domingo, 31 de julho de 2011

EFA's: Novas turmas suspensas

Abrir novas turmas só com garantia de financiamento parece-me bem e ninguém discorda. O problema é a confusão e a falta de uma orientação que dê confiança.

Quando estava tudo alinhado com as turmas e docentes distribuídos, lá vem o balde de água fria: não há garantia das novas turmas  de EFA (Educação e Formação de Adultos). E quem já estava destinado a leccionar nessas turmas? Pois é, as Escola, mais uma vez, vão ter que se desenrascar! E sozinhas, pois com orientações destas...


"Ministério suspende novas turmas para adultos




As escolas só poderão abrir novas turmas dos cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA) quando estiver garantido o financiamento por parte do Programa Operacional Potencial Humano (POPH), que gere o financiamento oriundo do Fundo Social Europeu, confirmou ontem o Ministério da Educação e Ciência.

"Haverá novas turmas quando houver financiamento, o que acontecerá ainda este ano lectivo, mas não já", garantiu ao PÚBLICO a assessora de imprensa do MEC. Esta informação já está a ser divulgada pela Direcção Regional de Lisboa e Vale do Tejo (DRLVT), mas ainda não chegou a escolas de outras regiões do país.

Nos cursos EFA estavam inscritos, no ano passado, cerca de 78 mil pessoas. Por causa de uma nova circular da DRLVT, vários directores e professores acreditaram que podiam avançar para a abertura de novas turmas. Agora a confusão parece instalada.

O primeiro comunicado da DRLVT foi feito na quarta-feira. Precisamente o último dia do prazo dado às direcções de escolas e agrupamentos para indicarem à Direcção-Geral de Recursos Humanos da Educação (DGRHE) quais os professores sem componente lectiva no próximo ano - depois de conhecido o número de alunos inscritos e os respectivos cursos.

"Aqui na escola já tínhamos tudo apurado quando chegou a informação de que não abririam para já as novas turmas dos cursos EFA - foi um momento de forte impacte emocional, porque de um momento para o outro, sem que nada o fizesse prever, mais dois professores ficaram com horário zero e obrigados a concorrer para Destacamento por Ausência de Componente Lectiva (DACL)", descreveu ontem, em declarações ao PÚBLICO, José António Sousa, director da Escola Secundária D. Dinis, de Lisboa.

Ao fim do dia de anteontem viveu-se um segundo momento de confusão, graças a uma segunda nota da DRLVT em que se informava que "as ofertas de dupla certificação de jovens e adultos integrados no Sistema Nacional de Qualificações (CEF, EFA, cursos profissionais e formações modulares certificadas) não sofrerão qualquer alteração para o próximo ano lectivo, face ao que estava planeado". No blogue de Paulo Guinote, por exemplo, a afirmação foi interpretada como um recuo do Governo e José António Sousa admite que o mesmo tenha acontecido em vários estabelecimentos de ensino.

"Num primeiro momento, eu próprio pensei que era assim", admite o director da Secundária D. Dinis que, depois de pedir um novo esclarecimento, foi informado pela DRELVT de que não havia alterações "em termos de matéria curricular, mas que as escolas deveriam continuar a aguardar autorização para abertura de novas turmas e afectação de recursos humanos nos casos dos cursos de EFA".

Apesar de não dispor de mais informação, José António Sousa disse-se convicto de que não se trata de acabar com os cursos, mas de um mero adiamento que, se ficar resolvido até meados do mês, "permitirá recuperar os professores agora dispensados". Só na Secundária D. Dinis estão inscritos cerca de cem alunos para novas turmas.

"Manda o bom senso que só se abram primeiras turmas depois da candidatura ser aprovada", comenta Manuel Pereira, dirigente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares."



Abraço!

sábado, 30 de julho de 2011

Nova ADD: Princípios gerais

Por estas linhas não se tem grandes certezas, teremos que esperar pelas negociações com os sindicatos para sabermos mais.

Ontem já destaquei as novidades mais interessantes. Agora deixo-as todas:

"PRINCÍPIOS GERAIS DE PROPOSTA DE
NOVO MODELO DE
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DOCENTE


Esta proposta de princípios gerais baseia-se na experiência dos últimos anos de avaliação, procura
lançar novas bases num processo de avaliação justo, de forma a ultrapassar os problemas
detectados nos últimos anos. Queremos iniciar tranquilamente o novo ano lectivo com um novo
modelo de avaliação aprovado em que os professores, directores de escola e Ministério, se revejam.

1.º Princípio. Enquanto não se implementar um novo processo de avaliação, o MEC salienta que
NINGUÉM SERÁ PREJUDICADO na fase de transição.
Após o próximo ciclo de avaliação, com o novo modelo, os professores poderão optar pela melhor
classificação obtida num dos ciclos já realizados. Deste modo, no futuro e aquando do
descongelamento da carreira, nenhum professor avaliado pelo modelo actual será prejudicado.

2.º Princípio. OS CICLOS DE AVALIAÇÃO SERÃO MAIS LONGOS, de forma a permitir uma maior
tranquilidade da vida das escolas e a possibilidade de todos os professores participarem no processo
sem atropelos e sem concentração do trabalho avaliativo sobre todos os professores. (Os ciclos
coincidirão com a duração dos escalões da carreira docente.

3.º Princípio. O PROCESSO SERÁ DESBUROCRATIZADO, baseando-se em elementos simples para o
avaliado – Programa Educativo do Professor e Relatório de Auto-Avaliação.

4.º Princípio. HIERARQUIZAÇÃO DA AVALIAÇÃO com REFERÊNCIA EXTERNA, a fim de eliminar
conflitos de interesses entre avaliadores e avaliados. Os avaliadores terão de pertencer a um escalão
mais avançado que os dos respectivos avaliados. As aulas observadas serão efectuadas por
professores do mesmo grupo disciplinar, mas exteriores à escola do professor avaliado.

5.º Princípio. VALORIZAÇÃO DAS COMPONENTES CIENTÍFICA E PEDAGÓGICA em sala de aula, tendo em vista a melhoria dos resultados escolares.

6.º Princípio. O estabelecimento de um QUADRO OBJECTIVO DE ISENÇÕES DE AVALIAÇÃO, para
situações concretas;

7.º Princípio. Um SISTEMA DE ARBITRAGEM expedito para os recursos."
Público

Abraço!

ADD: Ai as quotas, as quotas...

Não se mexe, são iguais para toda a função pública! E já está justificado...

Afinal somos ou não equiparados à função pública no geral?

Correndo o risco de já estar desactualizado, não há um lei qualquer que não permite que se façam mais do que 3 contratos para os funcionários públicos? Depois desses 3 entra para os quadros ou não tem mais contratos? (Desta não tenho a certeza...)

E no fim de um contrato não recebem compensação por caducidade desse? A mesma que nos querem tirar?

E não podem meter férias durante o ano e não só em Agosto como nós?

E um lugar de chefia não garante ao chefe realmente mandar?

E recebem horas extras com base em 22 horas em vez das 35?

Quem quiser pode juntar outras...

Somos função pública "geral" e/ou"particular" conforme querem...

E será que vai ser pelas quatas que o caldo vai entornar?

"Avaliação docente. Negociação tem tudo para dar errado



A negociação começa dentro de duas semanas, mas quem souber ler nas entrelinhas já consegue adivinhar que os sindicatos e o ministro da Educação e Ciência dificilmente vão chegar a um acordo sobre o novo modelo de avaliação dos professores para o próximo ano lectivo. Não estão em causa as orientações gerais ontem apresentadas aos 14 sindicatos e federações no Palácio das Laranjeiras, mas um princípio-base de que nenhuma das partes está disposta a abdicar - as quotas para restringir as classificações mais altas.

