domingo, 29 de janeiro de 2012

A família supera os amigos

“Há uma convicção, mais ou menos generalizada, de que durante a adolescência o grupo de pares acaba por substituir um pouco a família. Mas o que estes dados acabam por mostrar é que isso não é exactamente assim. No que toca ao sentimento de bem-estar, a família continua a ter um papel mais importante do que o grupo”, contou à agência Lusa o coordenador do estudo, Francisco Peixoto."


As famílias de alguns alunos que conheço, que não acompanham os filhos nem querem saber muito deles, têm um papel mais importante que os amigos? Se também puseram esta questão, aqui fica mais um excerto:


“Os pares acabam por ocupar o espaço, quando a família deixa esse espaço vazio. Se a família cuidar dos filhos que tem continuará a ter esse papel importante, de o jovem se sentir bem com ele próprio”, alertou."


É claro. E pelo que vejo, infelizmente a família deixa muito espaço vazio... demitiram-se da função de pais, a Escola que os eduque e depois...


Podem ler tudo aqui.


Abraço!

sábado, 28 de janeiro de 2012

Pressionar os filhos para terem boas notas não resulta

Isto do "mandar" ter boas notas e andar a "vigiar" os resultados dos testes pode não ter os resultados pretendidos. Até porque seria fácil de mais, era só servir de polícia e fazer o papel de pai mau e estava tudo resolvido.


O problema é que educar é muito mais do que isso. Saber o que se passa com os filhos, os interesses, as dificuldades, onde podemos ajudar, o que estamos dispostos a abdicar para os ajudar é bem mais difícil: mas os resultados são os melhores!


“O facto de os pais pressionarem para ter boas notas acaba por ter um efeito contraproducente, porque os resultados normalmente são piores do que quando os pais estão mais preocupados com o processo de ensino da aprendizagem”, disse à Lusa o coordenador do estudo do ISPA."


Abraço!

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Emprego para docentes de Língua Portuguesa



É uma oferta de trabalho para desenvolvimento de projetos para a Escola Virtual, que podem consultar aqui.

Abraço!

Chumbar aumenta a auto-estima?

É claro que nem vou entrar por esta perspetiva, foi só um título "malicioso".



"...perante o insucesso escolar, os estudantes têm tendência a investir noutras áreas do auto-conceito para conseguir manter uma imagem positiva de si próprios. “Quando o auto-conceito académico é mais baixo, acabam por compensar isso com outras áreas como a das relações sociais, do desporto ou das relações interpessoais com o sexo oposto”, explicou o investigador."


Abraço!

CNE e Provedor de Justiça defendem a Formação Cívica







Abraço!

Concordo. Mas a questão não será outra?

Concordo que cobrem pela ocupação da sala!

Calma, antes de me "atirarem pedras" eu explico-me: a sala está a ser "alugada", a terapia da fala não é da responsabilidade da Escola nem do MEC, é paga pelos pais. Se pagam à terapeuta e usam um sala da escola... 

Agora a resposta ao título que dei a esta mensagem: a questão é outra porque antes deste "problema" existir, a aluna devia ter terapia da fala facultada pelo MEC, é uma aluna com necessidades educativas especiais que precisa desta terapia, como comprovam alegados relatórios médicos em posse da mãe. Se o MEC cumprisse com a parte dele não havia problema!


"Ministério averigua caso de escola que quer cobrar sala a pais de criança deficiente



O Ministério da Educação e Ciência (MEC) está a averiguar o caso de uma escola lisboeta que quer cobrar aos pais de uma criança com deficiência para esta poder ter sessões de terapia da fala na escola.

Em nota enviada à agência Lusa, o MEC explica que o assunto está a ser averiguado pela Direção Regional de Lisboa e Vale do Tejo.

Carla Alves, mãe de Joana, uma criança com trissomia 21 de nove anos, disse à agência Lusa que a filha "praticamente não consegue dizer o seu nome" e que precisa de terapia da fala "pelo menos duas vezes por semana", uma necessidade que está expressa no seu plano educativo especial.

Até agora, os pais têm pago a terapeuta da fala e têm podido usufruir de uma sala na escola Básica Integrada Vasco da Gama, no Parque das Nações, onde a filha tinha sessões de terapia.

Na semana passada, uma mensagem de correio eletrónico "sem assunto" informou os pais de que "a cedência desse espaço passará a ter o custo de 10 euros por hora, caso se mantenha o interesse, caso contrário deixará de ser permitida a entrada da terapeuta".

A diretora do Agrupamento de Escolas Eça de Queiroz, a que pertence a Vasco da Gama, Maria José Soares, disse à agência Lusa que "a terapia da fala é um cuidado de saúde, não é competência da escola".

Maria José Soares afirmou que se Joana tem "necessidade de cuidados de saúde que lhe melhorem o desempenho", os pais podem recorrer ao "aluguer de uma sala a um preço tabelado, mas com uma atenção especial".

A mãe de Joana garante que a filha precisa de terapia da fala para conseguir aprender e desenvolver as suas capacidades de comunicação, afirmando que os relatórios médicos que acompanham o seu processo assim o comprovam.

A diretora do agrupamento contrapõe que "é um problema pessoal de logística dos pais, a quem dá jeito deixar a criança na escola e que a terapeuta lá se desloque".

"Isto é o mesmo que eu precisar de uma costureira para me arranjar a roupa e pô-la a trabalhar aqui na escola", prosseguiu.

Maria José Soares afirmou que se trata de "uma escola pública com sobrelotação de salas" e negou que a escola tenha tomado esta atitude para "lesar uma criança".

Este caso recebeu já a condenação da Federação Nacional dos Professores (FENPROF) que considerou uma ilegalidade e uma vergonha que uma escola cobre aos pais pelo aluguer de uma sala para a filha com Trissomia 21 ter terapia da fala assim como da Confederação de Associações de Pais (Confap).

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Confap, Albino Almeida, afirmou que "é claramente uma ilegalidade que pode ter começado por ser uma ilegitimidade".

A situação já chegou à Assembleia da República, com o Bloco de Esquerda a questionar o Ministério da Educação sobre as "escolas que cobram pelo aluguer do espaço escolar para fins terapêuticos" e exigindo a sua intervenção para Joana poder continuar as sessões com a terapeuta."

Abraço!

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Autonomia das Escolas

Já há muito tempo que se fala deste assunto e várias pistas foram sendo lançadas.

Agora começaram os passos mais concretos das negociações.

"Autonomia para quê?", pergunto eu e muitos colegas. Não no sentido de desacordar com esta forma de gestão, mas sim no sentido de "onde vai existir, até que ponto se aplica a todos os campos".

Contratação? Gestão de fundos?  Liberdade na escolha de currículos? Em que campos vamos ser brindados com esta autonomia?

Fico um pouco receoso e quero saber mais.

"Governo e sindicatos iniciam negociações para autonomia das escolas
O Governo iniciou hoje reuniões com os sindicatos de professores para alterar o modelo de gestão das escolas, no sentido de conferir mais liberdade aos estabelecimentos de ensino na escolha dos seus projectos pedagógicos.
“Hoje apresentámos um conjunto de princípios”, disse aos jornalistas o secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar, João Casanova de Almeida, depois de se reunir com delegações da Federação Nacional da Educação (FNE) e da Federação Nacional dos Professores (FENPROF), em Lisboa.

Segundo o governante, o objectivo é acautelar condições para as escolas terem “mais tempo para pensarem o seu projecto educativo”, ou seja, aquilo que as vai diferenciar.

