão, também ficou agradado com a posição do TC. E explicou as razões. "A regularidade da vida das nossas escolas pode continuar - e essa é a melhor notícia para o país". A decisão da Oposição também entrou no seu discurso. "Tive a ocasião de dizer que essa iniciativa era um ato de falta de decência democrática, que vinha comprometer um trabalho difícil e de concertação aturado, envolvendo o Governo, as organizações representativas dos professores para estabilizar a vida nas nossas escolas. Mas, de um dia para o outro, entre 24 e 25 de março, assistimos na Assembleia da República a alterações sucessivas das tentativas de legislar em cima do joelho".

Até ao fecho desta peça, a Federação Nacional dos Professores (FENPROF) ainda não se tinha pronunciado sobre o assunto."



Abraço!

Não nos livramos desta ADD

Parece que veio para ficar, pelo menos até ao fim deste ano lectivo, ou melhor será dizer, até ao fim deste ciclo de avaliação (Outubro?).

Notícias não faltam. Uns alegres, outros que se justificam, outreos que mostram indiganação e não o permitiriam se fossem governo ("ora dá cá um votinho para eu ir para o poleiro")...

Certo, certo, mesmo certo, é que ninguém quis saber até hoje e assim vai continuar: pontapés na Educação! Quem vier vai trazer ideias novas, mas se forem como as antigas...

A justificação:

"O Tribunal Constitucional justificou hoje a declaração de inconstitucionalidade da revogação da avaliação de desempenho dos professores, aprovada pela oposição, com a «violação do princípio da separação e interdependência dos órgãos de soberania»."
Diário Digital


A alegria:
"A ministra da Educação aplaudiu a declaração de inconstitucionalidade da revogação da avaliação dos professores, pelo Tribunal Constitucional, que classificou de "uma vitória do sistema educativo" contra o que disse ser a "irresponsabilidade e oportunismo da oposição". "
JN


O "comigo não":
"PSD promete insistir na revogação do actual modelo de avaliação"
...
O PSD, "se merecer a confiança dos portugueses no próximo dia 5 de Junho para governar o nosso país, revogará o actual modelo de avaliação de professores que está em vigor e apresentará uma proposta de um novo modelo de avaliação", afirmou. [Pedro Duarte]"
JN

A "absoluta discordância":
"Para o dirigente comunista, «a manutenção do actual modelo de avaliação nas escolas é penalizadora não apenas para os professores», mas também para os alunos devido «à instabilidade criada nas escolas», o que, acrescentou, vai reflectir-se na «qualidade do ensino»."
TSF


Os que afinal tinham dúvidas:
"«Mesmo tendo votado a favor da revogação do decreto regulamentar, também tínhamos dúvidas dessa separação agora evocada pelo TC», disse. [José Rodrigues - CDS-PP]
TSF

Os que esperam "juízo" do próximo governo:

"Ouvido pela TSF, João dias da Silva, da FNE, disse que agora a esperança para a mudança do modelo de avaliação de professores passa pela eleição do novo Governo."
TSF


Os que esperam mais conflitos:

"Para o dirigente da Fenprof, «os conflitos que estão instalados entre professores nas escolas tenderão a agudizar-se»."
TSF



Para todos os gostos e feitios. E não estão cá todas as reacções...

Abraço!

Despacho do Desporto Escolar

Foi-me enviado este despacho do Desporto Escolar, o tal despacho próprio que estavamos à espera que saísse.

Não tive ainda oportunidade para me debruçar sobre ele com mais atenção, mas vem restringir muito a atribuição de tempos lectivos para os grupos/equipa.

Mais uma vez a intenção de poupar parece ter orientado este despacho...

Mais tarde voltarei a referir-me a ele. No entretanto aceito comentários sobre o mesmo...


Podem aceder ao Despacho aqui.



Abraço!

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Retrato de alguns dos nossos alunos

Eu sei que a nossa paciência está em baixo. Andamos 2 períodos a batalhar para transmitir conhecimentos e conseguir que os interiorizem e as perspectivas para o 3º não saõ as melhores.

Mas as situações sociais estão a modificar drasticamente, e os nossos alunos são espelho disso.

É claro que podem pensar, eu também o penso, que não podemos ser nós a resolver tudo: há instituições/organismos que têm mais competência e obrigação do que a Escola em resolver/atenuar estes casos.

Mas o que é certo é que somos nós a "levar com eles" e, no fundo, lá vamos ter que intervir ou majorar a nossa compreensão. O que não quer dizer que agora vamos permitir tudo por pena dos miúdos... Mas somos crescidinhos e conseguimos encontrar um equilíbrio saudável ao tratarmos destas situaçãoes, ou melhor, ao tratarmos das consequências destas situações.

Deixo-vos um extracto de uma notícia da RTP:

"Portugal tem a 8ª maior taxa de pobreza infantil da OCDE

Portugal apresenta uma taxa de pobreza infantil acima da média dos 34 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que publicou um relatório sobre o bem-estar das famílias dos Estados-membros. As pressões económicas sobre as famílias têm contribuído para a descida da taxa de natalidade. Ainda segundo este estudo, as mulheres portuguesas representam 60 por cento da força laboral do país e a segunda taxa de natalidade mais baixa.

A pobreza em Portugal atinge 16,6 por cento das crianças, um valor superior à média dos países da OCDE (12,7 por cento), de acordo com o estudo “Doing better for families”, hoje publicado. Portugal apresenta a oitava maior taxa de pobreza infantil entre os 34 países da OCDE. Os valores registados posicionam Portugal atrás de Israel, México, Turquia, Estados Unidos, Polónia, Chile e Espanha.

A OCDE, que analisou dados relativos à última década, apurou que Dinamarca, Noruega e Finlândia têm as menores taxas de pobreza infantil, com 3,7 por cento, 4,2 por cento e 5,5 por cento, respetivamente.

Portugal partilha com os países nórdicos a caraterística de famílias monoparentais tenderem a apresentar menor taxa de pobreza do que famílias duo-parentais em que apenas um adulto trabalha.

Mais de 60 por cento das crianças portuguesas vivem em famílias em que os dois pais estão empregados e trabalham a tempo inteiro. Esta é uma situação idêntica ao que se verifica na Eslovénia e nos Estados Unidos."
...


Abraço!

Conselho das escolas quer separar férias de datas religiosas

Não é má ideia repensar esta distribuição de aulas pelo ano lectivo...

Tal como eu, devem ter andado a fazer uma grande ginástica para encaixarem todos os conteúdos que ainda faltam introduzir este ano, devido a este mini-período que temos pela frente.



"Páscoa tardia e com pontes limitou 3.º período a 30 dias úteis para alunos com exames. Líder do Conselho das Escolas defende que calendário escolar deveria ser autónomo dos feriados religiosos, mas a ideia não reúne consenso.
O presidente do Conselho das Escolas, Manuel Esperança, defendeu ao DN a necessidade de "pensar o calendário escolar de uma forma diferente" da actual, em que os feriados religiosos servem de referência para as férias lectivas, sendo que a data da Páscoa pode variar num mês.

A ideia é recusada pela Confederação Nacional de Pais, que, no entanto, admite um diálogo, "abrangendo a sociedade", sobre o número de feriados e a duração das férias de Verão escolares.

A Federação Nacional de Educação (FNE) propõe maior autonomia das escolas nesta matéria, enquanto os alunos consideram mais grave o "excesso" de matéria nos actuais programas."
DN


Abraço!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

A Educação no programa do PS

Eles querem tudo, mas à custa de quê ou de quem?

Ensino obrigatório até ao 12º já estava previsto, nada de novo.

Modernizar e equipar com meios tecnológicos as Escolas também é no seguimento do que têm feito (calma, isto não é um elogio, é uma constatação, não quer dizer que tenhamos melhores alunos ou melhor Ensino).

Reforçar a aprendizagem do Português, da Matemática e das Ciências Expereimentais com menos Professores na Escola? Vão aumentar as horas de trabalho? Só se for... (vamos lá ver se isto não acontece, já não digo nada... As reduções dos últimos escalões...)

Querem diversificar a oferta educativa? Depende de como for feita...

Mas a melhor novidade, a que se destaca mesmo é "a "promoção de uma cultura de rigor e exigência", o que passará necessariamente por criar sistemas de avaliação, "equilibrados e eficientes", de alunos, professores e escolas."

Esta sim, é uma novidade! Rigor e exigência!

E como se consegue isto? Com avaliações equilibradas e eficientes dos alunos, Professores e Escolas! Isto quer dizer que, se forem de novo governo, vão abrir os olhos e fazer coisas de jeito???