Esse calcanhar de Aquiles, aliás, nem sequer foi discutido em pormenor entre Nuno Crato e os sindicalistas. Foi quase um assunto tabu, mas, apesar do silêncio, cada um sabe o que o outro pensa. Basta ouvir ambas as partes. Nuno Crato, não querendo desvendar tudo o que vai fazer, vai avisando desde já que as "quotas são a regulamentação para toda a administração pública". É o mesmo que dizer que os professores não são casos especiais nem merecem regimes de excepção: "Se calhar temos de regulamentar até como uma forma de incentivar os melhores."

Do outro lado está o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, que antes sequer de se sentar à mesa com o ministro da Educação sabe à partida que, se a tutela insistir nas quotas, "é certo e sabido que não haverá acordo". Está em causa um "sistema injusto" que "estrangula" a carreira de um professor excelente de uma escola e permite a ascensão de um outro colega só porque teve a sorte de frequentar um agrupamento com mais vagas para as notas altas, diz o sindicalista para justificar o finca-pé.

E pronto. Estão reunidas boa parte das condições para este processo continuar a arrastar- -se por tempos infinitos. A guerra na avaliação já atravessou três reinados - começou em 2007, com a ex-ministra Maria de Lurdes Rodrigues, atravessou a tutela de Isabel Alçada e agora resta saber se vai ultrapassar o ministério de Crato.

Está tudo em aberto, até porque os pormenores do novo modelo só vão ser conhecidos no dia 12 de Agosto. Ontem apenas foram apresentadas as linhas gerais do próximo sistema de avaliação. E foram tão gerais que os sindicatos nem sequer conseguiram perceber se estavam perante uma alternativa melhor ou pior que antes. Para os sindicalistas, os sete princípios do novo modelo apresentados pelo ministro tanto podem ser "bons como maus"; diferentes como iguais ao que já existe; "tudo ou nada". Os sindicatos saíram ontem da reunião com um certo desencanto por levarem para casa uma folha A4 com pouco mais de meia dúzia de tópicos.

"O que o ministro apresentou foram princípios tão genéricos que tanto dá para estar de acordo como para criar dúvidas", conta João Dias da Silva, dirigente da Federação Nacional da Educação. Importa pois discutir como vão ser "operacionalizadas" todas as ideias que a tutela quer introduzir no novo modelo, e portanto será preciso esperar pelas três rondas negociais que começam a 22 de Agosto e terminam a 9 de Setembro.

O ministro queria concluir a negociação até 31 de Agosto e a tempo de aplicar o novo modelo no início do ano lectivo, mas acabou por ceder às exigências sindicais. As férias dos professores são um entrave ao processo, já que os sindicalistas não abdicam da consulta à classe docente antes de partirem para qualquer entendimento. "Percebemos esse ponto de vista e estendemos o prazo, mas mesmo assim estou convencido de que vai ser possível chegar a um acordo no início do ano lectivo para que os professores possam recuperar a tranquilidade", explicou Nuno Crato.

Só que ninguém consegue garantir um desfecho feliz para esta novela, apesar de João Dias da Silva até apontar alguns pontos de partida que estão em sintonia com as reivindicações dos professores. Os ciclos de avaliação vão ser adaptados aos escalões da carreira, o que significa que, em vez de acontecer de dois em dois anos, a avaliação passará a ser em média de quatro em quatro.

Resta saber o resto, alerta o dirigente da FNE, esperando um modelo menos burocrático e "mais centrado na componente científica e pedagógica dos docentes"."


Abraço!

Elevar a fasquia!

Li este texto de Ana Santiago no Expresso. Na ideia ficou-me o "elevar a fasquia":
se pedirmos 2, os alunos dão-nos 1; Se pedirmos 4, dou-nos 2 ou 3; Se pedirmos 5...


Eu sei, tal como vós, que não é assim tão linear.


Se eu pedir 4 mas o meu colega da mesma disciplina pedir 3 cria-se logo um grande problema: vão protestar porque os outros fazem menos e têm melhores notas, porque a professora dos outros é que é "fixe", os pais não vão gostar de ver os filhos com notas piores do que os outros que tinham um professor que facilita... 


E para pedirmos mais temos que dar mais. E todos estamos dispostos a dar mais? Muitos de nós já dão muito, não podem dar muito mais. Outros dão o suficiente e estão tão enraivecidos com a Escola que nem querem dar mais. Outros ainda pouco dão, mas ninguém os chateia pois inflacionam as notas finais e é isso que os pais, alunos e direcção querem na maior parte das vezes.


Tenho alguma experiência de Ensino. Todos os anos ouço: "o professor é muito exigente". E todos os anos respondo: "não exijo nada que não vos dê!" O ano vai avançando, os alunos vão-se adaptando e muitos acabam por gostar. Outros claro que nem tanto, pois isso de eu exigir dá-lhes muito trabalho...


Mas estou sempre a aprender. Ainda este ano fui obrigado a questionar uma ou outra parte do meu "professor", o que me levou a limar já umas arestas e a deixar outras para limar no próximo ano.


Nos tempos que era mais assíduo na missa, lembro-me de ouvir qualquer coisa deste género: "se queres ser santo basta que te livres de um defeito/pecado por ano..."


"Educação: foco nas soluções para melhorar resultados


Os resultados dos exames nacionais do 9º ano, nomeadamente de Língua Portuguesa e Matemática, ficaram muito aquém do desejável. Aliás, foram considerados os piores dos últimos anos. Se continuarmos assim, que profissionais vamos ter amanhã no mercado de trabalho? 

Somos responsáveis por estes resultados


As últimas notícias sobre esta matéria dão-nos conta que os pais estão preocupados com estes resultados e que a Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação pede medidas urgentes por parte do Ministério da Educação. Por sua vez, o Ministro da Educação, Nuno Crato admitiu em conferência de imprensa que "as deficiências consistentemente verificadas mostram o muito trabalho que é necessário realizar para o progresso " naquelas disciplinas, cujo ensino será reforçado nos 2.º e 3.º ciclos.
De facto, talvez este seja o momento certo para repensar as políticas educativas que têm sido adotadas e encontrar soluções que visem melhorar efetivamente a educação em Portugal, com vista a obtermos resultados mais positivos no futuro.
Agora, é preciso não esquecer que esses resultados só serão alcançados se todos os agentes do sistema educativo, e até mesmo da sociedade civil, se empenharem nessa causa.  

Precisamos de "elevar a fasquia"


Recordo-me várias vezes da lição de um professor que tive no 9º ano sobre o "elevar a fasquia" quando nos queixávamos, enquanto estudantes, dos inúmeros trabalhos que ele nos exigia. Esse professor esticava o braço e dizia qualquer coisa como isto: "pois, mas se eu vos peço até aqui (e apontava para o cotovelo), vocês fazem até aqui (e apontava para o meio do ante-braço), se eu vos pedir mais (e apontava para o ombro), acabam por chegar onde eu quero".
Precisamos de "elevar a fasquia" na educação, ela está muito baixa. Se não o fizermos, os resultados serão cada vez mais medíocres na escola e, consequentemente, no mundo laboral.
Um país de alto rendimento constrói-se com organizações de alto rendimento e, por conseguinte, com pessoas de alto rendimento. 