“As escolas têm recursos diferentes, comunidades envolventes diferentes, alunos diferentes”, sustentou, defendendo que são necessárias respostas diferentes.

De acordo com o secretário de Estado, é necessário preparar um conjunto de procedimentos para que se possa “trilhar o caminho da autonomia”.

O primeiro passo, indicou, é a desburocratização para que a escola possa concentrar-se na função pedagógica.

O secretário de Estado avançou, a este respeito, que está feito o trabalho para as várias direções gerais deixarem de pedir às escolas individualmente o mesmo tipo de dados em vários momentos.

“Vai ser criada uma base de dados para que a recolha de dados ocorra de uma só vez, cabendo depois a cada direção geral ficar apenas na posse dos dados que precisa”, afirmou.

Depois de enumerados os princípios, o Governo vai agora fazer chegar aos parceiros negociais as propostas concretas, para alterar o diploma de administração das escolas, até 10 de Fevereiro.

As respostas dos sindicatos devem ser remetidas até 17 de Fevereiro e a 29 voltam a reunir-se para negociar as matérias em causa, entre elas um novo regime de avaliação para os directores das escolas.

O secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira, manifestou já concordância com os princípios da autonomia, mas considerou que prosseguir a política de agregação de escolas, com os chamados mega agrupamentos, “não bate certo” com o caminho para desburocratizar e democratizar a escola.

“Para se dar autonomia tem de se deixar as escolas fazerem escolhas, como por exemplo, que tipo de órgãos de gestão querem ter, se colegial ou unipessoal”, declarou.

Para Mário Nogueira, se a autonomia for através da contratualização de mais responsabilidades e menos recursos “não é autonomia nenhuma”.

João Dias da Silva, da FNE, sublinhou que para um verdadeiro exercício de autonomia as escolas precisam de recursos.

Destacou como positivo a garantia que terá sido dada pelo secretário de Estado de que, no âmbito da reorganização da rede escolar, não haverá agregação de escolas TEIP (Territórios Educativos de Intervenção Prioritária), nem com ensino artístico ou profissional ou relacionadas com estabelecimentos prisionais.

“Parece-nos bem o respeito pela especificidade destas escolas”, referiu.

Em causa na próxima negociação está a revisão do decreto-lei 75/2008, relativo ao regime de autonomia, administração e gestão das escolas.

Abraço!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

170 vagas em Timor

São mais 90 colocações. Grão a grão...


"Timor-Leste: Número de professores portugueses vai duplicar este ano - Governo

Lisboa, 24 jan (Lusa) -- O número de professores portugueses em Timor-Leste vai duplicar a partir deste ano, anunciou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal.

Em nota enviada à agência Lusa, a diplomacia portuguesa indica que, em resultado de um novo protocolo, "Portugal duplicará o número de professores portugueses contratados, dos atuais 80 para aproximadamente 170".

Estes docentes "serão colocados em todos os 13 distritos do território timorense" e a cooperação portuguesa contribuirá ainda "para a formação de 7000 candidatos a professores timorenses, bem como de professores que lecionam atualmente nos níveis básico e secundário, num universo escolar que compreende 300 mil alunos", acrescenta o comunicado."
Sic/Lusa

Abraço!

Cansados de reformas inúteis!

Uma crítica à reforma curricular e ao que não vai conseguir produzir: melhores alunos!


Cansados de reformas inúteis!
José Matias Alves

"Está em curso mais uma reforma curricular. Mais hora ou menos hora. Tira aqui e coloca ali. Reforçando a visão disciplinar do conhecimento. Decretando que os conhecimentos mobilizáveis para agir, conhecer, intervir e transformar o mundo e dar sentido à vida não têm dignidade curricular. Só o conhecimento puro (mesmo que seja o sistema nervoso da mosca que para “nada” serve) é que importante.

Está em curso uma suposta mudança de paradigma. Mas não se conhece o horizonte, a substância, a rota, o rumo. Vive-se na era do vazio, da incerteza e da ameaça. De cortes e de asfixia. Com os diretores das escolas transformados nos chefes de secretaria preenchendo formulários eletrónicos nas plataformas centrais. Com os professores cansados de tanta mudança inútil porque não toca no essencial.

E é inútil porque não é isso que faz os professores ensinar melhor. Que faz os alunos aprender mais. Que faz a organização escolar querer mudar de registo e de práticas. E pode ser até prejudicial porque há um enorme cansaço e desilusão nas escolas. Que esperam (mesmo que disso não tenham consciência) que seja possível um outro sentido para a ação profissional. Muito mais fundado na liberdade e na autonomia e no risco. Na possibilidade de autoria de normas próprias no campo da organização do conhecimento, do agrupamento dos alunos, na gestão do tempo.

Como o atesta a insuspeita OCDE (2010):
Les réformes ont un impact constant sur les structures superficielles et les paramètres institutionnels des écoles, mais il est beaucoup plus difficile d’agir sur les activités fondamentales et la dynamique des apprentissages de classe.

Justamente. Entre nós persiste esta ilusão. Precisamos de passar da ordem do mando para a ordem da autonomia e da responsabilidade. Da ordem do domínio e do controlo remoto para a ordem da criação local. Porque é isto que nos faz crescer. Porque é isto que nos faz querer. Como pessoas, como profissionais e membros de organizações que também podem aprender."


Abraço!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A obrigatoriedade do 12º

Agora que os temos até ao nono, são-nos apresentadas todos os dias situações que nos põe os "cabelos em pé". E são jovens que estão na Escola obrigados com  idades bem avançadas para o ano que frequentam.

Agora vamos ter jovens obrigados a estar na Escola até bem mais tarde. E cada vez mais velhos e mais difíceis de educar. 



Abraço!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Número de auxiliares por aluno

Comecei a ler a notícia com algum receio: "será que é para aumentar ou para diminuir?" E não obtive resposta: " O PÚBLICO tentou saber junto do ministério se o objectivo é aumentar o número de funcionários, mas não obteve respostas." E se quiser, muito legitimamente, ser pessimista, acredito que seja para diminuir...

Outra parte interessante é o rácio atual(?): " Actualmente, o rácio é de um funcionário por 48 alunos no 1.º ciclo e de um para 100 no 2.º e 3.º ciclo." 1 por 48 alunos? Já estou a ouvir os colegas do 1º ciclo a rir à gargalhada. Quem lhes dera... sei de casos, todos sabemos de casos, que nem há funcionário para abrir a porta se alguém tocar à campainha... Quanto ao rácio no 2º e 3º ciclos, também não sei se é real, que dizem colegas? Pois...

"Número de funcionários nas escolas vai ser revisto e será mais fácil contratá-los



Os ministérios da Educação e das Finanças vão rever o rácio do número de alunos por funcionário de modo a adaptá-lo às "novas construções escolares".

A medida, divulgada através de um comunicado de imprensa, foi anunciada pelo Secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, Casanova de Almeida, no final do périplo de reuniões que o ministério promoveu com directores de escolas de todo o país no âmbito da discussão pública da proposta de revisão da estrutura curricular do ensino básico e secundário.

Actualmente, o rácio é de um funcionário por 48 alunos no 1.º ciclo e de um para 100 no 2.º e 3.º ciclo. O PÚBLICO tentou saber junto do ministério se o objectivo é aumentar o número de funcionários, mas não obteve respostas. As novas construções escolares, nomeadamente no 1.º ciclo, são maiores e destinam-se a mais alunos. O ministério também se comprometeu a facilitar os procedimentos de contratação de pessoal não-docente.