Equilibrio e eficiência não são qualidades presentes na avaliação actual (sim, é actual, ainda não foi revogada).

A notícia é do DN:



"Educação: Escolaridade obrigatória até ao 12.º e avaliação de professores

O PS quer estender a escolaridade obrigatória até ao fim do ensino secundário e desenvolver um modelo de avaliação de professores e de escolas, de acordo com o programa eleitoral do partido hoje divulgado.
A concretização da extensão da escolaridade obrigatória até ao 12.º ano é um dos principais desafios apontados pelo Partido Socialista para "promover a qualificação das pessoas".

Para tal, pretende prosseguir com a modernização do parque escolar e com o apetrechamento tecnológico das escolas.

Em termos de conteúdos educativos, os socialistas querem uma oferta formativa mais diversificada, apostando em especial nas vertentes tecnológica e profissional.

Para combater os principais problemas de aprendizagem dos alunos portugueses, o PS propõe um reforço do ensino da língua portuguesa, das matemáticas e das ciências experimentais.

Um outro objectivo apresentado pelo partido é a "promoção de uma cultura de rigor e exigência", o que passará necessariamente por criar sistemas de avaliação, "equilibrados e eficientes", de alunos, professores e escolas."



Abraço!

“Há uma permissividade quase total na escola”

Encontrei esta entrevista no Semanário Regional Mirante a um antigo colega nosso, agora reformado.

Começou nos velhos tempos e fala da sua experiência de vida.

Tem opiniões bastante válidas e não é um "ilustre pensador/opinador" sem experiência como se vê muito por aí.

A entrevista é longa e só transcrevo a parte que diz mais respeito à Educação, mas podem ler o resto, continua a ser interessante, aqui.



"Quando estudava também levou reguadas e puxões de orelhas?

Era a prática, mas ninguém fazia queixa em casa porque ainda levava mais do pai. Era um exagero. Temos que reconhecer que não era método. Houve miúdos que ficaram marcados para o resto da vida e que ainda hoje, passados muitos anos, têm pesadelos com os professores e a escola. Conheço uma pessoa nessa situação.


Hoje a realidade é bem diferente.

Há uma permissividade quase total. A indisciplina é generalizada nas escolas, os professores têm dificuldade em controlar os alunos, perdem uma boa parte da aula a mandá-los calar e estamos numa situação insustentável. A primeira grande reforma que o Ministério da Educação deve fazer é meter ordem nas escolas, que estão num caos, e reforçar a autoridade do professor sem deixar de reprimir abusos que possam existir. O professor tem que ter autoridade porque é uma referência na educação da criança.

Nessa altura já havia indícios do que chama o caos que reina hoje nas escolas?

Nunca pensávamos muito nisso, mas às vezes até dizia a alguns colegas professores que não fossem demasiado exigentes com determinados aspectos porque algum dia íamos ter um fim triste. E efectivamente chegamos a um extremo em que o ambiente nas escolas é muito mau. Gerou-se um clima de excessiva competitividade entre professores por causa entre outras coisas da progressão na carreira. E se o ambiente é mau entre professores não pode ser bom para os alunos.

Quando andou no liceu o ensino era muito mais rígido.

Tive professores excelentes que tinham métodos e organização de trabalho avançados para a época e que ainda hoje estão actuais. As aulas começavam em Outubro mas em Setembro já estávamos ansiosos que as férias acabassem porque gostávamos de ir para as aulas e sentíamo-nos bem na escola.

Quando começou a dar aulas não havia problemas entre professores?

Vivíamos um clima de camaradagem e amizade que tentei fomentar sempre enquanto estive a dirigir a Escola Febo Moniz de Almeirim. Tinha um cuidado especial no acompanhamento de colegas que estavam a começar a profissão, porque me recordava dos tempos em que comecei e das dificuldades que tive. Hoje as pessoas fogem da escola.

Já não há um amor à causa da educação…

Numa altura em que não eram obrigatórias as aulas de substituição consegui que algumas se efectuassem em regime de voluntariado. Hoje nem a pagar as pessoas querem.

“Todos passámos um mau bocado” na antiga escola Febo Moniz

Esteve 13 anos no conselho directivo da Escola Febo Moniz, dos quais 11 como presidente. Como é que aguentou dirigir uma escola de salas pré-fabricadas onde as condições eram muito más?

Era um drama. Tinha pena pelos professores, funcionários e alunos. Todos passámos um mau bocado naquela escola. Quando chovia muito chegava a haver inundações e às vezes era necessária a intervenção dos bombeiros. No Verão as temperaturas nas salas eram altíssimas e ainda houve alguém que teve a ideia de construir uns pavilhões de madeira pintados de preto. Mas os arquitectos e engenheiros não viam que aquilo era impossível. Uma vez entrei nessa sala e o suor corria-me em bica. Mandei toda a gente para casa e assumi a responsabilidade.

Não chegou a trabalhar na nova escola.

Reformei-me na altura em que a escola é atingida por um vendaval que destruiu as coberturas das salas. Foi um contributo do São Pedro para que se avançasse para a construção de uma nova.
Tinha um ar muito reservado, dando a ideia de austeridade. Era uma forma de impor o respeito?
Hoje estou um bocado mais expansivo, mas naquele tempo era mesmo assim. Mas essa impressão desfazia-se logo que as pessoas falavam comigo. Recebia toda a gente de braços abertos.

Tem saudades da escola?

Tenho sobretudo saudades do convívio com os colegas. Tenho colegas que se reformaram e nunca mais puseram os pés na escola. Eu ainda hoje vou à escola onde tenho colegas do meu tempo. Hoje aquilo é um luxo comparado com o meu tempo, em que era uma vergonha.

Alguma vez teve que puxar as orelhas a algum aluno?

Tive, tive. Havia lá uns malandrecos. Tive que pôr alguns em sentido. Às vezes encontro alguns deles que me falam disso. Acho que ninguém gosta de tomar medidas drásticas, mas às vezes é necessário.

Mas não havia problemas graves de indisciplina…

Já havia na altura. Havia uns alunos que eram potenciais delinquentes e que agora são adultos responsáveis com uma vida extraordinária.
Se calhar alguns não se perderam por haver alguma rigidez do conselho directivo.
O professor tem um papel importantíssimo na sociedade. O professor tem que ter consciência e também dar o exemplo mesmo na sua vida particular.

E dão o exemplo?

Hoje as pessoas talvez não tenham essa noção. Os professores não dão o exemplo até pela forma como se apresentam. Não sou reaccionário nem demasiado conservador, mas tem que haver o mínimo de dignidade.

A maneira como se apresentam tem influência no respeito que devia haver nas escolas?

Isto é um meio pequeno. Um professor que vive ao lado dos seus parceiros, dos seus alunos, dos pais de alunos e se dá o mau exemplo não é respeitado por estes e isso é mau.

Foi para a reforma porque já estava farto de aturar alunos?

Foi por saturação e desencanto. O trabalho docente é muito desgastante e já não tinha a energia que tinha no início da carreira. Depois comecei a aperceber-me que os alunos nos chegavam cada vez com menos preparação, desmotivados, sem interesse. Isso começou a criar-me alguma desilusão. Mas também porque tinha problemas familiares a que tinha que me dedicar a tempo inteiro.

Quando é que começam os problemas de relacionamento dos alunos com os professores?

O 25 de Abril foi uma rolha que saltou de uma garrafa de champanhe, extravasou e as coisas ainda não assentaram. Era complicado na altura dar aulas. Muitos deixaram de fazer trabalhos de casa, de estudar…

É nesta altura que o sistema de ensino se começa a degradar…

Quiseram inovar e fazer uma ruptura com o passado. Mas hoje em dia chega-se à conclusão que o sistema do antes do 25 de Abril não era tão mau como se dizia. Actualmente sentimos muito a falta de técnicos porque acabaram com as escolas industriais e fizeram o chamado ensino unificado. Deixou-se de formar bons técnicos.

Os professores devem ser avaliados?

Devem. Mas o sistema de avaliação que foi instituído era demasiado burocrático e veio criar dificuldades, até em termos de relacionamento entre as pessoas. Devem ser avaliados porque nas escolas há os que fazem muito e outros que só fazem o mínimo e ganham o mesmo."
...

Abraço!

E não é que ela (MLR) ainda anda aí...

Quem é que é boa e andou com isto para a frente?

Para quem pensava ter-se livrado da peça, tomem lá esta (nem vou comentar, não vale a pena...):

"“Suspensão da avaliação de professores foi um episódio sem significado no longo prazo”

Ex-ministra da Educação diz que o problema não é o modelo que desenhou mas a rejeição da avaliação por parte dos professores.