Encontrar soluções para obter melhores resultados


Porque um problema deve ser transformado num desafio e um desafio deve ser o ponto de partida para encontro de soluções, os resultados dos exames nacionais que acabamos de conhecer devem servir de alavanca à adopção de uma nova atitude, de uma nova forma de estar e fazer.
Já agora, e porque para encontrar soluções às vezes temos que sair da nossa zona de conforto, fica aqui este pequeno vídeo extraído do filme "The Ron Clark Story":



Abraço!

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Nova ADD não elemina efeitos da antiga neste concurso

Andava no ar a ideia que a avaliação do ano passado ia ser "anulada" e os asteriscos iam desaparecer.

Pelos vistos não. Na TSF pode-se ler que "relativamente aos concursos para professores contratados está tudo feito e por isso não haverá alterações. No próximo ano logo se verá."

As cotas são para manter, os ciclos de avaliação passam a ser de 4 anos (depreendo que só para os Quadros, mas...), passamos a ser avaliados por colegas do mesmo grupo mas de fora da Escola, será dado mais peso aos aspectos pedagógicos da ADD (pelo menos é a impressão que me fica do que li) e outras alterações que com mais tempo deixarei aqui no blogue.

Abraço!

ADD: se o problema fosse só as quotas...

Há muita coisa má nesta ADD. Outra virá, que só pode ser melhor (vamos lá ver se não vou ter que morder a língua quando faço esta afirmação), mas nunca perfeita. Nunca vai agradar a 100%. Uns vão gostar mias, outros menos e outros nunca irão gostar.

Defendo a necessidade da avaliação. Mais do que para dizer que "a" é melhor do que "b", devia servir para identificar os maus profissionais, dar-lhes a oportunidade de melhorarem e, se não conseguirem, serem dispensados.

Mas é claro que se olho para o lado e vejo um colega que pouco faz para melhorar, quero ser distinguido dele. Agrada-me a ideia de não sermos metidos todos no mesmo saco. Se não for mais nada recebermos uma pancadinha nas costas do Director a dizer que gostou do nosso trabalho. Mas gosto mais do que isso, tal como vocês.

Com esta ADD todos conhecemos o caso do professor tal que "ensaiou" muito bem as aulas assistidas e faz (ou, quem sabe, outros fizeram e ele apresenta) uns papéis muito giros, organiza uma actividade vistosa, etc e tal, sempre dentro dos parâmetros da avaliação como interessa, e lá tem a nota que nós queríamos ter... E eles é que são espertos!

"Quotas podem perturbar negociação do novo modelo de avaliação docente

As quotas para as classificações de mérito poderão ser a pedra no sapato nas negociações para o novo modelo de avaliação de professores, que hoje terão o seu preâmbulo. Tanto o novo ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, como os principais sindicatos de professores, convergem que uma das referências para o novo modelo seja o que se encontra em vigor no ensino particular e cooperativo.





É o que se encontra previsto no programa do novo Governo e foi o modelo em vigor no ensino particular e cooperativo que moldou um projecto de resolução apresentado pelo CDS na anterior legislatura, e que foi aprovado pelo Parlamento em Março passado."É um bom ponto de partida. Não tem quotas e tem ciclos avaliativos mais longos, de quatro anos", resumiu ontem ao PÚBLICO o secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira.

O problema é que a ausência de quotas dificilmente poderá ser importada para um modelo de avaliação dos professores do ensino público, a não ser que Nuno Crato consiga que lhes seja aplicado um regime distinto daquele que se encontra em vigor para toda a Administração Pública. O chamado Sistema Integrado de Gestão e Avaliação de Desempenho da Administração Pública (SIADAP), aprovado em 2007, estabelece percentagens máximas para a atribuição das classificações mais elevadas. São as chamadas quotas, justificadas para permitir uma "diferenciação de desempenhos", mas cuja aplicação se traduziu também em poupança antes do congelamento da progressão nas carreiras.

As classificações de mérito permitem uma progressão mais rápida. As percentagens estipuladas no modelo de avaliação em vigor decalcam as existentes para o resto da administração pública. As classificações de Muito Bom não podem exceder os 20 por cento e as Excelente os cinco por cento. Esta questão não é abordada nos projectos de resolução do CDS e do PSD que foram aprovados na anterior legislatura. Nuno Crato já anunciou que o novo modelo que irá propor não se limita a ser apenas mais uns remendos ao actual, mas sim que se traduzirá numa "reforma profunda" deste.

Estará garantido que desaparece a avaliação interpares, que segundo professores e directores envenenou o ambiente nas escolas nestes último ano. Existirá uma avaliação hierarquizada. No seu projecto, aprovado pelo Parlamento, o CDS recomendava que esta fosse centrada no conselho pedagógico. A avaliação, em vez de ser feita de dois em dois anos, deverá ser realizada em ciclos de quatros anos, que coincidem com o tempo médio em cada escalão. O projecto do CDS recomendava também que, à semelhança do que sucede no ensino particular e cooperativo, a avaliação seja baseada num documento único de auto-avaliação.

A elaboração deste documento contou com o contributo do actual secretário de Estado da Educação e da Administração Educativa, João Casanova. Na altura era chefe de gabinete do grupo parlamentar do CDS. No ministério de Crato é ele que tem a pasta da avaliação de desempenho docente e deverá ser, por isso, uma das figuras centrais da equipa de negociação ministerial, que será hoje apresentada aos sindicatos.

Na reunião com os sindicatos serão também apresentadas as linhas gerais do novo modelo e uma proposta de calendário negocial. A Fenprof já fez saber que este não poderá incluir o mês de Agosto "por se tratar de um período de férias para os docentes", mas as expectativas à partida são "boas", diz Mário Nogueira: "Esperamos que não desiludam os professores"."

Abraço!

DACL: Atenção colegas, novas datas

Na busca de informações sobre as datas dos concursos dos contratados, reparei que as manifestações de preferências para os DACL têm novo calendário: de 1 a 5 de Agosto.

Quanto às datas que me interessam, como "reles" contratado que pode ser descartado a qualquer hora, não vi novidades.

Abraço!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

As escolas desistiram de ensinar português?

O título é sugestivo.

O texto apresenta queixas de facilitismo. 

É este o Português na Escola?

Para ler, filtrar o que interessa e pensar.


"As escolas desistiram de ensinar português?

Henrique Raposo (www.expresso.pt)


Às vezes, a realidade é demasiado alucinada. Às vezes, nós lemos e ouvimos uma coisa, mas fingimos que não ouvimos nada. Há dias, a grande Maria do Carmo Vieira escreveu um artigo no Público. Dizia assim: "... em 2002 (e, agora, em 2011), peritos e militantes da nova ideologia pedagógica, incluindo a Associação de Professores de Português, acusaram a literatura de prejudicar o estudo da língua e impedir o trabalho com a oralidade, defendendo, com intransigência, o desaparecimento da literatura dos programas e a exclusividade de textos utilitários e informativos" . Bom, perante isto, uma pessoa não acredita à primeira. Tem de reler para confirmar. E, depois da segunda leitura, só há uma coisa a dizer: esta gente devia ser banida das escolas. A associação de professores da língua portuguesa está a dizer que os escritores da língua portuguesa são um empecilho às aulas de português. Caramba, isto é um episódio dos Monty Python no meio da realidade. Isto é a realidade transformada numa comédia do absurdo.

Como se isto não fosse suficiente, parece que os testes passaram a ser de cruzinhas. Parece que o ato de ler e o ato de escrever estão a ser banidos das aulas de português. Estas pedagogias pós-moderninhas da treta estão a criar pessoas sem a capacidade de pensar, sem a capacidade de imaginar coisas além daquilo que veem na TV. Não por acaso, estes pedagogos pós-moderninhos impõem os Morangos com Açúcar como assunto de estudo nas aulas de português. Romances? Não. Telenovelas juvenis é que é. Poesia de Camões? Não, isso da linguagem simbólica é muito puxado. Aparição? É, pá, não, porque as crianças ainda ficavam traumatizadas com o assassínio da galinha.