No comunicado de imprensa divulgado pelo ministério afirma-se que as medidas agora anunciadas "vêm atender aos anseios das equipas directivas e irão simplificar significativamente o dia-a-dia das escolas".

Entre elas figura também a revisão do diploma de avaliação dos directores e do Estatuto do Aluno. O modo como se processou a avaliação dos dirigentes escolares foi contestado, no mês passado, por muitos destes responsáveis e levou muitos a ameaçar com a demissão. Quanto ao Estatuto do Aluno, Casanova de Almeida confirmou que a revisão se destina a reforçar "a autoridade dos professores, a exigência, o rigor, o empenho, a disciplina e também a responsabilização dos diferentes intervenientes".

O secretário de Estado indicou ainda que o processo de fusão de escolas e agrupamentos irá ser retomado "em diálogo com as autarquias e os directores"."

Abraço!


domingo, 22 de janeiro de 2012

Mais vozes contra o fim da Formação Cívica

E todas as vozes podem ser poucas.

Está em causa uma grande parte do contato dos Diretores de Turma com os seus alunos.



"JSD contra fim da disciplina formação cívica 

"Associações de Pais contra retirada de Educação Cívica nas escolas 
A Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP) afirmou-se neste sábado contra a retirada da disciplina de Educação Cívica nas escolas, como está previsto na proposta do Governo da revisão curricular."

Abraço!

Nuno Crato e a instrução salazarista

Um "ataque" de Agostinho Domingues,  deputado na comissão de educação da AR entre1982 e 1987, ao despacho que revoga o documento Orientações Curriculares do Ensino Básico. Será ressentimento por mexerem naquilo que ajudou a construir?

"Nuno Crato e a instrução salazarista
Por Agostinho Domingues in Correio do Minho


Quando iniciei a minha docência no ensino liceal, na década de sessenta, as orientações do Ministério da Educação Nacional iam no sentido de favorecer a transmissão de conhecimentos, privilegiando a memória e evitando qualquer juízo crítico dos alunos. Não faltavam sequer modelos de composições literárias decoradas para adaptar nas provas de exame. Era sagrado o princípio de que “a ciência é filha da repetição”, na linha tradicional do ensino pela sebenta. Enquanto o aluno repetisse o que o mestre dizia, estava no bom caminho, pois não punha em causa o sistema nem o regime político. “Aluno instruído” era cidadão politicamente conformado.
A partir da década de setenta, com Veiga Simão, e ao longo de trinta e cinco anos de regime democrático, o Ministério da Educação, orientado por ministros socialistas e sociais-democratas, concedeu relevo ao espírito crítico, às condições de formação de autonomia pessoal, à flexibilidade mental, numa palavra, à formação de pessoas mais livres e mais capazes de interagirem com responsabilidade e solidariedade, sem descurar a aprendizagem dos conteúdos programáticos.

Quando analisamos a história da educação em Portugal, não podemos deixar de verificar o nosso atraso cultural no confronto com a maioria dos países europeus. Os progressos verificados nestes trinta e cinco anos de democracia só podem ser devidamente avaliados na sua relação com séculos de desprezo pela escola. É certo que tivemos, em momentos cruciais da nossa História, elites culturais de grande mérito. Mas o grande corpo da Nação ficou à margem do saber e da cultura.

A filosofia político-educacional “social-democrática” (da responsabilidade de ministros socialistas, sociais-democratas e independentes) “contagiou” muitos professores que souberam programar e trabalhar em grupo, elaborar planos curriculares, centrar o ensino no aluno, desenvolver capacidades, incentivar a autonomia, tendo em vista o ensino-aprendizagem.

No âmbito das minhas funções de deputado, na comissão de educação da AR, entre1982 e 1987, pude trabalhar de perto com destacados profissionais da educação do PS e do PSD. Não havia entre nós divergências de fundo. Agora, ao ler o despacho de Nuno Crato, que revoga o documento Orientações Curriculares do Ensino Básico, pergunto-me como reagirão esses militantes sociais-democratas. O ministro tem o despudor salazarista de falar de instrução em vez de educação, ou seja, de pretender como resultado «membros instruídos da sociedade». Centrando-se nos conteúdos, deita fora todo o processo de aprendizagem tendente à construção da autonomia do aluno. Por outro lado, reforça o isolamento do professor na sala de aula, já que não há, no despacho, uma só palavra para a relação do professor com o seu departamento, com o projecto de turma e de escola, com o progresso inter-individual. Nuno Crato transpõe para o despacho as suas diatribes do programa televisivo “Plano Inclinado”. Ministro independente da esfera partidária tem de ser confrontado com a matriz social-democrata a única que foi sancionada pelo voto nas eleições legislativas.

Resta-me a esperança de que as escolas e os professores saibam aproveitar a margem de autonomia pedagógica concedida pelo ministério, para não deitarem fora “o menino com a água do banho”. Saberão os docentes ultrapassar os excessos de burocracia e os pontuais facilitismos de algumas orientações ministeriais anteriores, para não recuarem nos grandes objectivos do ensino-aprendizagem? O caminho faz-se caminhando e não recuando a preconceitos e obscurantismos geradores de inércia, de passividade e de alienação. Que no ano hoje iniciado (escrevo no dia de Ano Novo) os profissionais de ensino saibam vencer o desânimo provocado pelos cortes nos vencimentos e reavivem a chama do nobre ideal de ajudar a formar pessoas mais livres, mais felizes, mais fraternas e mais solidárias. Eis os meus votos para 2012."

Abraço!

Excesso de chumbos ou de facilitismo?


Mais um artigo no Educare, onde se juntam opiniões de vários diretores sobre os resultados de um estudo do CNE.


"Excesso de chumbos ou de facilitismo?
Sara R. Oliveira | Educare


Estudo do CNE dá conta de um desfasamento etário dos alunos e de um corpo docente envelhecido. Responsáveis educativos pedem uma definição clara de objetivos e conceitos e lembram que "os conflitos sociais entram muito rapidamente na sala de aula".O relatório do Conselho Nacional de Educação (CNE) coloca o dedo em duas feridas: no desfasamento etário dos alunos e num corpo docente que está a envelhecer. Os números dão que pensar: em 2010, 42% dos alunos com 15 anos ainda não estavam no Ensino Secundário; no 3.º ciclo, 23,1% dos professores têm idade igual ou superior a 50 anos; no Secundário 21% têm 50 ou mais anos. O CNE transcreveu o que se passa no terreno e deixou algumas sugestões, nomeadamente reforçar a formação dos docentes e dar uma maior autonomia às escolas. O EDUCARE.PT escutou o que pensam os responsáveis educativos sobre as principais conclusões do CNE.

Maria Luísa Pereira, diretora da Escola Secundária de Rio Tinto, sabe que há alunos com 15 anos que ainda frequentam o 7.º ano de escolaridade. O desfasamento etário é um assunto que tem sido discutido várias vezes no seio da comunidade educativa. Será que o sucesso escolar passa por insistir na repetição de anos nos bancos da escola? A responsável recorda que neste tema há "dois discursos conforme a visão que as pessoas têm da educação". Isto é: o discurso dos que se concentram nos excessos de repetências e o discurso de quem acusa os professores de excesso de facilitismo. "É preciso que a sociedade defina o que pretende das suas escolas", afirma.