Maria de Lurdes Rodrigues, em entrevista ao Económico, desvaloriza a suspensão da avaliação de professores por não ter impacto no longo prazo. "O problema não é o modelo, mas a rejeição da avaliação", sustenta.

Com que sensação ficou quando soube que, à última da hora, o Parlamento travou a avaliação de professores que tantas dores de cabeça lhe deu?
Tenho um grande distanciamento em relação aos factos políticos do quotidiano. Enquanto estive à frente do Ministério da Educação houve várias tentativas para suspender a avaliação, faz parte do jogo político. Estou mais preocupada com o olhar de fundo e o que se passa é, apesar de tudo, muito gratificante e encorajador. Foi possível melhorar a educação, a qualidade das aprendizagens, os resultados escolares e a eficiência. Fez-se a prova de que com políticas adequadas e o envolvimento dos diferentes agentes é possível mudar as tendências de fundo.

Têm melhorado assim tanto?
Nos resultados do PISA melhorámos, descemos brutalmente o abandono precoce...

Mas Portugal continua a ser o segundo país da UE com o maior abandono escolar.
É verdade, mas tínhamos mais de uma década de estagnação nos 40% e, em sete anos, foi possível decrescer 12 pontos percentuais.

Explicou que era essencial avaliar os professores. A avaliação que delineou ficou suspensa. Em que ficamos?
Temos de ter a capacidade de olhar mais longe. Imprimir uma orientação pelos resultados é muito importante, não apenas na Educação, mas em todos os sectores. O resto são episódios que, no longo prazo, não têm grande significado. "
Diário Económico



Abraço!

Duas avaliações diferentes para professores contratados

Saíu ontem no Público esta notícia, que refere algumas "novidades" no concurso deste ano.

As avaliações diferentes, pelo que interpreto, são para os colegas que têm possibilidade de serem reconduzidos nos seus contratos. Têm que ter no mínimo Bom na actual avaliação (que é suposto acabar a 31 de Agosto, vão esperar até lá para lhes dizer se vão ou não poder ser reconduzidos? É que entretanto costumam sair as colocações até essa data...) e depois podem usufruir de um ou dois valores de subida na graduação consoante a avalição conseguida no ano lectivo anterior.

Já agora, tem-se discutido muito se as "bonificações" de um ou dois valores vão acumulando ou só têm efeitos no concurso seguinte. Pelo que tenho conseguido apurar, embora ainda não esteja satisfatóriamente esclarecido, só conta para o concurso seguinte. Estou a tentar recolher mais informação, que depois divulgarei.

A notícia é a seguinte:

"Para serem contratados, no âmbito do concurso que arranca hoje, muitos dos professores dos ensinos básico e secundário que não estão nos quadros vão ter de avançar com os resultados de duas avaliações feitas com base em modelos diferentes.

A posição que irão ocupar na lista de candidatos dependerá em parte dos resultados que obtiveram na avaliação concluída no ano passado, ainda com base no último modelo aprovado pela ex-ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues. Com Muito Bom têm um bónus de um ponto, com Excelente ganham dois, o que chega por vezes para um salto de quase 500 lugares. Mas para os docentes que são candidatos à renovação de contrato na mesma escola a avaliação que conta é aquela que ainda está em curso e que tem na base o modelo aprovado pela actual equipa da Educação, em vigor desde Junho passado.

A renovação dos contratos depende do preenchimento cumulativo de quatro requisitos, entre eles a inexistência de docentes que estejam nos quadros e a obtenção de uma classificação mínima de Bom na avaliação actualmente em curso. No ano passado, dos cerca de 18 mil professores colocados no âmbito do concurso anual para o chamado "preenchimento das necessidades transitórias das escolas", quase 10 mil foram renovações de contrato. No actual concurso a renovação de contratos só abrange os docentes que então ficaram colocados logo no final de Agosto. No ano passado esta possibilidade era aberta também aos que tinham obtido colocação até ao final de Dezembro. Nos termos da lei que rege estes concursos, este é o prazo limite para a colocação dos candidatos.

Nalguns blogues de professores tem-se defendido que, à semelhança do que sucedeu em 2010, se deve voltar a exigir que a avaliação não seja contabilizada. Muitos professores contratados concluíram a avaliação que conta para efeitos de graduação quando esta tinha sido já revogada pelo modelo agora em vigor, argumenta Nuno Domingues no blogue educar A educação. O mesmo docente frisa, por exemplo, que o resultado final da avaliação é agora contabilizado de forma diferente. Em 2010, a Fenprof recorreu aos tribunais para tentar expurgar a avaliação do concurso, mas saiu derrotada. No concurso de 2010 inscreveram-se cerca de 50 mil pessoas."


Abraço!

terça-feira, 26 de abril de 2011

A Parque Escolar salva os empresários da construção...

"A empresa de modernização Parque Escolar adjudicou no primeiro trimestre deste ano mais de 500 milhões de euros em obras, uma verba que se soma aos 1549 milhões de euros adjudicados durante o ano passado."
Público

"Olhó Magalhães fresquinho, é pró menino e prá menina"

Sobre este Magalhães há um bom cartoon de Antero:



"Quase 200 mil 'Magalhães 2' entregues este ano lectivo
DN

O Ministério da Educação já entregou este ano lectivo 193 679 computadores Magalhães2 (MG2) a alunos do 1.º ciclo e professores. Segundo dados adiantados ao DN, a maioria dos portáteis foram distribuídos já em 2011.

À espera de receber o seu portátil estão ainda 29 831 alunos do 1.º ano, já inscritos, sendo que segundo o ME, continuam a decorrer "em simultâneo" as inscrições e entregas, que "vão prosseguir até ao final do ano lectivo".

A estes somam-se os pedidos de outros 13 997 alunos, do 1.º ao 4.º ano, que por alguma razão não terão recebido os seus portáteis na altura própria."



Abraço!

Afinal avançam os "mega" ou não?

Diz que sim, diz que não, diz que sim...

Do ministério continua o não, mas mas o presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) garante que o processo vai ser supenso.

Fico a aguardar as notícias de amanhã para ver qual é a tendência...

"ANDAEP confirma suspensão do plano de megra-agrupamentos escolares


Adalmiro Fonseca não tem dúvidas de que o projecto dos mega-agrupamentos vai mesmo ficar pelo caminho, até porque o actual Governo de gestão já não tem legitimidade para assumir compromissos.


Fonte autorizada do Ministério da Educação desmente, mas o presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) confirma à Renascença que o plano de criação de mega-agrupamentos vai ser suspenso.

O Ministério de Isabel Alçada garante que não há alterações ao que estava previsto, mas Adalmiro Fonseca confirma que a tutela já começou a cancelar reuniões que tinha marcadas com autarquias e escolas, sobretudo no Norte e no Litoral.

“Tenho conhecimento directo, quer de autarquias quer de directores, de que foram canceladas as reuniões marcadas pela secretaria de Estado para a constituição dos mega-agrupamentos. Em locais onde havia discordância cancelou-se por parte da secretaria de Estado”, afirma o presidente da ANDAEP.

Adalmiro Fonseca não tem dúvidas de que o projecto dos mega-agrupamentos vai mesmo ficar pelo caminho, até porque o actual Governo de gestão já não tem legitimidade para assumir compromissos.
“O Sr. secretário de Estado cancelou o processo, porque não terá, provavelmente, capacidade política nesta altura para entrar numa «discussão» saudável sobre a maneira melhor de se fazerem as coisas, quando há divergência de opiniões entre autarquias, Ministério e escolas. Portanto, aí é preciso uma autoridade política que, neste momento, o Governo de gestão não tem”, sublinha."
Rádio Renascença



Abraço!

José sem medo

O sr. Primeiro Ministro não tem medo, não!

Escolheu uma escola num local que apoia fortemente o PS, convidou as pessoas certas e até ouviu elogios.

Vejam lá que o homem até agradeceu a simpatia dos presentes. Somos um povo fantástico, acolhedor, simpático.

E, sem ironia, até aprecio esta nossa simpatia, sempre dispostos a agradar e a acolher quem quer que venha. É pena isto não nos dar mais riqueza... mas nem só de euros vive o homem!

"“Não tenho medo, não”

"Ó homem, não tenha medo", disse um popular. "Não tenho medo, não tenho", respondeu José Sócrates, ontem na reabertura da Escola Secundária de Tomaz Pelayo, em Santo Tirso, após as obras de remodelação. Uma cerimónia simbólica no Dia da Liberdade, na qual não faltaram cravos vermelhos.