No meio disto tudo, a esperança é só uma: os verdadeiros professores de português não se revêem nesta posição da excelsa Associação de Professores de Português. Ou será que a nova vaga de professores olha para Maria do Carmo Vieira com desdém? Digam-me que não."

Abraço!

Pois, a Educação Física...

... só serve para estragar a média dos meninos. Quem é que se lembrou de a por a contar para a média? Daqui a pouco ainda vão exigir que a menina estrague uma unha ou que não possa pintar-se a meio da aula...

A ironia não anda assim tão longe da verdade.

Como professor desta área conheço bem casos de quem nada faz e que pede muito na avaliação.

Se um aluno tem dificuldades mas tenta e aplica-se para fazer o melhor que lhe é possível tem uma nota. Se um aluno que nem sequer tenta, queixa-se todas as aulas, apresenta umas desculpas para não se esforçar, etc e tal, tem que ter outra!

Eu não tenho turmas do secundário há muito tempo, pelo que ainda não senti estes casos dos mais "crescidinhos". Mas os colegas que os têm não lhes querem mal, e não atribuem notas para os prejudicar. E são sensíveis às situações em que os alunos têm doenças ou incapacidades. São também sensíveis à perseverança,  empenho, gosto pela superação, dedicação, esforço, educação, comportamento e tudo mais que também está contemplado nos critérios de avaliação da disciplina...

Esta cultura actual de pouco esforço revela-se, e de que maneira, nas aulas de Educação Física. Num exercício de memória vem-me à cabeça os tempos em que era aluno: só não ia à Escola se estivesse mesmo de cama. E não era de cama por uma constipaçãozita ou uma dor de cabeça. Se ficava de cama é porque era mesmo necessário. E só não fazia a parte prática de Educação Física se não fosse à Escola!

Hoje em dia recebo os mais variados recados na caderneta: "passou mal a noite, cansou-se muito no treino, vai ter jogo hoje e não se pode cansar" e outras que tais que, quem é desta área, bem conhece. Há um grande abuso para se fugir ao que não se gosta. Mexam-se: pela vossa saúde! (E neste caso, pela vossa nota!)



"Tem 19 valores só com aulas teóricas

Uma aluna do 10º ano da Escola Dr. João de Brito Camacho, em Almodôvar, viu a nota de Educação Física subir de 17 para 19 valores, após ter recorrido. A estudante é filha da vice-presidente da direcção da escola. A decisão da subida de nota deixou indignados vários professores, que denunciam pressões sobre a docente de Educação Física. Edite Sousa, vice-presidente, garante ao CM que não fez "qualquer pressão" e que se limitou a recorrer, "tal como prevê a lei". "A minha filha é uma aluna como outra qualquer", diz.

A aluna apresentou atestado médico por ser asmática e ficou dispensada da actividade física nos 2º e 3º períodos, tendo sido avaliada pela componente teórica. Teve 14 no 1º período e 16 no 2º, subindo para 19 no final do ano, após o recurso. As notas do 10º ano contam para a média de acesso ao Ensino Superior.

"A asma não é uma doença impeditiva da actividade física, e nas doses certas, até pode minorar o problema", explica ao CM João Lourenço, presidente do Conselho Nacional das Associações de Professores e Profissionais de Educação Física. Sem se pronunciar sobre o caso em concreto, João Lourenço refere que o atestado a declarar que o aluno tem asma "não é suficiente", pois "o médico tem de precisar que tipo de movimentos o aluno não pode fazer. Se não pode fazer qualquer movimento, então fica dispensado de toda a actividade física".

O recurso apresentado pela aluna foi analisado no Conselho de Turma. "Aceitaram subir a nota porque sabiam que, se não o fizessem, o assunto ia a Conselho Pedagógico [CP], e subia à mesma", afirma um docente da escola de Almodôvar. O CP é dirigido pelo director de escola e é formado pelos coordenadores de departamento, escolhidos pelo director."
Correio da Manhã

Abraço!

ADD: o que esperar das linhas apresentadas amanhã

No Diário de Notícias pode-se ler que "a FENPROF, maior estrutura sindical do sector, já emitiu um comunicado onde, com base na convocatória da reunião, conclui que o Governo se prepara para manter o actual modelo de avaliação, mudando apenas o regulamento, opção com o qual diz discordar."

Se tal se concretizar não nos deve servir de muito. 

De qualquer modo nunca vai agradar a todos, de certeza.

Mas também se fala numa aproximação ao modelo de avaliação do Ensino Privado, como se pode ler nesta notícia:

"Avaliação docente. Ministro usa trunfo privado que causa inveja no público

Dar liberdade às escolas para decidir como avaliar os seus professores é a grande virtude do privado, reconhecem sindicatos e associações



Qualquer que seja o novo modelo de avaliação de desempenho docente que o ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, apresentar amanhã, não há hipótese de fazer toda a gente feliz. "Haverá sempre uma parte da classe que irá contestar a sua proposta porque esta matéria é muito controversa e é impossível de agradar a todos", avisa Manuel Pereira, da Associação Nacional de Dirigentes Escolares. A ambição será portanto conseguir o maior consenso possível e, por enquanto, o modelo usado no ensino particular e cooperativo parece uma das alternativas que reúnem o acordo nos dois lados da barricada.

De um lado está o ministro Nuno Crato e o próprio programa do governo, que admite usar o exemplo dos colégios e escolas privadas como uma das principais inspirações para criar um novo sistema de avaliação; do outro estão os sindicatos e as associações ou movimentos de professores, que até estão dispostos a aceitar este caminho, desde que seja uma "base de trabalho" ou um "ponto de partida" para se chegar a um resultado em que se incluam também outros modelos e sugestões da classe, esclarece Carlos Chagas, da Federação Nacional do Ensino e Investigação (FENEI).

O certo é que o modelo de avaliação do ensino privado é aceite como um bom princípio de conversa. Resta perceber o que tem este sistema para contentar a maioria. Ter uma matriz comum a todo o ensino que avalia as principais competências de um professor é uma característica que não o distingue do modelo utilizado actualmente no ensino público. Porém, deixar para cada escola a liberdade de decidir como quer avaliar e que peso pretende atribuir a cada uma das competências é a grande diferença e a principal virtude reconhecida por boa parte dos professores [ver tabela ao lado].

"Usar a mesma régua para medir todos os professores por igual é uma grande falácia que acontece com o actual modelo e que só cria injustiças, tendo em conta que cada escola tem as suas especificidades", alerta Jaime Pinho, um dos coordenadores do Movimento Escola Pública. Não é possível por em pé de igualdade uma escola rural e uma escola urbana ou uma escola com taxas de abandono elevadas num bairro periférico e uma escola no centro de uma cidade frequentada pelas classes média e alta.

Esse é o aviso de Jaime Pinho, que até está em sintonia com o que defende João Grancho, dirigente da Associação Nacional de Professores, mas apenas mediante condições: "Haverá sempre a necessidade de definir uma linha orientadora e a partir daí criar nuances adaptadas aos contextos de cada estabelecimento de ensino e de cada um, uma vez que a exigência de um professor em início de carreira não é igual a outro com mais experiência."