Para a diretora da Secundária de Rio Tinto, num momento de indefinição de políticas educativas, é necessário parar para pensar para que rapidamente se apontem caminhos. "Se está provado que insucesso gera mais insucesso, agora temos de discutir, a nível da sociedade, como vamos resolver o problema", refere ao EDUCARE.PT. Até porque, sustenta, há várias hipóteses que poderão ser analisadas, como encontrar alternativas de ensino mais precoces, diversificar a oferta já a partir do 7.º ano de escolaridade. "Ou assumir que os alunos vão repetir mais, em contraciclo com o que acontece noutros países", acrescenta.

A questão do corpo docente envelhecido não é, na opinião de Maria Luísa Pereira, uma responsabilidade dos professores, mas sim de orientações políticas que mexeram na idade da reforma. "Não é um problema dos professores, é da população em geral, sobretudo da administração pública, e que se prende com a idade da reforma". "É uma consequência política das deliberações relacionadas com a lei laboral", refere. Com as alterações, neste momento, os professores, teoricamente, têm de se manter ao serviço até aos 65 anos.

"A formação dos professores nunca pode ser descurada em qualquer fase do percurso", defende Isabel Coelho, diretora da Secundária de Avelar Brotero, em Coimbra. A recomendação do CNE faz, portanto, todo o sentido. A formação inicial e contínua é fundamental para que os docentes estejam atualizados, adaptados à realidade e disponíveis para darem as respostas que os momentos exigem. Até porque, realça, "os conflitos sociais entram muito rapidamente na sala de aula". E, na sua perspetiva, o novo Estatuto do Aluno provoca "ceticismo e descrença" quanto aos mecanismos que coloca à disposição dos docentes.

Isabel Coelho encara com "preocupação" o desfasamento etário dos alunos, referido no estudo do CNE. "É fruto dos tempos", diz, acrescentando que as escolas têm pela frente "um público cada vez mais diversificado" e que há situações mais complicadas resultantes de desfasamentos sociais. "É um reflexo desse puzzle". "O desinteresse dos alunos não é total", avisa. Um dos caminhos poderá ser a aposta nos cursos profissionais.

Para Júlio Santos, diretor da Secundária do Restelo, em Lisboa, há muitas perguntas a fazer, conceitos a definir, realidades a analisar. Em seu entender, a autonomia que se quer dar às escolas é uma palavra que estica e encolhe conforme as vontades. "Cabe lá tudo e não cabe lá nada", comenta. E, portanto, na sua opinião, há que definir com exatidão o que é autonomia, a sua dimensão, se se fala na gestão administrativa, se o aspeto pedagógico também pertence a esse contexto. "É uma realidade que tem de ser clarificada. O que é a autonomia? De que estamos a falar?".

As perguntas também surgem quando se afirma que o corpo docente está envelhecido. "Porque é que está envelhecido? Qual é a expectativa neste momento? Qual era a expectativa há oito anos?". Mais: "Hoje em dia um indivíduo com 60 anos é velho ou não, quando a esperança de vida tem aumentado?". Júlio Santos defende que se tem de começar por aqui, ou seja, por encontrar as respostas para diversas perguntas. As questões são pertinentes quando a realidade muda e os conceitos se mantêm. Além disso, é preciso perceber que "cada escola é uma realidade muito diferente". Portanto, é necessário entender que não se pode medir determinadas realidades "com instrumentos desadequados"."

Abraço!

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Aluno é o terror da escola aos 12 anos

Aos 12 é um terror, aos 13 vai continuar a ser, aos 20 e tal também... a não ser que o consigam controlar. 

Isso deve ser tarefa para o "super-professor", uma vez que não estou a imaginar os pais a assumirem responsabilidades, não estou a imaginar uma intervenção rápida e adequada do Estado... ou seja, não estou a imaginar grande futuro para este miúdo. Espero estar errado, mas...


"Aluno é o terror da escola aos 12 anos

Navalha, paus e até uma pressão de ar são levados para a escola por um aluno de 12 anos do Agrupamento de Escolas de Penalva do Castelo. Os pais já apresentaram queixa na GNR. O aluno é revistado diariamente à entrada do estabelecimento.



O aluno foi transferido este mês para o Agrupamento de Escolas de Penalva do Castelo, (Viseu) e, 15 dias depois, os problemas já são mais que muitos. Alguns pais de estudantes do Agrupamento apresentaram queixa no posto local da GNR contra o aluno do 5.º ano, a quem acusam de ameaçar os colegas com uma navalha, dentro do recinto escolar. Um dos pais, José Manuel, garante que a filha, de seis, a frequentar o 1.º ano, lhe relatou que o adolescente "a ameaçou com uma navalha", tendo desmaiado de seguida.

No dia seguinte, o encarregado de educação dirigiu-se à escola e ficou a saber que foi mais do que isso. "Também lhe puxou os braços", relata. Apresentou o caso a um professor, mas, ao contrário de outros pais, diz que, para já, decidiu não apresentar queixa na GNR. Segundo afirma, o aluno, que diz conhecer bem, "há uns anos também levou uma pressão de ar para a escola".

Rosa Figueiredo, directora do Agrupamento de Escolas de Penalva do Castelo, admite que se trata de um aluno "problemático que necessita de ser integrado". Diz estar convencida de que este caso "isolado" não é mais do que "uma tempestade num copo de água".

"Os funcionários todos os dias revistam o aluno à entrada da escola e nunca lhe encontraram qualquer navalha", adianta a responsável, que explica a medida com a necessidade de transmitir "tranquilidade e segurança" aos pais e alunos. Rosa Figueiredo adianta que não recebeu qualquer queixa formal contra o aluno."
JN

Abraço!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Não me parece...

Não me parece que seja bem assim. Bata referir, por exemplo, o caso da EVT ou do fima da Formação Cívica...

Mas pelo menos o homem ouve, já não é mau! Tinhamos pior... (isto sou eu a ser otimista...)

"Revisão curricular tem sido “muito bem acolhida” garante Nuno Crato



O ministro Nuno Crato, disse hoje, em Coimbra, que a proposta de revisão curricular do Ministério da Educação e Ciência (MEC), “a favor do reforço das disciplinas fundamentais”, tem sido “no geral, muito bem acolhida”.

O ministro da Educação e Ciência falava, ao final da tarde, no Conservatório de Música de Coimbra, depois de se reunir com responsáveis da Direcção Regional de Educação do Centro, encontro com o qual terminou “uma volta pelo país”, para ouvir os dirigentes das restantes direcções regionais do MEC sobre a proposta de revisão curricular.

“Não se trata de uma reforma”, mas antes de um “ajustamento curricular”, no sentido do “reforço das disciplinas fundamentais”, como “História, Geografia, Físico-Química e Ciências Naturais”, e da “redução da dispersão”, precisou Nuno Crato.

“Não queremos mais uma grande reforma do ensino, queremos um reajustamento”, através de “mudanças graduais e seguras”, mas “sem grandes alterações”, assegurou.

Embora a proposta governamental esteja a ser “bem acolhida”, o MEC já recebeu “mais de 500 propostas, sobretudo de directores de escolas”, no sentido de proceder a alterações “pontuais”, revelou o ministro, sustentando que este projecto se destina “aos jovens, aos alunos”, para que fiquem “mais bem preparados para enfrentar a vida”.

O ministério vai continuar a receber sugestões até final de Janeiro e o ministro prevê que o projecto final seja apresentado em Março, de modo a “preparar atempadamente” a sua entrada em vigor “no próximo ano lectivo”.

Durante o breve encontro com os jornalistas, Nuno Crato rejeitou a ideia de esta reforma ter como objectivo a redução da despesa, mas, acrescentou, que não se pode ignorar “a situação difícil que o país atravessa”.