Sócrates mantinha o cravo na lapela, talvez o mesmo que levou às comemorações em Belém. E, como já é habitual nesta data, fez uma inauguração. Este ano, escolheu uma escola em Santo Tirso, um concelho tradicionalmente socialista, onde, talvez por isso, foi recebido por cerca de três centenas de habitantes. "O povo está contigo", gritou repentinamente uma multidão convidada para assistir à cerimónia, entre muitos cumprimentos aos pais e alunos da Escola Secundária de Tomaz Pelayo.


A ministra da Educação, Isabel Alçada, também esteve presente mas passou despercebida, perante o protagonismo de José Sócrates, que se desfez em agradecimentos. "Obrigado pela vossa simpatia", dizia a cada passo. O primeiro-ministro justificou a escolha da inauguração da escola renovada para assinalar o 25 de Abril com a "importância da Educação para a liberdade e democracia". "O futuro da economia depende do investimento na Educação", salientou José Sócrates."
Correio da Manhã


Abraço!

Um quarto das crianças está nas redes sociais sem protecção

O assunto não é novo e até tem estado na moda recentemente.

Eu próprio já deixei aqui algumas mensagens relacionadas com este tema.

Ao que parece o risco continua presente.

Não basta mudar as políticas das redes sociais, falta o acompanhamento parental para que um meio de elevada riqueza - a internet - não se transforme num monstro capaz de coisas terríveis.


"Um quarto das crianças registadas em redes sociais como o Facebook ou o Hi5 definiram o seu perfil como público: ou seja, os seus dados de perfil podem ser vistos por qualquer pessoa que clique no seu nome na rede. Um quinto dessas crianças cujo perfil está publicamente disponível indica mesmo dados tão privados como a sua morada e o seu número de telefone.


Os dados, resultantes de um inquérito realizado para a Comissão Europeia junto de 25 mil jovens de 25 países europeus, levam os responsáveis pela Agenda Digital para a Europa a reforçar a urgência de tornar as redes sociais mais seguras e a exigir àquelas empresas que restrinjam o acesso aos perfis dos menores.

"Todas as empresas de redes sociais devem, de imediato, predefinir os perfis dos menores de modo a que fiquem acessíveis apenas para uma lista aprovada de contactos e fora do alcance dos motores de pesquisa. As empresas que ainda não assinaram os princípios para tornar as redes sociais mais seguras na UE devem fazê-lo sem demora, a fim de garantir a segurança das nossas crianças", sublinhou, a propósito do estudo, Neelie Kroes, vice-presidente da Comissão Europeia e responsável pela Agenda Digital para a Europa.

Uma vez que as crianças que utilizam as redes sociais são cada vez mais novas e "muitas não tomam as precauções necessárias para se protegerem em linha", Neelie Kroes acredita que a primeira solução para evitar que essas crianças fiquem vulneráveis a práticas de assédio e aliciamento passa pelas empresas de redes sociais, que devem ter responsabilidade na ocultação dos perfis dos menores.

A Comissão Europeia está desde 2009 a acompanhar a aplicação dos princípios para tornar as redes sociais mais seguras na União Europeia. No acordo de auto-regulação, as empresas de redes sociais comprometem-se a aplicar medidas para garantir a segurança dos menores, mas os resultados do inquérito mostram que há redes sociais tão populares como o Facebook ou o MySpace que ainda não aplicaram aqueles princípios de segurança. Perante esses dados, a Comissão Europeia decidiu lançar uma avaliação dos actuais acordos de auto-regulação das empresas nesta área.

Todos em (na) Rede O estudo publicado pela rede EUKidsOnline revela que 77% dos jovens dos 13 aos 16 anos e 38% das crianças dos 9 aos 12 anos têm um perfil registado numa rede social. França é o país em que a percentagem das crianças dos nove aos 12 na rede é menor - 25% - enquanto os Países Baixos lideram a lista, com 70% a admitirem ter um perfil registado.

São as crianças dos nove aos 12 os que menos têm preocupações de privacidade na rede: em 15 dos 25 países, a percentagem de crianças dessas idades com perfis públicos é superior à dos jovens dos 13 aos 16 anos. E se mais de três quartos (78%) dos jovens dos 15 aos 16 dizem saber como mudar os parâmetros de privacidade, apenas 56% dos jovens com 11 e 12 anos sabem como alterar o seu perfil.

A média das crianças dos nove aos 12 anos que têm mais de cem amigos na rede social situa-se nos 15%, mas a percentagem triplica entre as crianças húngaras: 47% afirmam ter mais de cem contactos no seu perfil. A percentagem dos 13 aos 16 anos belgas, dinamarqueses, gregos, húngaros, italianos, neerlandeses, noruegueses, polacos, suecos e britânicos com mais de 100 contactos é superior à dos jovens dos restantes países."




Abraço!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

"Toca a inaugurar enquanto ainda estou no poleiro"

"José Sócrates inaugura escola em Santo Tirso

O primeiro-ministro, José Sócrates, inaugura, segunda-feira, as obras de requalificação da Escola Secundária de Tomaz Pelayo, em Santo Tirso, numa cerimónia que contará também com a presença da ministra da Educação, Isabel Alçada.

José Sócrates inaugura escola em Santo Tirso

No âmbito das comemorações do 37.º aniversário do 25 de Abril, os representantes do Governo assinalam a reabertura da escola, às 17.30 horas, após as obras conduzidas pela Parque Escolar, numa remodelação que abrangeu 6.226 m2, tendo sido construídos de raiz 5.589 m2, realça o Ministério da Educação.

A escola "está agora melhor equipada para responder às necessidades da comunidade escolar", prossegue a tutela.

Já o secretário de Estado da Educação, João Trocado da Mata, preside no dia de hoje à inauguração do novo Centro Escolar de Água Longa, em Santo Tirso, ao passo que o secretário de Estado adjunto e da Educação, Alexandre Ventura, assinala a inauguração do novo Centro Educativo de Runa, em Torres Vedras."
JN

Abraço!

O Ensino do futuro? Preocupante...

O artigo é longo, mas aconselho a leitura.

Já acontece nos Estados Unidos e espero que não seja uma moda no futuro da Educação portuguesa: o Professor substituído pela tecnologia.

Já cá deixei mensagens que defendem que o professor não pode ser substituído, mas tem que usar a tecnologia para melhorar o Ensino, para se aproximar dos alunos, para não "ficar para trás". Mas o que acontece nos EUA parece ser mesmo uma substituição.

Numa sala de aula cabem um número limitado de alunos, enquanto que se estiverem ligados pela internet podem ser muitos mais para um só Professor. As escolas, como espaço físico - "paredes ao alto"- deixam de ser necessárias. Vejam as vantagens económicas... O custo é muito menor - e já sabem que o factor económico é sempre o mais importante.

Mas não tem que ser assim, um meio termo pode ser possível: a tal complementariedade entre o homem e a tecnologia. Ou o seu uso em casos mais pontuais - aulas para alunos acamados, aulas de apoio, aulas de pesquisa mais activa...

 

"Ensino online cresce nos EUA e abre debate sobre futuro da educação

Autoridades e sindicatos americanos dividem-se sobre os resultados e as motivações da forte expansão do ensino pela internet no país

The New York Times em veja.abril.com.br
Mais de um milhão de estudantes nos Estados Unidos têm aulas pela internet                                     
O escritor Jack London era o assunto na aula online de Inglês 3 do jovem Daterrius Hamilton. Em uma sala de ensino médio cheia de computadores, ele leu uma breve biografia de London, com trechos de um só parágrafo das obras do autor. Mas o currículo não o obrigou a mergulhar em uma cópia maltratada de “O Chamado da Selva” ou “A Fogueira”.

O estudante – que foi reprovado em Inglês 3 em uma sala convencional e esperava ganhar créditos online para se formar – foi questionado a respeito do significado de darwinismo social. Ele lançou a pergunta no Google e leu um resumo de um verbete da Wikipedia. Copiou o texto, revisou-o e enviou por e-mail à sua professora. Hamilton, 18, pertence ao crescente número de alunos que do jardim de infância até a 12ª série – mais de um milhão nos Estados Unidos – têm aulas online.

Os defensores destes cursos dizem que eles permitem às escolas oferecer não só aulas de recuperação, a área de maior crescimento, mas também variedade maior de disciplinas eletivas e aulas de “advanced placement” – cursos oferecidos a estudantes do ensino médio nos EUA que são geralmente reconhecidos como equivalentes aos de graduação – quando não há alunos suficientes para preencher uma sala de aula.