Essa é a lógica do modelo adoptado pelo ensino privado, explica Rodrigo Queiroz e Melo, director Executivo da Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo: "O nosso regulamento tem meia dúzia de artigos a definir o essencial, que são as aptidões que todos os professores são obrigados a ter. Não dizemos, por exemplo, quantos formulários ou fichas é preciso preencher e minimizamos o mais possível a carga burocrática."

Retirar aos professores a responsabilidade de avaliar os colegas é outra "virtude" do privado cobiçada no ensino público. "Este é também o caminho que a rede pública deve seguir", defende o sindicalista Carlos Chagas. Atribuir notas aos colegas com graduação superior foi aliás um dos grandes motivos que levou boa parte da classe a contestar o actual modelo. Ao delegar essa tarefa a uma comissão composta por docentes do mesmo departamento curricular e ainda pelo director parece ser um mal menor que sindicatos e associações estão dispostos a aceitar. "O que não podemos ter é por exemplo como aconteceu com o meu caso. Sou professor de História e fui avaliado por uma colega de Filosofia. A única vantagem que isso tem é poder lançar uma discussão filosófica sobre o meu desempenho", ironiza Jaime Pinho."

Abraço!

quarta-feira, 27 de julho de 2011

4 mil Professores destacados

Já nem somo aos números anteriores, era capaz de dar uma grande confusão.

Ouvi na TV que eram à volta de 3000 que voltavam às Escolas.

Há grupos em que os DAR (Destacamento por Aproximação à Residência) estão a regressar à Escola de origem, por isso nem os melhores contratados (com "melhores" quis dizer "mais graduados", embora se saiba que isto é uma grande mentira) vão ter lugar.

Não querendo ser pessimista exagerado, não estou a ver grande futuro para os contratados... Mas há situações em que prefiro estar errado!

"Há 4 mil professores destacados e a maioria vai voltar às escolas

Três em cada dez docentes estão a trabalhar nos serviços tutelados pela Educação



O ministro da Educação e Ciência (MEC) já avisou que a partir de Setembro quer que a maioria dos professores que foram destacados em 2007 para desempenhar outras funções regresse às suas escolas. Os docentes requisitados são, segundo os números da tutela, cerca de 4 mil. Os professores em mobilidade estão em todo o lado - nas escolas privadas e públicas, nas associações culturais e desportivas, nas autarquias, nas instituições privadas e até nas fundações. A maioria, porém, ocupa cargos nos serviços e nas entidades sob a alçada do MEC, onde três em cada dez docentes (600) estão nas direcções regionais ou centrais do ministério.

Quantos destes vão voltar a dar aulas é ainda uma incógnita, já que Nuno Crato prometeu avaliar caso a caso para não comprometer o funcionamento dos serviços. Para já, os únicos a escapar a esta regra são os docentes a trabalhar em instituições de ensino vocacionadas para alunos com necessidades especiais (cerca de 300 docentes) ou em hospitais e centros de saúde (50 docentes). Nas cinco direcções regionais de educação, contudo, as contas do ministro já estão feitas - dos cerca de 400 professores, 320 vão voltar ao ensino.

Os dados, recolhidos da lista da Direcção-Geral dos Recursos Humanos da Educação para o ano escolar 2010/2011, mostram que as entidades tuteladas por outros ministérios ocupam o segundo lugar do ranking: é para lares e centros de apoio geridos, por exemplo, pelo Ministério da Solidariedade e da Segurança Social, que trabalham 16% dos professores destacados.

Os agrupamentos escolares, os centros de Novas Oportunidades e ainda as escolas profissionais são o domicílio profissional "emprestado" para 11,6% dos professores em mobilidade. Há também cerca de 8% (163) a desempenhar funções em associações, cooperativas e fundações. Mas da lista constam exemplos curiosos: 31 foram destacados para associações de professores e outros 31 estão nas federações desportivas.

Resta saber que impacto terá o regresso destes professores na diminuição das vagas para os contratados que concorreram a uma vaga nas escolas no próximo ano lectivo. Há sempre um efeito dominó, defende Manuel Pereira, da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, que, contudo, não acredita que os professores em mobilidade provoquem grandes alterações no número de docentes a serem dispensados.

"No universo das escolas, os que estão destacados representam uma minoria, por isso, estou convencido que o seu regresso implicará apenas alguns reajustamentos", diz, acreditando ser esta uma "boa oportunidade" para redefinir as regras da mobilidade que "nunca foram muito claras". Por outro lado, o dirigente da Federação Nacional do Ensino e Investigação, Carlos Chagas, acredita que o ministério vai reforçar as disciplinas de Português e Matemática com os docentes que voltarem ao ensino: "É preciso que estes docentes sejam um trunfo para combater o insucesso escolar e apoiar os alunos com maiores dificuldades."



Abraço!

Há Escolas e Escolas, mas também há alunos e alunos...

Na continuação da mensagem sobre os "pais trafulheiros" que se "desunham" para inscrever os filhos em Escolas públicas mais "reputadas", surge esta, como se fosse um aviso. Isso de estar numa instituição de Ensino melhor é garante de bons resultados do educando?

Um mau aluno não fica bom por ingressar numa boa Escola. Se entra "manco" para uma turma de "atletas", como vai acompanhá-los? Se numa Escola "menos boa" o ritmo que é adoptado é o dos alunos fracos, numa escola "melhor" o ritmo é mais acelerado.

Mas se numa escola "menos boa" os alunos são "más companhias" e desencaminham os mais encaminhados, estes últimos têm toda a vantagem de se mudar para uma Escola melhor.

Quantos de nós já pensaram "se me conseguisse livrar deste, daquele e do amigo dele, esta turma ficava muito melhor!"

Um aluno mediano no meio de alunos com piores resultados até pode ter vantagem nas avaliações. Mas depois pode ser "penalizado" num exame nacional... "Em terra de cegos, quem tem olho é Rei".

Andar numa Escola melhor não é, por si só, a salvação. Onde fica o interesse, a vontade de ter sucesso, o empenhamento, a satisfação da superação, a vontade de ser alguém na vida...?


"Uma boa escola não faz um bom aluno

Directores avisam para o perigo de a liberdade de escolha segregar os alunos fracos de um lado e concentrar os bons alunos do outro



Associar o ranking dos exames às boas e más escolas é uma ilusão perversa, avisam directores

Estudar numa escola bem cotada é garantia para um aluno ter boas notas? Há pais que acreditam nisso, mas há também directores que asseguram não ser uma boa escola a fazer a diferença. "Sem esforço e trabalho nenhuma criança ou adolescente vai longe", avisa Rosário Gama, ex-directora da secundária Infanta D. Maria (Coimbra). "Os bons alunos sobrevivem em qualquer escola", defende Armandina Soares, do agrupamento de Vialonga, em Vila Franca de Xira.

É preciso perceber ainda o que é uma boa escola, já que os encarregados de educação têm tendência para se deixarem "iludir com os rankings nacionais", defende Carlos Santos, da secundária Joaquim de Carvalho, na Figueira da Foz, que também está entre as mais bem classificadas: "Os rankings são perversos porque surgem no abstracto e sem contexto." As médias das escolas com base nos exames nacionais só fazem sentido quando são bem explicadas, alerta o director: "Uma escola com mil exames, por exemplo, não pode competir com outra só com 100 provas."

Todos estes argumentos podem ser válidos, mas há uma boa parte dos encarregados de educação que insiste no seu direito em escolher a escola dos seus filhos. Desenvolver "progressivamente" as iniciativas de liberdade de escolha para as famílias face à oferta de ensino público e particular ou cooperativo é, aliás, uma das medidas que constam do programa deste governo.