Instado pelos jornalistas, o ministro escusou-se a pronunciar-se sobre uma petição, dirigida ao Governo, no sentido de que passem a ser servidos pequenos-almoços nas escolas, argumentando não ser este o assunto ali tratado.

Antes da chegada de Nuno Crato ao Conservatório de Música de Coimbra, várias dezenas de professores concentraram-se perto do local, distribuindo uma “carta aberta ao ministro da Educação e Ciência” do Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC).

No documento, são contestadas, designadamente, as políticas adoptadas pelo MEC, que “têm contribuído para fragilizar a Escola Pública, que não têm respeitado os direitos sócio-profissionais dos docentes e investigadores e que se limitam a procurar reduzir gorduras que o Governo teima em fazer de conta que existem, num sector onde não as há”."

Abraço!

É a verdade!

Mais alunos nas Cantinas Escolares

"Programa aumentou procura de cantinas escolares mas pais pedem atenção ao que é servido"

E fica a dúvida se comem bem.

"A Confederação de Associação de Pais, perante os preços das refeições das escolas cada vez mais baixos, pede aos pais para que estejam atentos ao que é colocado nos pratos dos filhos"

Embora não frequente estas cantinas, conheço alguns casos de queixas sobre como e o que é servido. É difícil agradar a todos e é fácil queixarem-se do que servem.

Parece-me legítimo que o sr. Albino ande de olho na qualidade, como pais queremos o melhor para os nossos filhos.

Podem ler a notícia no Público.

Abraço!


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Pelo Pequeno-Almoço na Escola

É uma petição que está on-line aqui e que podem, se assim entenderem, assinar.

Na Escola percebemos que a fome é real. E notamos que o desempenho dos alunos com fome é baixo.

Alimentar os que realmente precisam é fulcral. Mas não nos podemos esquecer da necessidade de educar os que não sabem (ou não querem saber) gerir as suas economias para conseguirem ter comida na mesa.

Dar o peixe, mas também ensinar a pescar! Esta segunda parte é facilmente esquecida. O Estado não pode só tapar os buracos, tem que saber porque é que eles aparecem e não deixar que apareçam.


A notícia é da TVI24:

"Crianças com fome dão origem a petição pelo pequeno-almoço nas escolas

O objectivo é suprir as necessidades do cada vez maior número de crianças que são obrigadas a assistir ao primeiro período lectivo em jejum


Um grupo de pais e educadores iniciou uma petição onde exige um programa que permita às crianças tomarem o pequeno-almoço nas escolas, porque está a aumentar o número dos alunos que chegam diariamente aos estabelecimentos de ensino com fome.

A petição «Pelo Pequeno-Almoço na Escola» está disponível on-line desde a manhã de segunda-feira e até, às 14:00 desta quarta-feira, já tinha reunido cerca de 650 assinaturas.

A petição destaca que «o agravamento das condições de vida fez aumentar o número de crianças e jovens que passam as manhãs na escola em jejum», referido que «nos últimos meses, na comunicação social e nas redes sociais, multiplicaram-se os relatos e os testemunhos sobre crianças que iniciam o seu dia de aulas sem nada terem comido, aguardando até meio da manhã pelo leite do Programa de Leite Escolar, no 1º ciclo, ou pelo almoço, no refeitório da escola».

A proposta dos subscritores - «dada a gravidade da situação» e porque «as respostas encontradas por professores, funcionários e associações de pais no seio da comunidade educativa já não são suficientes» - é a criação «urgente e indispensável» de um Programa de Pequeno-almoço Escolar, «destinado às crianças da Rede Pré-Escolar e aos alunos abrangidos pela Escolaridade Obrigatória, assegurando a primeira refeição da manhã a todas as crianças e jovens que o necessitem e independentemente de beneficiarem, ou não, de Acção Social Escolar».

«Perante aquilo que me foi chegando de pessoas amigas e de professores, acerca das situações que se passam em muitas escolas, decidimos juntar uma dúzia de pessoas que dessem a cara por este objetivo de reunir mais de quatro mil assinaturas, para permitir que, no Parlamento, seja discutido em plenário», realçou o ex-dirigente da Confederação das Associações de Pais (CONFAP), Vítor Sarmento, que iniciou a petição.

Os promotores da iniciativa darão ainda conhecimento da petição ao primeiro-ministro e ao ministro da Educação, assim como a entidades como a Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP), a Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE), a FENPROF, a CONFAP e a Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIP).

«No Facebook foi criado um evento e já há dezenas e dezenas de comentários sobre a situação. Há vários pais e professores a corroborar a situação que é denunciada na petição com aquilo que constatam nas escolas», afirmou.

Entre os primeiros signatários da petição estão Albino Almeida (Presidente da Confap), Beatriz Gomes (Movimento Escola Pública), Ana Paula Arez (investigadora), Mário Coelho (médico Pediatra) e Paulo Sucena (ex-Secretário Geral da FENPROF)."

Abraço!

Sinalizar alunos em risco

Se a intervenção da comunidade for para ajudar, sou todo a favor. Parece o caso.

O que me "chateia" (para ser comedido na expressão) é querem entrar na Escola só para estragarem o que é bem feito, questionarem competências de quem é competente, gritarem por direitos que não têm ou não merecem, abusarem de quem é bem intencionado e outras situações que quem anda nesta vida do Ensino conhece.

Já o disse anteriormente: recordo sempre um colega, era eu estagiário, que nos pôs alerta sobre a entrada da comunidade na Escola. Defende que, e infelizmente tenho que dar-lhe razão, na maior parte das vezes não é para ajudar...

"EPIS quer ajudar o Estado a criar sistema que sinalize alunos em risco



Os Empresários pela Inclusão Social (EPIS), que têm apoiado milhares de crianças e adolescentes no percurso escolar, defendem a criação de uma plataforma electrónica nacional que sinalize os casos de risco e as taxas de resolução.

Ao fim de três anos no terreno constataram que o sistema existente funciona “muito em roda livre”, com falta de articulação entre as diferentes entidades envolvidas, e manifestam-se disponíveis para colaborar com o Governo na criação de uma rede de reencaminhamento de jovens com problemas de insucesso escolar, associados ao contexto socioeconómico em que vivem.

A ideia foi transmitida à agência Lusa pelo director-geral da EPIS, Diogo Simões Pereira, na véspera do lançamento do livro “Jovens de Futuro”, um manual destinado a divulgar boas práticas que podem ajudar estes alunos a “conquistar o futuro”.

O livro espelha o trabalho desenvolvido em dez concelhos, desde que em 2008 a associação montou um sistema de sinalização dos alunos a precisar de ajuda.

“O nosso grande objectivo é que essa experiência possa ser transformada num sistema ou numa base de dados ou site, a nível nacional, porque existe muita falta de informação centralizada destes casos e destes factores de risco”, declarou.

“Sobretudo não há um sistema que permita formas de acompanhamento e controlo, de avaliação destes casos, que são graves, a nível nacional, sustentou o co-autor do livro.

Para Diogo Simões Pereira, existe uma entidade – a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens – que “poderia ter eventualmente um sistema informático que ajudasse, por um lado, a comunicação da sinalização a ser mais rápida”, mas depois haver controlo das taxas de resolução.

“Gostaríamos muito de poder participar num projecto dessa natureza e a EPIS estaria também disponível para investir e para apoiar o Estado”, avançou.

A EPIS tem já a experiência de uma rede de mediadores para o sucesso escolar, constituída por 40 elementos, que trabalham a tempo inteiro nas escolas com alunos de risco previamente identificados, sobretudo no 3.º Ciclo, quando se verifica o maior perigo de retenção e abandono escolar.