Mas críticos dizem que o ensino online é, na verdade, guiado por um desejo de gastar menos com docentes e estabelecimentos de ensino – em tempos de crise orçamentária federal e estadual forçando cortes em educação. Eles argumentam que não há pesquisas suficientes que mostram que os cursos online no ensino básico são comparáveis aos presenciais.

Em Memphis, em um dos programas virtuais mais ambiciosos do país, todo estudante tem de fazer um curso pela internet para se graduar. Alguns assistem a versões online de aulas lecionadas em salas do próprio prédio. Oficiais da Memphis City Schools – órgão municipal de supervisão das escolas locais – argumentam que querem preparar seus alunos, permitindo-lhes adquirir habilidades necessárias à faculdade, onde cursos via internet são cada vez mais comuns, e ao ambiente de trabalho do século 21.

Por outro lado, também é verdade que Memphis está gastando apenas 164 dólares para cada aluno matriculado num curso online. Administradores dizem que nunca fizeram uma comparação sistemática entre o custo deste tipo de educação versus a presencial. Contudo, céticos em todo o país dizem que esta modalidade de ensino é um meio furtivo de aparar arestas.

“É uma educação barata e que não beneficia os alunos”, disse Karen Aronowitz, presidente do sindicato de professores de Miami, onde 7 mil alunos do ensino médio foram designados a estudar online em laboratórios de informática neste ano porque não havia professores suficientes para atender ao número de turmas no estado. “Isso está sendo proposto até para alunos mais novos”, Aranowitz disse. “Porque é melhor para as crianças? Não. Só se trata de baratear”.

Em Idaho, o superintendente estadual de educação planeja exigir que alunos do ensino médio façam quatro ou mais cursos online, conforme projeto de lei que foi recentemente aprovado pelo Legislativo.

A mesma lei prevê a doação de um notebook para cada aluno paga por uma reserva estadual dedicada ao salário de educadores.

Chicago e a cidade de Nova York apresentaram programas piloto de aprendizado online. Em Nova York, o projeto batizado como Innovation Zone, ou iZone, inclui aulas de recuperação e “advanced placement” em 30 escolas de ensino médio, além de exercícios personalizados em computadores de matemática e inglês para alunos do ensino fundamental.

Reza Namin, superintendente de escolas em Westbrook, Maine, que encara um déficit de 6,5 milhões de dólares no orçamento, disse que não podia continuar pagando um professor de idioma chinês apenas para dez alunos interessados. Entretanto, podia oferecer chinês online através do Virtual High School Global Consortium, uma escola sem fins lucrativos situada em Massachusetts. A instituição afirma que sua lista de escolas clientes aumentou 770, 34% em dois anos, na esteira dos cortes dos orçamentos locais.

Em todo o país, um número estimado de 1,03 milhão de estudantes do ensino básico fizeram um curso online entre 2007 e 2008, 47% mais do que dois anos para trás, de acordo com o Sloan Consortium, um grupo apoiador do ensino pela internet. Cerca de 200 mil estudantes frequentam integralmente escolas online – normalmente escolas licenciadas que atraem famílias adeptas do ensino doméstico, de acordo com outro relatório.

O crescimento ocorreu a despeito da revisão preventiva de pesquisas realizadas pelo Ministério da Educação dos EUA. O órgão identificou benefícios em cursos online para universitários, mas também concluiu que poucos estudos rigorosos foram feitos no ensino básico – e os legisladores “não têm evidência científica de eficácia” para este tipo de educação.
O crescimento mais rápido foi verificado nas aulas de recuperação para alunos que reprovaram o curso regular. Apoiadores dizem que os alunos entediados ou deixados para trás aprendem em seu próprio ritmo.

Em Memphis, a escola de Hamilton, Sheffield High, já foi qualificada como “fábrica de desistentes” com um índice de graduações abaixo dos 60%. Agora, o planejamento de 2011 tem o objetivo de formar 86% dos alunos, disse Elvin Bell, o “treinador de graduação” da escola. O aumento almejado deve-se em parte a um dia mais longo de aulas e cursos de recuperação para alunos que reprovaram nas aulas presenciais.

Sessenta e um alunos estão nessas aulas este semestre, incluindo Hamilton, cuja média em Inglês 3 está abaixo para aprovação. Melony Smith, sua professora online, disse que não reconheceu de imediato que sua resposta na tarefa sobre Jack London fora copiada da internet, mas disse também que o plágio era um problema para vários alunos.

Assim como outros debates educacionais, este contrapõe linhas ideológicas. O ensino básico online é advogado por grupos ligados a políticas mais conservadoras que defendem a ampliação da escolha das escolas. Um exemplo é a Bush’s Foundation for Excellence in Education, que convocou os estados a providenciarem “terminais de acesso à internet” a alunos e remover proibições de escolas virtuais sem fins lucrativos. Do outro lado estão os sindicatos de professores e outras entidades que argumentam que o apoio aos cursos online, como vouchers e escolas licenciadas, propõe canalizar o dinheiro de contribuintes para o setor privado. “O que querem é substituir professores por tecnologia”, disse Alex Molnar, docente de política educacional na Arizona State University."



Abraço!

Ministério nega suspensão do processo de fusão de escolas

Corre a notícia que o processo de fusão de escolas (os tais mega-hiper-agrupamentos) foi suspensa. Fiquei mais confiante no futuro, com mais emprego. Mas durou pouco.

Agora na Rádio Renascença fontes do nosso ministério "garante que o processo não sofreu alterações, embora não saiba dizer qual o calendário dos encontros para definir os agrupamentos."

Agora se isto é conversa da treta daquela a que já nos habituaram não sei...

Espero que se deixem de "mega-hiper-ideias" e não olhem para a Educação como um negócio que tem que apresentar lucros. Ou melhor, lucros tem que apresentar, mas não monetários: a formação de bons cidadãos é a maior riqueza que o país podde ter. O resto vem logo a seguir!

Mas a questão é económica, por isso vão ter que poupar estes 450 milhões de que se fala. Se não nos tramam por um lado, tramam-nos por outro!

Mal por mal, prefiro estar colocado e dar-lhes 5% dos meus "luxuosos" 650 euros ao fim do mês... Apesar de haver muito para cortar em tantos lados antes de terem mesmo que chegar a este ponto, só não há a coragem necessária para isso!

Deixo-vos as duas versões a da suspensão e a da sua negação:  

"Fusão de escolas suspensa devido a chumbo do PEC 4
O reordenamento da rede escolar visava poupar 450 milhões de euros ao Estado.

O Governo suspendeu o processo de fusão das escolas. O Ministério da Educação cancelou reuniões com as autarquias e escolas para a constituição dos 170 mega agrupamentos.

A notícia é do “Correio da Manhã”, segundo o qual o chumbo do PEC 4 estará na origem da decisão do Governo.

O jornal conta ainda que coube ao secretário de Estado da Educação, João Trocado da Mata, cancelar os encontros com os municípios e as escolas.

Com o reordenamento da rede escolar, o Governo previa poupar ao Estado 450 milhões de euros.

Na reacção, o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, já disse temer que o pacote de medidas negociado pela “troika” vá ainda mais longe."


&
"Ministério nega suspensão do processo de fusão de escolas


Fonte do Ministério de Isabel Alçada, contactada pela Renascença, garante que o processo não sofreu alterações, embora não saiba dizer qual o calendário dos encontros para definir os agrupamentos.




O Ministério da Educação desmente a notícia da suspensão do projecto dos mega agrupamentos escolares.

Fonte do Ministério de Isabel Alçada, contactada pela Renascença, garante que o processo não sofreu alterações, embora não saiba dizer qual o calendário dos encontros para definir os agrupamentos.

O presidente da Associação Nacional de Municípios, Fernando Ruas, garante, por seu lado, não ter sido informado de qualquer suspensão das reuniões para a reorganização escolar.

Segundo o jornal “Correio da Manhã”, o chumbo do PEC 4 terá levado o Executivo a suspender as reuniões com as autarquias e os estabelecimentos de ensino para a constituição de 170 mega agrupamentos, que vão fundir várias escolas."  




Abraço!   

sábado, 23 de abril de 2011

Governo corta nos apoios aos alunos com deficiências

Corta-se em tudo o que não se deve, só não se corta na vergonha de quem nos governa...

Vamos ser nós a continuar a remendar/remediar no trabalho com estas crianças, que cada vez ficam mais excluídas das escolas supostamente inclusivas...