Neste ponto, porém, nem todos os directores estão em sintonia. Manuel Esperança, director da secundária José Gomes Ferreira (Lisboa) e presidente do Conselho de Escolas, está convencido de que se um estabelecimento de ensino é procurado será sobretudo porque os encarregados de educação reconhecem o mérito. "Tenho, por exemplo, muitos pais que querem pôr os seus filhos nesta escola porque também já foram aqui alunos e já conhecem como é que funcionamos." Daí que defenda que um dos critérios para admitir novos alunos sejam as suas notas, não para os mais novos, mas para os que vão entrar no secundário: "Penso que seria mais justo do que, por exemplo, dar prioridade aos mais velhos, como acontece actualmente."

Armandina Soares alerta para o "perigo" que a liberdade de escolha pode provocar no ensino público, tendo em conta a "tendência de alguns directores" em querer "seleccionar" os melhores alunos: "Isso já acontece actualmente de forma mais ou menos encapotada. Mas, se caminharmos para a liberdade de escolha, esse fenómeno passa a ser a regra." Ao não terem capacidade para responder à procura, os estabelecimentos de ensino mais bem cotados vão passar a seleccionar: "Os pais dos melhores alunos até podem escolher; os restantes serão escolhidos pela escola."

Essa escolha por parte das escolas terá consequências, avisa a directora do agrupamento de escolas de Vialonga: "Os bons vão para um lado, os fracos para o outro; os desprotegidos de um lado, as classes média e alta de outro lado." E é assim que a escola pública vai perder uma das suas grandes virtudes, alerta Armandina Soares: "Corremos o risco de desvalorizar a diversidade social e cultural das escolas." Será uma escola mais pobre, defende Armandina Soares, em que os alunos deixam de ter oportunidade de "aprender e crescer" com a diferença.

Para António Pinto, da secundária D. Sancho I (Famalicão), a liberdade dos pais só pode ser assegurada em função da oferta da rede pública e da racionalização de custos: "As escolas devem ser complementares e a escolha orientada de acordo com os recursos existentes para não se cair no erro de ter um estabelecimento de ensino sobrelotado e outro quase sem turmas."


Abraço!

terça-feira, 26 de julho de 2011

Parte-se do princípio ou do fim? Ou do meio?

Os alunos sabem quase tudo e temos que descobrir o que não sabem.


Ou será que sabem quase nada e temos que ir descobrindo o que sabem?


E se soubermos o que ele tem que saber (um 20, na componente cognitiva - não se esqueçam do resto -  não é para um aluno perfeito, é para um aluno que sabe tudo o que é necessário saber para determinado teste ou prova) e partirmos daí?


Certamente ainda conhecem e/ou aplicam outro método...




"De 0 a 20 ou de 20 a 0?
Albano Estrela - Educare

Eu partia do princípio que o aluno entrava na prova a valer 0 e, pouco a pouco, eu ia tentando ver o que sabia. Eu não tirava, acrescentava.
Creio que foi em 1960 que eu compreendi a diferença que havia entre classificar um aluno de 0 a 20 ou de 20 a 0. Eu explico-me.

Naquele ano, eu prestava serviço de exames num liceu do Porto e integrava um júri de provas orais do 5.º ano dos liceus. O 5.º ano que estava dividido em duas secções: a de Letras e a de Ciências. A secção de Letras tinha quatro disciplinas: Português, Francês, Inglês e História. Como a dispensa das provas orais só era possível com a média de 16 valores, a maioria dos alunos acabavam por ter de as realizar.

Ora, nessa manhã, tínhamos um caso interessante, o de um aluno que tinha dispensado em Ciências com 17 valores e que vinha à oral de Letras com 15 valores. Com uma nota fraca em Português, boas notas em línguas estrangeiras e uma classificação excecional em História: 19,6 - enfim, um 20! E era exatamente pela História que ele ia começar. O examinador, um professor de outra época à beira da reforma, antes de começar a sua interrogação, folheara a prova escrita, sorrira-se e passara-ma para a mão: 'Não foi o colega que corrigiu esta prova, pois não?' Perante a minha negativa, adiantou-se um pouco mais: 'Francamente, darem 20 valores a um aluno... Se quiser dar uma vista de olhos, talvez chegue à mesma conclusão a que eu cheguei.' Como eu era de História (embora estivesse a examinar Português), não achei estranha a sua sugestão. A prova pareceu-me impecável, pelo que não via razão para tanto espanto. Quando lhe ia dar a minha opinião, o presidente do júri chamou o dito aluno, pelo que não tive tempo de dizer o que pensava.

E começou o interrogatório: cerradíssimo, na busca dos pontos fracos do examinando. Quando lhe mandou escrever no quadro uma cronologia de reis, rainhas, príncipes e colaterais, convenci-me que estávamos perante um ato de terrorismo pedagógico... O aluno, evidentemente, ignorava alguns dos elos de linhagens tão ilustres e disse-o: 'Isso não sei, senhor doutor, nunca me ensinaram, nem encontrei nos livros por onde estudei.' O meu colega exultava: 'Ai, não sabe? Admira-me, para quem teve 20 valores...'

Foi nesse momento que eu percebi o que era um exame para esse professor (e para a maioria com os quais eu sempre contactara): um processo de inquirição, numa procura sistemática do erro. O aluno iniciava a prova em estado de graça, ou seja, a valer 20; a função do professor era ir descobrindo o que ele não sabia, a fim de ir descontando - uma espécie de expulsão do Paraíso daquele que pecou...

Com tudo isto a perturbar-me, tive de interrogar o candidato, em Português, no dia seguinte. De facto, aí, os seus conhecimentos eram diminutos, pelo que tive de o valorizar, de o reforçar, a fim de que ele se fosse aguentando na esfera das notas positivas. Quando acabei, o professor de História não se conteve: 'O colega é muito benevolente. Qualquer coisinha que ele dissesse, para si, já estava bem...' Sorri, comentei: 'Pois é, talvez seja porque não tenho a sua experiência...'. Pareceu-me hesitar na interpretação a dar às minhas palavras, mas nada mais acrescentou. Ele tinha razão: eu partia do princípio que o aluno entrava na prova a valer 0 (no caso presente, 8 valores) e, pouco a pouco, eu ia tentando ver o que sabia. Eu não tirava, acrescentava.

E não serão estes os dois modos de estar na vida, em que todos nós nos situamos? Talvez mais a 'descontar' do que a 'contar', talvez mais a 'julgar' do que a 'valorizar'. Talvez."

Abraço!

ADD: já pediram a declaração ao vosso centro de formação?

As mensagens sobre a ADD são as mais concorridas neste blogue nos últimos tempos, pelo que me lembrei de alertar os colegas para o facto de terem que solicitar ao centro de formação a que pertence o vosso agrupamento uma declaração que comprove a ausência de formação pública na vossa área ou noutra definida importante pelo agrupamento (OFÍCIO CIRCULAR Nº B10015647X), se for o caso.

Abraço!

Fuga dos privados deixa escolas públicas sem vagas

A crise, a crise...

Não é novidade nem é nada que não se estivesse à espera.

Conheço alguns casos destes. Mas a notícia é exagerada em relação a algumas Escolas, nem todas absorveram tantos alunos do privado que tenham que engrossar exageradamente o número de alunos por turma.


"Fuga dos privados deixa escolas públicas sem vagas

As escolas públicas nas grandes cidades estão a ficar sem vagas devido à fuga dos alunos dos estabelecimentos privados para os públicos devido à crise, indica esta terça-feira o Diário de Notícias.