“Trabalhamos com os jovens para melhorarem e medimos as notas todos os períodos”, explicou, acrescentando que são envolvidos neste processo os parceiros locais.

No livro, com prefácio do ex-ministro da Educação David Justino, são incluídos dados estatísticos sobre a escolaridade em Portugal e casos reais de alunos abrangidos pelo projecto.

Entre 2007 e 2010, o projecto passou por 88 escolas e cerca de 30.000 alunos.

De acordo com David Justino, a criação da EPIS foi, em 2006, “uma das mais marcantes respostas ao desafio lançado pelo Presidente da República visando um compromisso dos portugueses para a inclusão social”.

Além de Diogo Pereira, assinam o livro Paulo Nossa, José Manuel Canavarro, Rita Vaz Pinto e Luísa Mantas.

Os autores consideram que perante a detecção de cenários de elevado absentismo escolar, os mecanismos colocados ao dispor da escola são “morosos e de reduzida eficácia”."

Abraço!

Fim das AEC(!)?

Estou pessimista e creio mesmo que seja o fim de grande parte das AEC.

A opção é por as criancinhas nos ATL, o que é uma opção mais barata. Uma auxiliar com o ordenado mínimo (se tiver sorte) ganha muito menos que um professor licenciado.

As autarquias queixam-se de falta de fundos para manterem as AEC.

O MEC não quer gastar dinheiro, pelo contrário, quer poupar "a torto e a direito".

Soma-se tudo e lá se manifesta o meu pessimismo: mais desempregados e alunos menos preparados.

"Mas isso das AEC é só para entreter meninos". Não, não é.

Noto na minha Educação Física uma grande diferença entre os miúdos que tiveram Atividade Física e Desportiva e os que não tiveram. Este ano que estou a lecionar a várias turmas do 5º ano é mais fácil ainda notar estas diferenças.

Os colegas de Educação Musical e das disciplinas mais ligadas às Artes referem o mesmo. Os de Inglês devem sentir o mesmo.

Mas isto não interessa, se é para poupar já sabemos que vai ser aplicado!

"Os pais vão poder escolher se os filhos frequentam Atividades de Tempos Livres (ATL) ou Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC), segundo um protocolo a celebrar hoje entre o Governo e instituições de solidariedade."
Diário Digital

Abraço!

Fim da Formação Cívica

Não sou diretor de turma, mas tenho escutado lamentos de colegas que o são.


"O fim da Formação Cívica e a desumanização da escola
Armanda Zenhas | Educare



A revisão da estrutura curricular agora anunciada faz temer a machadada final, com a redução aos "conhecimentos fundamentais"* e às "disciplinas essenciais".



Nos últimos anos, a enorme burocratização trazida à escola foi matando a possibilidade de os professores dedicarem o tempo necessário à qualidade do trabalho com os alunos e à melhoria da educação, perdendo-se entre papéis e reuniões. Muitos professores optaram por uma reforma antecipada, que nunca tinham desejado. A revisão da estrutura curricular agora anunciada faz temer a machadada final, com a redução aos "conhecimentos fundamentais"* e às "disciplinas essenciais"*. Muito se tem escrito e falado sobre o assunto, pelo que me vou referir apenas à extinção da Formação Cívica.

Durante longos anos, os diretores de turma lamentaram-se por não terem um espaço para conversarem, conhecerem melhor e trabalharem com os alunos da turma de que eram diretores.

O papel de aluno é apenas um dos muitos que cada criança/jovem assumem em cada momento da sua vida. Ao diretor de turma, entre muitas outras funções, cabe acompanhar cada aluno de forma mais individualizada, olhá-lo como pessoa e não apenas como "aluno", conhecer melhor o seu perfil e as suas necessidades, propor soluções para os problemas que encontra, monitorizar a aplicação de medidas junto dos alunos, dos professores e das famílias. Aluno na escola, a criança/o jovem é também, e sobretudo, uma pessoa. Não é um ser abstrato sempre predisponível e preparado para a aprendizagem seca de "conhecimentos fundamentais". O "aluno-colega de outros pares" com quem tem boas ou más relações sociais, o "aluno-elemento de uma família" que tem características e problemas diversos (que passam pela composição do agregado familiar, pela capacidade deste satisfazer ou não as necessidades básicas, pela possível perda de pessoas significativas, por situações de doença pessoal ou familiar de gravidade variável), o aluno como pessoa em todas as suas dimensões não é um ser abstrato, redutível a um número integrado numa lista de turmas, também designadas por números ou letras.

Em tempos idos, o diretor de turma, à falta de um tempo específico para estar com a sua turma, pouco mais podia fazer do que as tarefas burocráticas de pedir aos alunos as justificações de faltas e trocar mensagens através da caderneta, à custa do tempo disponível para as aulas da sua disciplina, ou seja, para "transmitir os conhecimentos fundamentais" desta. Era frequente, por isso, o diretor de turma não conseguir cumprir o programa previsto.

A integração da criança/do jovem na turma e na escola, a sua relação com os professores, os problemas que o apoquentam e afetam o seu desempenho escolar: eis vários dos assuntos que podem e devem ocupar as aulas de Formação Cívica e que não podem ser dispersos e continuar a manter a "relevância dos seus conteúdos de modo transversal"*, até porque não são "conhecimentos fundamentais" de nenhuma disciplina.

Em que espaço se vai poder conversar sobre as dificuldades de uma turma de 5.º ano (por exemplo), recém-entrada na escola, e, no mesmo momento, decidir partir para uma visita aos espaços que os alunos não conhecem tão bem ou temem mais, analisando formas de ultrapassar os receios? Em que espaço se vai poder dramatizar uma situação de conflito e debater formas de o resolver, contrapondo os estilos agressivo, passivo e assertivo? Em que espaço se vai poder dialogar com uma turma com alunos com necessidades educativas especiais, em que técnicos especializados auxiliam o diretor de turma, explicando as características desses jovens e como os outros os podem apoiar, promovendo-se, até, projetos de interajuda?

É com medidas como a extinção da Formação Cívica e várias outras tão ou mais graves, de que não falo, pois têm sido mais debatidas na comunicação social, que se consegue o tal "ensino moderno e exigente, tendo em vista uma melhoria dos resultados escolares dos nossos alunos", preconizado pelo Ministério da Educação e Ciência?

In "Proposta-base da Revisão da Estrutura Curricular", divulgada pelo Ministério da Educação e Ciência em 12/12/2011"

Abraço!

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

M L Rodrigues julgada por prevaricação

Recordam-se da nossa "amiga" carinhosamente(?!?) chamada de Lurdinhas?

Aquela simpatia de pessoa está envolvida em alegados (inocente até prova em contrário) favorecimentos, com a contratação do irmão de Paulo Pedroso para o “beneficiar patrimonialmente”, provocando desta forma um “prejuízo para o erário público”, segundo o Ministério Público.

Quem diria(!?!)

"A antiga ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, e o advogado e ex-professor universitário João Pedroso vão ser julgados por prevaricação nas Varas Criminais de Lisboa."

Abraço!

Violências (ditas) escolares


"Violências (ditas) escolares


J. A. Pinto de Matos

O Ministério da Educação e Ciência (MEC) já está de posse dos dados sobre a violência nas escolas relativos ao ano letivo 2010/2011, desde novembro, mas ainda não os divulgou. O conhecimento dessa informação é fundamental para a compreensão da evolução e do impacto de “novas modas” de violência e, consequentemente, para a elaboração de estratégias de intervenção proativa. É ainda importante para que se evitem especulações baseadas em meras intuições, ou em empolamentos com inconfessadas (más) intenções de quem pretende denegrir (essencialmente) a escola pública, como se os atos de violência respeitassem os limites entre o público e o privado.