"Governo corta nos apoios aos alunos com deficiências
Jornal i

No próximo ano lectivo os alunos com necessidades especiais vão ter menos apoios nas escolas. As equipas dos Centros de Recursos para a Inclusão (CRI) que acompanham as crianças portadoras de deficiências nos agrupamentos escolares vão ficar reduzidas a um fisioterapeuta, dois terapeutas ocupacionais e da fala e um psicólogo. De foram ficam assistentes sociais, monitores e ainda os técnicos de psicomotricidade que asseguram outras necessidades que os estabelecimentos de ensino poderiam solicitar às instituições privadas (psicoterapia, musicoterapia ou outras terapêuticas que envolvem expressões artísticas).

São algumas das regras do novo modelo de financiamento para os CRI impostas pelo Ministério da Educação às instituições privadas, mas há outros cortes anunciados que podem comprometer a sobrevivência destes centros criados há três anos quando o governo decidiu retirar estas crianças das instituições e integrá-las nas escolas com os outros alunos.

"A tutela não se compromete a pagar os encargos obrigatórios como seguros e consultas de medicina do trabalho, segurança social ou subsídios de refeições e nem sequer definiu critérios para pagar as deslocações dos técnicos às escolas", critica João Dias, dirigente da Federação Portuguesa para a Deficiência Mental - Humanitas. Em causa estão também as indemnizações aos técnicos decorrentes dos contratos a prazo, interrompidos sempre que os projectos educativos são suspensos pelo ministério: "Esses custos passam igualmente a serem suportados pelas instituições."

Tudo isto são despesas que os responsáveis dos CRI garantem não ter condições para suportar, avisa Rogério Cação, da Federação de Cooperativas de Solidariedade Social (Fenacerci), dando o exemplo do CRI que dirige em Peniche: "Com a redução das equipas que prestam apoio às escolas terei de dispensar cinco técnicos. Fazendo uma média de anos de trabalho que deram à casa, que são sete, e de salários que rondam os mil euros, terei de pagar cerca de 40 mil euros a estes funcionários. Tendo em conta que já tenho um défice de seis mil euros do ano anterior, diria que o centro não é governável."

E tal como o centro de Peniche tem de reavaliar as suas condições, os outros 74 centros que prestam actualmente apoio às escolas terão de fazer o mesmo. "Só no final deste mês, após terminar o prazo de candidaturas, é que vamos ver o verdadeiro impacto destes cortes. Será esse o momento para saber quais os centros que vão desistir por incapacidade financeira", alerta o dirigente da Humanitas.

Isabel Cottinelli Telmo, presidente da Federação Portuguesa de Autismo, não espera pelo fim deste prazo para deixar o aviso: "Se os encargos com a segurança social, subsídios de refeições e outros custos não forem suportados pelo Estado, não temos alternativa senão suspender o apoio, que prestamos a cerca de 120 crianças de escolas na área de Lisboa e Setúbal."

Tão grave quanto os encargos que "deixam de ser da responsabilidade da tutela", é a redução do "leque de profissionais especializados" que já não fazem parte das equipas que prestam apoio a estas crianças, esclarece João Dias. "No caso das instituições federadas na Humanitas, a eliminação das assistentes sociais das suas equipas implica deixar de apoiar as famílias na busca de soluções para os alunos que estão na transição para a vida activa."

O que está em causa - defende Rogério Cação - é uma posição "inequívoca" que a tutela terá de tomar: "O governo tem de clarificar se quer ou não continuar com estas parcerias e não pode pensar que está a fazer um favor a quem presta este tipo de apoios. Os CRI prestam um serviço público e, como tal, todos os seus custos devem ser pagos pelo Estado", remata o dirigente da Fenacerci."
Abraço!

Pode ser uma explicação para a falta de vergonha...

...de quem nos anda a gozar e, sobretudo, à Educação em Portugal, há já muito tempo!

Há uma área do cérebro que quanto mais pequena for menos vergonha se sente.

Posso abusar e dizer que há pessoas que nem têm essa área?


"Cientistas localizam a região do cérebro responsável pela vergonha

Descoberta pode antecipar diagnósticos de doenças neurodegenerativas.
G1, Globo

Uma pesquisa apresentada num encontro da Academia Norte-americana Neurologia de localizou a região do cérebro responsável pelo sentimento de vergonha: “córtex cingulado anterior pregenual”.

Os participantes do estudo foram filmados cantando e depois tiveram de assistir ao vídeo. O nível de vergonha que eles sentiam era medido pelas expressões faciais e por fatores fisiológicos, como o suor e os batimentos cardíacos. Em seguida, foram submetidos a exames de ressonância magnética para fazer o mapeamento do cérebro.

A importância médica da descoberta está no fato de que a região se atrofia no caso de doenças neurodegenerativas – grupo de doenças que inclui, entre outros, os males de Parkinson e Alzheimer. “Essa região do cérebro previu o comportamento”, afirmou Virgina Sturm, professora da Universidade da Califórnia em São Francisco, autora do estudo. “Quanto menor for a região, menos vergonha a pessoa sente”, explicou.

Saber que as pessoas perdem a capacidade de sentir vergonha e qual parte do cérebro comanda essa capacidade pode sugerir modos de diagnosticar mais cedo certas doenças neurodegenerativas.

“Não é que eles não tenham nenhuma reação emotiva, mas pacientes com perda nessa região do cérebro parecem perder mais emoções sociais complexas”, esclareceu Sturm."




Abraço!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Krugman e a educação

"Assim, se quisermos uma sociedade em que a prosperidade é amplamente partilhada, a educação não é a resposta – teremos de construir essa sociedade directamente, pelas nossas mãos."

É um extracto deste artigo de opinião de Luís Malheiro, no jornal da Madeira.

Numa altura em que se tem falado muito da importância da Educação para o desenvolvimento do país, surge esta perspectiva, que não queria afirmar ser contrária, apenas útil para reflectirmos mais e melhor.

É verdade que não é um curso superior que nos garante o emprego, mas a Educação é fundamental. Possivelmente um curso profissional numa escola de secundária ou de formação pode ser mais vantajoso do que um curso universitário para um vasto leque de jovens/adultos: saem mais cedo para o mercado de trabalho (logo ganham mais experiência e recebem salário mais cedo, não tendo gastos com a continuação dos estudos), ganham mais experiência no terreno (em oposição às "teorias" das aulas), podem ter um emprego mais estável mais cedo e assim pensar em construir família também mais cedo, entre outras vantagens.

Não me alongo mais (sei que esta questão foi só aflorada, muito há para dizer, mas dêm a vossa opinião e posso lançar uma nova menssagem mais direccionada para as conclusões a que chegarmos) e deixo-vos o texto integral:


"Estamos em época de Páscoa, de férias escolares, de feriados e tolerâncias de ponto – criticadas por alguns por poderem constituir um mau exemplo dos negociadores da “troika” que em Portugal estudam a forma como nos vão passar a corda pelo pescoço e a intensidade do respectivo nó…. – pelo que o tema da educação, particularmente depois de indicadores da OCDE pouco favoráveis, parece-me constituir uma ideia de reflexão recomendável.
Mas em vez de perorar ou de inventar, sujeitando-me ao julgamento fundamentalista do sector – ainda por cima sendo eu um “outsider” – nada melhor que usar um texto opinativo de quem acredito saber do que escreve. Refiro-me a Paul Krugmam, docente universitário, investigador, economista e Prémio Nobel da Economia. Já sei! Para alguns um “tonto” que não percebe patavina do assunto. Sim, porque em Portugal falar de educação é falar de sindicalistas, já que fico muitas vezes com a ideia de que só eles é que sabem do que falam, só eles conhecem os problemas do sector, só eles são capazes de dar a volta aos obstáculos que afectam a educação de uma maneira geral, e que na minha opinião, não começam na escola, nem nas decisões tomadas pelos governantes (também…), mas na mentalidade social, na educação que as pessoas adquirem nos seus meios familiares, na forma como a sociedade valoriza a educação na perspectiva de mais-valia para quem a frequenta, na postura dos pais relativamente aos filhos no que à educação diz respeito. Contento-me com a alusão ao facto de se tratar “só” de um Prémio Nobel (2008), com tudo o que isso implica.
Com a devida vénia utilizarei o texto, intitulado “A educação não é a chave do sucesso económico”, publicado no Jornal I onde aquele economista reputado é articulista, dele extraindo algumas das ideias essenciais de uma filosofia que, no caso do nosso país, muito raramente alguém ousaria utilizar. A minha ideia é apenas deixar algumas ideias para reflexão as quais, apesar de terem os EUA como pano de fundo, acabam por ser as mesmas noutras latitudes:
“A ideia de que a educação é a chave do sucesso económico é aceite por toda a gente; todos concordam que os empregos do futuro vão exigir um maior grau de qualificação. Foi por isso que, numa aparição pública na última sexta-feira com o antigo governador da Florida Jeb Bush, o presidente Barack Obama declarou que, "se quisermos melhores notícias na frente do emprego, temos de investir mais na educação". Só que toda a gente está enganada. No dia a seguir ao do evento Obama-Bush, o "The Times" publicou um artigo acerca do uso crescente de software em pesquisas de natureza jurídica. Acontece que os computadores podem analisar rapidamente milhares de documentos, desempenhando por um custo baixíssimo uma tarefa que antigamente exigia verdadeiros exércitos de advogados.