Os colégios privados confirmaram ao jornal que as dificuldades financeiras estão a levar muitos pais a retirar os filhos e a colocá-los na escola pública.

A Confederação de Associações de Pais (Confap) destaca que a falta de vagas é particularmente complicada no terceiro ciclo e no ensino secundário.

A Confap receia que surjam inúmeras reclamações quando os alunos não conseguirem colocação nas escolas pretendidas.

Contactado pelo jornal, o Ministério da Educação disse não ter dados para comentar a situação, uma vez que o processo de matrículas ainda decorre."
Diário Digital



Abraço!

Nova ADD apresentada na próxima Sexta-feira

E o "nosso" Ministro acredita que nos vai agradar.

Concordam que a avaliação seja um factor de majoração na graduação?

Eu acredito que deve continuar a ser, embora tema que se vá "generalizar" a nota que der majoração. A cultura do "somos todos colegas, não vamos prejudicar ninguém" deu no que se vê hoje em dia.

Defendo que a avaliação para efeitos de concurso não tenha cotas (bem como para os outros efeitos). Assim, mesmo que não houvesse cota para uma determinada nota, quem a atingisse veria a sua graduação melhorada.

Mas sei que isto não é assim tão simples e que muito haveria a fazer. São muitas pessoas a avaliar, altos, baixos, gordos e magros, filhos de muitas mães (como diria o meu Sargento de instrução), com teorias diferentes sobre a "boa Educação" e critérios nem sempre muito concretos ou aceitáveis.

Para a avaliação ser mais justa deveria ser igual para todos, ser aplicada nos mesmos modos, ser aplicada nos mesmo contextos, ter em conta as mesmas condicionantes... e isto nunca será possível.

Mas pode ser melhor do que a actual, isso de certeza que pode!

"Nuno Crato acredita que novo modelo de avaliação de professores será bem recebido
 
Os sindicatos conhecem o novo modelo na sexta-feira 
O ministro da Educação, Nuno Crato, vai apresentar o novo modelo de avaliação aos sindicatos na próxima sexta-feira, disse à Lusa, manifestando-se convicto de que o mesmo “será bem recebido”.

Falando à margem da cerimónia de celebração dos 12 anos do Pavilhão do Conhecimento, Nuno Crato afirmou ter enviado já uma carta aos sindicatos representativos do sector, convocando-os para uma “sessão de apresentação do essencial do novo modelo de avaliação”, na sexta-feira.

Questionado sobre as principais linhas orientadoras desse novo modelo de avaliação, Nuno Crato não quis adiantar nada, mas afirmou: “julgo que vai ser bem recebido”.

Durante a sua intervenção na celebração do aniversário do Pavilhão do Conhecimento, o ministro que tutela também a Ciência sublinhou que todos os centros e toda a divulgação científica que se faz em Portugal “é importante”.

“Os cientistas portugueses têm adoptados nos últimos tempos uma postura de fazer ciência e olhar para fora e para os jovens, o que é muito importante, pois percebemos que podemos ser bons cientistas e olhar para os jovens”, considerou."

Aliás, a ciência e os jovens são uma aposta de Nuno Crato, que o assegurou quando questionado sobre os jornalistas sobre as medidas do seu ministério para alcançar o “emagrecimento” necessário para ultrapassar a crise.

O objectivo é que “após o período de dificuldades, possamos novamente desenvolver o país com base na ciência e na tecnologia, apostando nos jovens”, afirmou, lembrando que o Pavilhão do Conhecimento é um dos centros Ciência Viva que “tem feiro um trabalho magnífico na divulgação da ciência para todos, mas sobretudo para os mais novos”.

Na cerimónia estavam presentes diversos nomes ligados à área da ciência, entre os quais os anteriores ministro e secretário de Estado da tutela, Mariano Gago e Manuel Heitor, o presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia, João Sentieiro, o investigador Alexandre Quintanilha e o físico Carlos Fiolhais."

Abraço!

Reacções sindicais ao "emagrecimento" das DRE's

O sr. Nogueira (FENPROF) desconfia (deve ser o único a desconfiar pois todos os restantes têm a certeza) que "o objectivo do Governo é reduzir despesa e despedir professores que estavam a substituir docentes destacados." - TSF

O sr. Dias da Silva (FNE) diz que "não faz sentido que haja continuação de destacamentos quando o que é importante é o trabalho pedagógico", ressalvando que há excepções - Diário Digital

Os contratados estão à espera das migalhas que vão cair, mas daqui a pouco nem os quadros arranjam emprego...

É a crise...

Abraço!

DRE's "emagrecem" 320 Professores

Não é um reality show onde ganha quem perde, é a realidade das DRE's já em Setembro: dos 400 Professores que têm ao serviço, 320 regressam às Escolas.

Será que as contas passam a ser 900+77+320? São muitos colegas...

E embora se diga que não vão ser substituídos nas funções que desempenhavam, será que não vai dar para abrir uns lugares para os boys que não têm job? Não sei...

"As regras da mobilidade docente vão ser alteradas, anunciou o ministro da Educação e Ciência no passado dia 15, em conferência de imprensa. O objectivo é proporcionar o retorno dos professores às escolas, esclarece um comunicado distribuido esta tarde aos orgãos de comunicação social.


As regras que definirão este regresso, bem como os casos excepcionais em que se justifica que estes apoios continuem estão a ser definidas pelo Ministério da Educação e Ciência.

A mobilidade docente consiste em deslocações pontuais e temporárias da escola, que não configurem o abandono da carreira docente. Por isso mesmo, o Estatuto da Carreira Docente estabelece um limite de quatro anos em destacamento, limite este que deverá ser respeitado, refere o mesmo comunicado, adiantando que "os docentes que se encontram nesta situação deverão regressar em Setembro aos respectivos agrupamentos e escolas não agrupadas, não sendo substituídos por outros docentes de carreira".

Situações de excepção são as dos professores destacados a dar aulas junto a entidades que desenvolvem a sua actividade em âmbitos sociais diferenciados, como as instituições do Ensino Especial e no apoio a hospitais pediátricos. "Nestas situações, os pedidos de mobilidade serão analisados no quadro das actuais exigências e rigor sem comprometer a qualidade da prestação educativa e da garantia do apoio a todas as crianças e jovens que dela careçam", garante o Ministério.

O comunicado divulgado hoje esclarece ainda que cada Direcção Regional de Educação continuará a poder contar com o apoio de docentes requisitados para o exercício de funções não docentes nestes serviços, em função da sua especificidade. "Os actuais cerca de 400 professores em actividade nestas instituições passarão por conseguinte a 80", diz o texto, notando que as Direcções Regionais continuam com todos os recursos necessários para acompanhar as escolas e para preparar e iniciar o próximo ano lectivo.

Outras medidas, mais profundas, serão aplicadas depois da reorganização do Ministério, o que ocorrerá no decorrer do próximo ano lectivo, anuncia o comunicado, adinatando que "ss situações de excepção referidas deverão ser remetidas à Direcção-Geral dos Recursos Humanos da Educação (DGRHE) para serem submetidas a despacho do Secretário de Estado do Ensino e da Administração Educativa".

Os pedidos de mobilidade deverão ser registados na aplicação informática que está disponível no portal da DGRHE, no período de 25 a 27 de Julho de 2011 inclusive."


Abraço

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Será que o Sr. Passos vai mudar isto?

Antes de assumir o poder falou no "Cheque Ensino": financia-se o aluno e não a Escola! Assim ele vai para onde quer e a Escola recebe por ele lá estar.

É claro que isto não é assim tão simples, mas termos que levar com a Escola má só porque está perto de nossa casa também não é nada bom...