Situações de violência (ou violências escolares), como intimidações, ameaças, exclusões, discriminações, sempre existiram no quotidiano das escolas, asfixiando o ambiente de felicidade e bem-estar que é essencial para a construção duma educação de qualidade. Na escola pública ou na privada!

As formas de violência que se entrecruzam na dinâmica escolar são intrínsecas, mas também extrínsecas. Desde os primórdios da humanidade, independentemente do local, houve sempre “valentões” ou “poderosos” que vexaram as suas vítimas, houve sempre alguém que evidenciou o prazer de irritar e exasperar os seus semelhantes, muitas vezes por motivos irrelevantes, e a escola é um cadinho dos vícios e das virtudes da sociedade onde está inserida.

Apesar de ser um inegável fator limitativo do sucesso do processo de ensino/aprendizagem, as práticas de violência eram muitas vezes etiquetadas como brincadeiras inofensivas, ou como tal olhadas. O fenómeno entroncava num padrão do senso comum, que o entendia como normal e típico das crianças, próprio do seu processo evolutivo e de integração.

Este alheamento social e escolar permitiu (e legitimou, por omissão) muito sofrimento em muitos alunos, provavelmente com sérias consequências no seu desenvolvimento psíquico e na queda da sua autoestima.

Nas últimas décadas, tem sido dada outra atenção social ao problema da violência nas escolas, assente muitas vezes em conceções diversas e equívocas, passando a ser uma questão de interesse para a investigação e objeto de preocupação das escolas e dos responsáveis governamentais.

Atraiu também a atenção mediática, que surgiu frequentemente como mola impulsionadora dos debates, por vezes vulgarizando ou mistificando o problema ao focar a atenção em acontecimentos mais dramáticos, escamoteando os factos mais triviais que, pela sua frequência, têm consequências nefastas no clima da escola e na deterioração das relações entre os diversos atores escolares. Os próprios alunos (e também alguns pais e professores) nem sempre percecionam como violentos alguns dos seus comportamentos."
Correio do Minho

Abraço!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Compensação por caducidade dos contratos

Ainda à espera, tal como muitos outros. Uns (poucos) já o conseguiram, à custa dos tribunais. Os restantes esperam. Eu ainda tenho esperança...





"Docentes contratados questionam MEC sobre caducidade de contratos
Lusa / EDUCARE | 2012-01-13

O Grupo de Protesto dos Professores Contratados e Desempregados questionou hoje o ministro da Educação sobre quando paga aos docentes a compensação pela caducidade dos contratos, recomendada pelo Provedor de Justiça.

Cinco professores do grupo concentraram-se hoje à porta da Reitoria da Universidade de Lisboa à espera do ministro Nuno Crato, que chegou cerca das 10:30 para um conjunto de reuniões com diretores de escolas de todo o país, no âmbito da discussão pública da proposta de Revisão da Estrutura Curricular do 2.º e 3.º ciclos dos ensinos Básico e do Secundário.

À chegada do ministro, os professores desenrolaram uma faixa com a inscrição "Emigra tu" e colocaram-lhe a pergunta sobre porque "recusa atribuir aos professores a indemnização pela caducidade do contrato a que legalmente todos os trabalhadores têm direito".

"Estamos aqui cinco pessoas, fazemos parte do Grupo de Protesto dos Professores Contratados e Desempregados (GPPCD) e viemos novamente perguntar ao sr. ministro da Educação quando é que paga aos docentes que estão à espera da compensação pela caducidade dos contratos a que temos direito", disse Belandina Vaz.

Contudo, o ministro da Educação não fez qualquer comentário à pergunta colocada pelos professores.

"Continuam a chutar a bola para canto e a deixar os docentes nesta incerteza e insegurança", lamentou Belandina Vaz, adiantando que o grupo vai prosseguir com estas ações e, sempre que tiver oportunidade, irá abordar Nuno Crato para que esclareça "sobre um direito que os docentes têm".

A professora lembrou que o Provedor de Justiça já deu razão aos docentes, que aguardam agora uma resposta do Ministério da Educação e Ciência.

"Milhares de docentes aguardam essa compensação, é um direito que nós temos", sublinhou Belandina Vaz.

A entrada do ministro foi tão rápida, que os professores não tiveram oportunidade de o questionar sobre outras duas matérias, nomeadamente sobre "por que motivo professores com cinco, sete, 10, 15 ou 20 anos de serviço permanente continuam com vínculos precários".

"Por que motivo desinveste na escola pública (eliminação da Formação Cívica, desinvestimento na dimensão artística e experimental, aumento do número de alunos por turma) e assim despede professores que fazem toda a falta aos alunos", foi outra pergunta que ficou por fazer.

O Grupo de Protesto dos Professores Contratados e Desempregados tem uma página no Facebook que conta já com cerca de 1000 docentes"


A reunião que decorreu “num clima óptimo”

Isto é para nos deixar esperançados? Reuniões que correm num "clima óptimo" são boas. Ou não? Será que chega?

Receitas que ficam nas Escolas é bom, atenção às Escolas que não tenham meios para introduzir TIC no 2º ciclo é bom, repensar a Formação Cívica é bom... mas há tanto para fazer que isto não chega!

"Escolas vão poder ficar com as receitas que conseguem gerar



O ministro da Educação, Nuno Crato, e o presidente do Conselho de Escolas, Manuel Esperança, fizeram hoje um balanço positivo da reunião com 400 directores escolares da Região de Lisboa e Vale do Tejo para debater a revisão curricular. No encontro, foi anunciado que as receitas das escolas ficarão nos estabelecimentos de ensino.

No final do encontro, em Lisboa, o presidente do Conselho de Escolas disse aos jornalistas que a reunião decorreu “num clima óptimo” e que os directores até ouviram do secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar, João Casanova de Almeida, uma informação fora da agenda de trabalhos: as receitas próprias das escolas vão ficar nos orçamentos privativos dos estabelecimentos de ensino.

“No ano passado, por esta altura, estávamos a viver uma situação muito complicada porque não sabíamos se o nosso dinheiro (as receitas que as escolas criam) era ou não devolvido”, afirmou Manuel Esperança, que dirige a secundária com 3.º Ciclo José Gomes Ferreira, em Benfica.

“Houve aqui da parte do secretário de Estado a informação de que isto está acautelado, portanto as receitas voltam novamente para as escolas, em termos de orçamento privativo”, acrescentou.

De acordo com Manuel Esperança, as escolas têm de devolver no final do ano as verbas não gastas que recebem através do Orçamento do Estado e estavam também em risco, no ano passado, de perder as receitas próprias geradas através do aluguer de instalações.

“Este ano as coisas já foram acauteladas”, congratulou-se o presidente do Conselho, que tenciona entregar no final do mês ao Governo a proposta deste órgão consultivo do Ministério da Educação sobre a estrutura de revisão curricular que está em consulta pública.

Para já, alerta que deve ser visto se há equipamento em todas as escolas para a introdução de TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação) no 2.º Ciclo.

“Algumas escolas não estarão equipadas, são situações pontuais, mas há que estar atento, em qualquer mexida”, referiu, especificando que serão escolas não agrupadas, uma vez que nas que existe 3.º Ciclo o problema não se coloca. A disciplina é actualmente leccionada no 9.º ano.

Manuel Esperança considerou ainda que é preciso pensar bem se é útil extinguir a Formação Cívica.