A investigação jurídica não é um exemplo isolado. Como o artigo indica, o software também está a substituir os engenheiros em tarefas como a concepção de novos chips. De uma maneira mais geral, a ideia de que a tecnologia moderna elimina apenas empregos pouco qualificados, de que as pessoas com formação académica sofisticada não têm nada com que se preocupar, pode dominar a imprensa popular mas é claramente anacrónica – várias décadas. A realidade é que desde o início dos anos 90, mais ou menos, o mercado de trabalho dos Estados Unidos se tem caracterizado não por um aumento generalizado de competências, mas por um fenómeno diferente: tanto os empregos muito bem como muito mal pagos têm crescido imensamente, mas não os de remuneração média – aqueles com que contamos para alimentar uma classe média forte –, que têm ficado claramente para trás. E o fosso está a alargar-se: muitas das ocupações que cresceram de forma rápida nos anos 90 têm crescido de forma mais lenta nos últimos anos, ao mesmo tempo que o emprego mal pago e pouco qualificado tem aumentado.
Por que razão está isto a acontecer? A ideia de que a formação académica se está a tornar cada vez mais importante assenta na noção aparentemente razoável de que os avanços da tecnologia aumentam as oportunidades de emprego para aqueles que trabalham com informação – em sentido lato, que os computadores favorecem aqueles que trabalham com a mente, prejudicando os que fazem trabalho manual (…)
A maior parte do trabalho manual que ainda não desapareceu na economia norte-americana é do tipo que é difícil de automatizar. Numa altura em que a força de trabalho em linhas de montagem nos Estados Unidos está reduzida a 6% da população activa, já não há muitos empregos deste tipo que possam ser eliminados. No entanto, muitos trabalhos de pessoas com formação e relativamente bem pagos podem vir a ser informatizados em breve. Os robôs domésticos são engraçados, mas os empregados domésticos ainda estão longe de passar à história; a investigação jurídica computorizada e o diagnóstico médico com ajuda computacional também já existem.
E depois há a globalização. Em tempos só os operários tinham de se preocupar com a concorrência dos operários de outros países, mas a combinação entre informática e telecomunicações tornou possível transferir muitos trabalhos para outros países. A pesquisa dos meus colegas da Universidade de Princeton Alan Blinder e Alan Krueger sugere que os trabalhos altamente qualificados e muito bem pagos são, em certo sentido, mais facilmente deslocalizáveis que os menos qualificados e mais mal pagos. Se eles tiverem razão, o crescimento do comércio internacional de serviços vai afectar ainda mais o mercado de trabalho norte-americano.
De que maneira é que isto afecta a educação nos Estados Unidos? É um facto que temos um problema com a educação. O mais preocupante são as desigualdades à partida – as crianças inteligentes de famílias pobres têm menos probabilidades de concluir a faculdade que crianças muito menos inteligentes de meios mais ricos. Isto não só é escandaloso como representa um desperdício imenso do potencial humano do país. Mesmo assim, há coisas que a educação não tem capacidade de fazer. A ideia de que mandar mais jovens para a universidade poderia recuperar a nossa classe média é pura fantasia. Se hoje já não se pode dizer que um curso universitário assegura um bom emprego, a cada nova década isso vai sendo mais evidente.
Assim, se quisermos uma sociedade em que a prosperidade é amplamente partilhada, a educação não é a resposta – teremos de construir essa sociedade directamente, pelas nossas mãos. Temos de devolver à força de trabalho o poder negocial que ele perdeu ao longo dos últimos 30 anos, de maneira que tanto um vulgar operário como uma superestrela possam exigir bons salários. Temos de garantir os direitos essenciais a todos os cidadãos, em especial o direito à saúde. O que não podemos é chegar onde queremos distribuindo mais formação universitária a torto e a direito. Podemos estar apenas a vender bilhetes para empregos que já não existem, ou então que não asseguram salários de classe média”.
Não me digam que o homem não tem razão?!..."




Abraço!

Retrato de Portugal

Se estiveram atentos às notícias mais recentes ouviram falar na Pordata. Eu já vos tinha falado deste sítio (www.pordata.pt) onde se podem ver e cruzar várias informações muito interessantes sobre diferentes indicadores nacionais (e estrangeiros).

Está nas notícias pois lançou um e-book onde apresenta alguns desses dados, referentes a 2009. Desta publicação já sairam várias notícias sobre a justiça, literacia, tecnologia e outros. A parte da educação pode ser consultada em http://www.retrato-de-portugal.com/#/p10

É sempre interessante saber mais...



Abraço!

Patrões portugueses são menos qualificados que empregados

Não querendo ofender os patrões com menos habilitações literárias, pode ser esta uma das explicações para a falta de investimento/actualização das nossas empresas.

É uma notícia do Jornal i:

"A escolarização dos empregadores portugueses está abaixo do nível dos trabalhadores empregados. Mais de 70% do total de empregadores não foi além da escolaridade obrigatória (9.o ano). isto quando apenas 63% dos trabalhadores portugueses empregados por conta de outrem não passaram esse nível.

Além disso, e embora continuemos a registar os trabalhadores empregados menos qualificados dos 27 países da União Europeia, a melhoria entre estes tem sido maior que a registada entre os patrões portugueses. De 2000 a 2009, a taxa de empregados com qualificações entre o analfabetismo e o 9.o ano caiu 12 pontos percentuais, de 73,9% para 62,3%. Já a queda no lado dos empregadores não chegou aos 10 pontos, passando de 81,1% para 71,3%.

Este foi um dos principais problemas referidos ontem por Maria João Valente Rosa, directora do portal Pordata, a propósito do lançamento do livro "Retrato de Portugal - 2009", online desde ontem. A proporção é explicada pela realidade do tecido empresarial português, composto em 99% por empresas com menos de 250 trabalhadores. Segundo Maria João Rosa, "é deste tipo de empresas que falamos quando olhamos para estes números [de escolarização]".
A educação é um dos "sérios bloqueios em sectores muito importantes" em Portugal. "Partimos muito tarde, o que significa que temos que andar mais depressa que outros países para os apanhar", disse aos jornalistas, acrescentando que "se calhar a resposta [a este problema] está lá fora. É preciso atrair pessoas qualificadas." Mas há factores que afastam esse investimento no país, como é o caso da justiça, referiu. Segundos dados publicados no livro, os tribunais portugueses estão cada vez mais lentos: por cada 100 processos findos, mais de 184 ficam pendentes. O indicador tem vindo a piorar consideravelmente: em meados dos anos 90, esta percentagem rondava valores abaixo dos 80% - por cada 100, 80 ficavam pendentes.

retrato online "Espero que estes números façam sobretudo pensar", referiu Maria João Valente acerca do primeiro livro digital de estatísticas publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos. A ideia, esclareceu, é lançar uma edição a cada ano.

Esta primeira versão engloba um total de cerca de 130 indicadores, arrumados em 12 temas, à semelhança do que se encontra no site Pordata. Cada um dos indicadores do livro digital tem um link directo para os quadros estatísticos correspondentes no site."
 
 
 
 
Abraço!

Também conta como tempo de serviço e antiguidade?

Quem é que já se arrependeu de responder nos Censos que trabalha 35 horas semanais? Eu sugeri, como outros o fizeram, para porem o máximo...

Eu também trago a escola para casa! Mas não no sentido de arrastar comigo os problemas de lá. Há momentos para tudo.

Em casa faço a parte que é possível fazer fora da escola: planeio, invento, corrijo, edito, crio, investigo, reflicto e tudo o mais que muitos de nós fazemos.

Gosto do que faço, mas não sou (nem quero ser) escravo do trabalho. Nem só de trabalho vive o Professor Raro...

O artigo é interessante, mas quem vai acreditar nisto?

"Estudo revela que professores portugueses não conseguem desligar-se do trabalho fora da escola

Os professores portugueses não conseguem “recarregar baterias” após um dia de escola, mantendo-se sempre ligados ao trabalho, o que provoca “um desgaste enorme”, conclui um estudo hoje revelado.