"Pais que procuram a melhor educação para os filhos só podem ser trafulhas

Falsificar documentos, arrendar casas, abdicar da tutela dos filhos ou pressionar directores são esquemas usados para escolher a escola pública




Procurar uma escola para os filhos é uma tarefa que, em boa parte dos casos, começa seis meses antes do...
Pai ou mãe que se preze faz tudo pelos filhos. E quando chega o momento de eleger a melhor escola pública o instinto maternal/paternal é capaz de superar os mais difíceis obstáculos. Pais preocupados com a educação dos filhos chegam ao ponto de falsificar documentos, arrendar casas ou abdicar da tutela dos seus filhos só para terem direito a uma vaga na escola que consideram ser a ideal.

Pais que a todo o custo querem matricular os seus filhos nas suas escolas preferidas não se importam de madrugar para serem recebidos pelo director. Nem sequer ficam constrangidos por continuar a insistir, na esperança que um director possa ser vencido pelo cansaço. Quando se trata da educação dos miúdos, uma boa parte dos pais começa a mexer os cordelinhos seis meses, ou até mais, antes do início do ano lectivo.

A escola pública é uma livre escolha até certo ponto. Só entram os filhos com os pais a trabalhar ou a morar na área de abrangência do agrupamento, a não ser que sejam portadores de deficiências ou tenham irmãos a frequentar o mesmo estabelecimento de ensino. Caso contrário, sujeitam-se à lei das vagas.

As inscrições para o próximo ano lectivo estão feitas, mas só no final deste mês é que as direcções determinam quem são os novos alunos a entrar nas escolas. Só que, muito antes desta data, já os pais andam a rondar os directores. Vale quase tudo. Da chantagem psicológica ao "choradinho", até à teimosia sem limites, conta Maria do Rosário Gama, que até Junho dirigiu a secundária Infanta D. Maria (Coimbra), a escola pública mais bem colocada nos rankings dos exames nacionais: "É uma pressão muito grande, que este ano começou logo em Março. Cheguei até a ter um pai à porta da minha casa a dizer que não arredava pé enquanto o seu filho não entrasse para a escola."

Furar a lei O "assédio desmedido" não é contudo a estratégia mais comum, esclarece a professora que se aposentou este ano. Indicar o nome de outro familiar a residir mais próximo da escola para encarregado de educação do seu filho ou falsificar a morada são os subterfúgios mais recorrentes para furar a lei: "As escolas não têm como investigar todos os processos, a não ser que se deparem com casos flagrantes, como já aconteceu há uns anos ter cinco alunos de famílias diferentes a residir na mesma morada."

Na secundária José Gomes Ferreira, em Lisboa, desde Maio que o director diz receber todas as manhãs entre cinco e seis pais ansiosos por saber o que é preciso fazer para os seus filhos entrarem na escola. "Querem conhecer como funciona a escola, quais são os critérios. Eu percebo a ansiedade deles, mas digo--lhes que mais não posso fazer do que aplicar as normas", conta Manuel Esperança.

Se Maio é muito cedo, noutra escola bem classificada nos rankings nacionais, os telefonemas, os emails ou os faxes dos pais começaram a chover logo em Janeiro. As solicitações no início do ano servem apenas para os pais perceberem se as suas moradas coincidem com a área de influência da escola. Só depois é que surgem as tentativas para contornar as regras, explica o director de uma escola básica da Grande Lisboa que só contou ao i as trafulhices dos pais sob a condição de manter o anonimato.

Nesta escola os documentos são passados a pente fino, garante o director, mas esse zelo tem um preço. "São muitas e muitas horas que perdemos a verificar os processos. Diria que, se as informações estivessem correctas, metade dos alunos, ou até mais, tinha pais separados e entregues a familiares, o que seria grave e obrigar-me-ia a alertar a Comissão de Protecção de Menores", ironiza.

E, mesmo assim, ainda há quem consiga enganar este director: "No ano passado, um pai veio ter comigo para dizer que ter o filho na minha escola saiu caro mas valeu a pena." Sendo a escola pública gratuita, o director estranhou o queixume e só ficou esclarecido com a confissão do encarregado de educação: "Arrendou uma casa, pagou dois meses de caução e mesmo assim está convencido de que foi a melhor opção."

Lei omissa. Detectar fraudes é, no entanto, um trabalho que poucas escolas conseguem fazer, adverte Manuel Esperança. A actual lei, aliás, nem sequer especifica que o encarregado de educação tem de ser o pai ou a mãe e, por isso, esse é um dos principais trunfos usados. "Em boa parte dos casos, quando os pais nomeiam o avô ou a avó como encarregado de educação nem considero que seja fraude, tendo em conta que os alunos passam a maior parte do tempo com eles", defende o director da secundária José Gomes Ferreira.

Em casos de falsificação de documentos será sempre possível pedir comprovativos, mas perante a quantidade de processos para analisar, esse controlo nunca é rigoroso, admite Manuel Esperança. Carlos Santos, da secundária Dr. Joaquim de Carvalho, na Figueira da Foz, assegura que exige comprovativos para tudo: recibos de água, luz, renda e tudo o que dificulte a fraude: "Estou na direcção desta escola há 14 anos e nunca tive um ano em que não tivesse de me deparar com pais a reclamar."

Abraço!

Este Ensino não chega para ele...

Fez-me lembrar as histórias sobre os emigrantes de leste que mandam os filhos de volta para os países de origem depois de experimentarem o Ensino português: "aqui o Ensino é a brincar"!


“Ensino normal não chega para os alunos como eu”

Miguel Santos, aluno do 10.º na Escola Secundária de Alcanena, sobre medalha de ouro nas Olimpíadas de Matemática
Correio da Manhã – Esta medalha de ouro nas Olimpíadas indica que o País não está assim tão mal a Matemática?
Miguel Santos – Estes resultados são mais consequência do esforço individual de um grupo pequeno de alunos de topo apoiado pelo projecto delfos. No sistema de ensino ainda há um longo caminho a percorrer.
– O ensino normal não se adequa a alunos como o Miguel?
– Não. Não chega. Mesmo tendo professores na escola que se interessam e incentivam. Se numa turma há um ou dois alunos bastante bons, o professor não se pode centrar neles, tem de dar atenção a todos.
– O Miguel é um ‘nerd’?
– Acho que não. Tenho este gosto pela Matemática como outros têm pela música. Tenho uma vida social interessante, gosto de fazer desporto, não me sinto isolado, tenho namorada.
– Portugal foi 46.º em 101 países. Deu para aprender com os melhores (China e EUA)?
– Convivemos mais com pessoal da América Latina e de Espanha. Em 2010, deu para falar com chineses, que são sempre dos melhores."
Correio da Manhã

Abraço!

900+77?

Só não sei se estes 77 estão no "monte" dos 900 que referi anteriormente...


"Educação: eliminados 77 cargos

Medida de cortes imposta pela troika terá de ser implementada até ao final do ano

A educação vai ser uma das pastas mais afectadas pelos cortes nos cargos de chefia. Deverão ser eliminados 77 cargos de dirigente até ao final do ano.

O ministro da Educação, Nuno Crato, garante que é preciso fazer mais com menos e que o emagrecimento do Estado é importante numa altura de contenção.

Até ao final do ano, o governo vai ter de apresentar à troika o plano para reduzir em 15 por cento os custos da administração central.

Se o novo Governo seguir a proposta do executivo de José Sócrates serão eliminados mais de mil cargos de chefia e sessenta organismos públicos."
TVI24

Abraço!