Desenvolvido em 2010 no âmbito da tese de doutoramento da docente do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) Maria Alexandre Costa, este estudo visou estudar uma população que vivesse elevados níveis de stress e de que forma as actividades desenvolvidas nos tempos livres têm impacto no seu trabalho.

A docente escolheu um grupo de cem professores do ensino pré-universitário para tentar perceber qual a influência do tempo livre na produtividade destes profissionais.

“A maioria dos professores revela uma grande dificuldade em distanciar-se do trabalho”, disse, acrescentando que estes profissionais “levam muitas vezes trabalho para casa”, como correcção de testes e preparação de aulas, “mas também muitas preocupações”, como mau comportamento dos alunos.

Na sua opinião, os professores são incapazes de recarregar totalmente as baterias e, por estarem sujeitos a níveis elevados de stress, “o desgaste é tal que pode já não ser possível algum dia recuperá-las”, podendo-se comparar a “uma bateria viciada”.

Maria Alexandre Costa acrescenta que os professores “têm maior dificuldade em se envolver em actividades de recuperação" (relaxamento), porque muitas vezes “são confrontados em casa com situações similares às vividas durante o dia de trabalho”, como, por exemplo, explicações/orientações aos filhos.

Na sua opinião, o segredo “é encontrar formas de relaxamento que são próprias para cada pessoa”, porque “quanto maior é o desgaste de um dia de trabalho, mais difícil é relaxar, embora haja uma maior necessidade de o fazer”.

O estudo conclui também que a segunda-feira é o dia mais difícil para os professores, porque é quando “os profissionais se sentem menos relaxados”.

Para a docente, esta é uma conclusão “curiosa”, uma vez que, apesar de ser o dia seguinte ao maior período da semana destinado aos tempos livres, apresenta-se como aquele em que “os professores mais rapidamente perdem esse relaxamento”.

O estudo permitiu também concluir que “à sexta-feira há recuperação de relaxamento” (distanciamento psicológico da actividade profissional), referiu a docente, que interpreta este dado como “o efeito de contaminação do fim-de-semana”.

Para realizar este estudo, Maria Alexandre Costa acompanhou os professores durante duas semanas, colocando-lhes questões antes do início do trabalho, “logo pelas 08h00”, e ao final da jornada “para avaliar como correu o dia de trabalho”."


Abraço!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Mais uma forma de Educar crianças

Calma. quando comecei a ler vieram-me logo várias ideias contrárias ao que lia, que não podia ser be assim. Mas depois lá vem a ressalva que não é uma táctica para usar em todos os casos.

"Simplesmente não lhes ligar

Ignorar uma atitude é uma das melhores formas de levar ao seu desaparecimento. Se a criança percebe que determinado comportamento não está a produzir os efeitos desejados, acaba por o abandonar. Tal como dar atenção é uma das principais armas ao nosso dispor quando pretendemos estimular a criança a portar-se bem, também o inverso é verdade: não dar atenção é uma das melhores formas de levar os nossos filhos a eliminarem comportamentos incorrectos.

Ignorar é mais fácil que outras atitudes possíveis, por exemplo, pôr de castigo. É também uma atitude que exige pouco esforço por parte dos pais, porque não envolve contacto físico, verbal ou visual com a criança.

Como é óbvio, apenas podemos usar esta estratégia quando a saúde ou a segurança da criança não está em risco. É uma forma inteligente de não termos que estar constantemente a repreender os nossos filhos por pequenas coisas que eles fazem propositadamente para nos provocar, como quando fazem caretas, lançam olhares, deitam a língua de fora, chamam a atenção, fazem birras ou choram por tudo e por nada.

Não deve ser uma estratégia a utilizar quando as faltas são mais graves, como, por exemplo, quando dizem palavrões, insultam, fazem gestos grosseiros, batem nos irmãos, correm ao atravessar a estrada ou desobedecem deliberadamente aos pais."
Paulo Oom - Jornal i


Abraço!

De novo a autonomia das Escolas

Sou dos que acredita que isto vai acontecer. Que vamos chegar ao ponto em que as Escolas vão ter voz activa na Educação, vão poder fazer como pensam ser melhor. Mas que também vão ter que apresentar resultados!

E por aqui anda a contratação dos Professores: se uma escola vai ter que justificar os seus resultados, vai ter que poder contratar quem quiser, tem que poder acreditar no seu grupo de trabalho.

Já estão a pensar "cunhas e mais cunhas"? Até acredito que sim, mas nem todos temos cunhas, vão sobrar lugares. Onde? Não sei. Mas depois as escolas vão ter que apresentar resultados. E o filho do amigo ou do sr. fulano de tal pode ter cunha mas ser incompetente... E que tal uma política de compensação por um trabalho bem feito? Quem faz mais e melhor tem que ter tratamento preferêncial...

É claro que isto levanta muitas mais questões e até pode entrar a ideia dos "cheque-ensino" já falada por Passos Coelho: financia-se o aluno e não a Escola. Seja pública ou privada os pais podem decidir (pelo menos parcialmente pois podem não haver vagas ou as escolas rejeitarem quem não quiserem...) onde matricular os filhos. E onde se matricularem levam o "cheque" para pagar o seu Ensino.

Mas deixando as "reflexões" por aqui, deixo-vos um artigo do Público:

"Autonomia das escolas será o passo mais importante"

Investigador e ex-secretário de Estado da Educação do PSD, Joaquim Azevedo diz que o próximo titular da pasta de Educação devia dar prioridade à autonomia das escolas. "É possível avançar-se bastante mais neste domínio e criar um sistema de responsabilidade", defende.

Quais as medidas que considera obrigatórias para o próximo titular da pasta da Educação, não esquecendo a situação em que o país vive?
Penso que há condições, porque não depende sobretudo de recursos financeiros, para se introduzir muito mais autonomia nas escolas e promover a contratualização com todas as escolas integradas no serviço público de educação. Defendo que todas as escolas integradas no sistema público de educação devem ter autonomia de gestão, pedagógica, de contratação de professores. É possível avançar-se bastante mais neste domínio e criar um sistema de responsabilidade. Essa é a grande questão em todas áreas: criar sistemas de responsabilidades que impeçam desmandos ou desorientações. Temos muitas falhas a esse nível. É preciso um novo compromisso social pela educação, que envolva professores, alunos, pais, autarquias.

Como é que a autonomia poderá beneficiar as aprendizagens dos alunos?

Há um primeiro esforço que é o de identificar os responsáveis pela promoção de melhores aprendizagens. E os responsáveis são cada escola e o conjunto dos seus autores. Depois é preciso atribuir-lhes as competências para tal e concentrá-las neles e isso pode fazer-se através de um mecanismo de contratualização. E depois de esta estar concretizada tem que se pedir às escolas que se coloquem numa rota de melhoria gradual. O objectivo da contratualização deve ser o de exigir que as escolas melhorem gradualmente as suas aprendizagens e isto deve estar inserido num sistema claro de responsabilidade, não pode ser uma coisa diluída.

A autonomia é então mais importante do que uma reforma curricular ou a revisão dos programas em vigor?

Já fizemos muitas alterações. Esse é um aspecto secundário. Pode-se redimensionar o currículo nacional, mas isso só por si não altera nada. Pode-se apontar um horizonte, como fez a actual ministra com as metas de aprendizagem [definição do que os alunos devem saber no final de cada ano]. Mas o problema permanece: como é que se chega lá? É bom que exista uma clarificação das metas porque isso ajuda também a criar um sistema de responsabilidade. Mas é cada escola que tem de olhar sobre si própria e promover uma reflexão interna, que envolva toda a comunidade, para perceber onde pode melhorar e o quê, e fazer isso ano a ano.

No quadro de contenção que sairá das conversações com o FMI será possível prosseguir medidas como, por exemplo, o alargamento da escolaridade obrigatória até aos 18 anos?

Falta saber se o programa de contenção vai ser aplicado cegamente ou se serão acautelados dois ou três sectores, como a educação, a saúde, a solidariedade social. É possível distinguir. Por outro lado, o sistema continua a ter possibilidades de realização de alguma racionalização, de economias de escala. Mas não como se fez através de mega-agrupamentos, que estão a destruir a qualidade da direcção das escolas. É possível ir buscar economias de um lado para investir no outro. É evidente que a qualificação ao nível secundário tem de ser uma prioridade. A última coisa que devemos fazer neste contexto é baixar a qualificação das pessoas porque temos de fazer face à crise, mas também temos de pensar simultaneamente como vamos sair dela e a educação e qualificação das pessoas são fundamentais para se sair bem da crise.

Das medidas adoptadas por Isabel Alçada qual destacaria?

O foco nas metas de aprendizagem foi útil."


Abraço!