“Chamem-lhe formação cívica ou outra coisa qualquer, mas aquele espaço que o director de turma tinha é fundamental para não estar a roubar tempo à sua disciplina com assuntos relacionados com a turma” que dirige: “Penso que aí ainda pode haver uma mexidela”.

Em declarações posteriores à agência Lusa, por telefone, o ministro manifestou-se sensível a este argumento.

“Isto é uma proposta aberta, estamos sensíveis a esse problema”, afirmou Nuno Crato, sublinhando que a consulta pública decorre num clima de diálogo e não numa perspectiva de cedências ou imposições.

O ministro acrescentou que, no essencial, os directores se manifestaram de acordo com a proposta do Governo para reduzir a dispersão curricular.

O governante frisou o reforço em português, matemática, história, geografia, físico-química, ciências naturais e inglês: “Estamos a concentrar o currículo nas questões essenciais e isso tem sido muito bem recebido pelos senhores directores”.

Até quinta-feira, o ministério recebeu 391 contributos para este debate, dos quais 348 foram analisados. Foram remetidas 382 propostas específicas, segundo os dados hoje facultados à Lusa."

Abraço!

Português e Matemática maltratados

A língua materna anda a ser maltratada, bem como a matemática e outras disciplinas mais.

Mas centremo-nos nestas duas, referenciadas na notícia abaixo. Não sabem escrever nem efetuar cálculos.

Será que mais horas nestas disciplinas vão fazer diferença? Pelo que tenho ouvido dos colegas destas áreas, o que é preciso é mudar o currículo, diminuí-lo, ajustá-lo. Parece que não é o que está a acontecer...


"Quase todos os alunos do 4º e 6º fazem erros de concordância



Apenas 8% dos alunos do 4.º e 6.º ano consegue escrever frases sem erros de concordância. Em ambos os anos de escolaridade, este foi o item das provas de aferição de Língua Portuguesa, realizadas em Maio por cerca de 216 mil estudantes, que obteve a taxa de sucesso mais baixa, revelam os relatórios com a análise pormenorizada do desempenho dos estudantes divulgados sábado pelo Ministério da Educação.

Também na prova de Matemática houve consonância nas dificuldades demonstradas pelos alunos dos dois anos. Só 19% dos estudantes do 4.º e 6.º ano mostraram saber o que é um múltiplo de um número e o que fazer com um problema que envolva este conceito. Os itens que envolviam múltiplos de números foram os que obtiveram piores resultados nas provas de aferição de Matemática.

Na prova do 4.º ano apresentavam-se quatro números, indicando que alguns eram múltiplos de 3, e pedia-se ao aluno que explicasse o que teria de fazer para saber quais deles cumpriam aquela condição. Na do 6.º ano propunha-se um problema, que envolvia múltiplos de 3 e de 5, onde num intervalo entre 30 e 50 os alunos teriam de identificar o total exacto de moinhos em miniatura existentes numa loja.

Nos dois anos, em ambas as provas, os alunos voltaram a coincidir nas perguntas com melhores desempenhos. Na de Língua Portuguesa, mais de 90% acertaram, numa questão de escolha múltipla, na resposta que identificava qual a ideia principal do texto proposto para leitura. A segunda questão com maior percentagem de respostas certas diz respeito à compreensão do número de linhas pedido para a composição. Na prova de Matemática, em ambos os anos, as questões com melhor classificação solicitavam interpretação de informação contida num pictograma: mais de 90% tiveram cotação máxima.

No geral, os alunos mostraram melhores desempenhos na Leitura e na área de Estatística e Probabilidades. Na disciplina de Português, o 6.º ano foi pior na parte da gramática e o 4.º no domínio da escrita. Na Matemática, os piores desempenhos, em ambos os anos, registaram-se na área dos Números e Cálculo.

Falta de sentido crítico

No 6.º ano, os alunos voltaram a revelar particulares dificuldades na resolução de problemas e na compreensão do conceito de fracção. Num dos problemas apresentados perguntava-se quanto dinheiro tinha uma rapariga levado para férias, sabendo-se que na compra de três livros, a seis euros cada, ela tinha gasto 2/5 daquela verba. "Muitos alunos responderam com um total inferior à parte que foi gasta" e continuam a evidenciar "uma preocupante falta de sentido crítico face à plausibilidade das soluções que apresentaram", frisa-se no relatório do Gabinete de Avaliação Educacional (Gave) do ministério.

"A falta de sentido crítico advém do tipo de ensino que ainda está vigente no país", constata a presidente da Associação de Professores de Matemática, Elsa Barbosa, em resposta a questões do PÚBLICO.

Quanto à análise dos resultados por área, esta docente considera que os bons desempenhos a Estatística e Probabilidades se devem, sobretudo, ao seu reforço no novo programa, que começou a ser aplicado há dois anos em todas as escolas, e também às acções de formação de professores desenvolvidas no âmbito do Plano de Acção para a Matemática. Antes este tema "era muito pouco trabalhado e, inclusive, era uma das áreas onde os professores do 1.º ciclo tinham mais dificuldades", explica.

Já os maus resultados na área dos Números e Cálculo devem-se, sobretudo, ao facto de o actual programa ser "mais exigente". "É preciso tempo para que se alcancem os resultados esperados", acrescenta.

Por comparação a 2010, a média global nacional das provas de aferição de Matemática desceu de 62% para 58% no 6.º ano e de 71% para 68% no 4.º ano. Nas provas de Língua Portuguesa, as médias nacionais mantiveram-se no 6.º ano (65%) e desceram de 70% para 69% no 4.º ano. No relatório do Gave chama-se a atenção para o facto de os alunos do 6.º ano continuarem a mostrar "uma grande dificuldade em utilizar diferentes tempos verbais do modo indicativo e em converter discurso indirecto em directo". Quase metade destes alunos também errou na ordenação alfabética de um conjunto de palavras começadas por "C". No seu comentário sobre a prova do 6.º ano, a Associação de Professores de Português manifestara surpresa pela existência desta questão, "por parecer pouco exigente"."

Abraço!

domingo, 15 de janeiro de 2012

Fim de alguns "chico-espertos"

Só para não abusarem, tomem lá:

Alunos do ensino recorrente obrigados aos mesmos exames para o Superior






"...O Ministério da Educação e Ciência tomou esta decisão depois da divulgação de casos de alunos que se inscreveram em externatos para melhorar a nota do secundário e assim conseguiram passar à frente de colegas do ensino regular que se candidataram a Medicina."



Abraço!

sábado, 14 de janeiro de 2012

"Ganzados" da net

Sinais dos tempos que correm: viciados... na net! 

O bom e o mau da evolução tecnológica. Costumo dizer: "a internet é boa porque tem de tudo e é má porque tem de tudo!" 



"Viciados na internet têm cérebro parecido com dependentes de droga

NO: técnicos vão receber compensações

Pelo menos os técnicos recebem. Já os formadores...



"Novas Oportunidades: IEFP vai pagar compensações aos técnicos que chegaram ao fim do contrato




O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) vai pagar as compensações devidas aos 214 técnicos que terminaram os seus contratos a 28 de dezembro, garantiu fonte do ministério da Economia.

A Lusa questionou o ministério da Economia, que tutela o IEFP, na sequência de uma denúncia anónima de um ex-trabalhador e que foi confirmada por um membro dos Precários Inflexíveis.

Rui Maia disse que esta organização, bem como a FERVE (Fartos Destes Recibos Verdes) e os sindicatos têm recebido várias queixas sobre esta situação.

“Os trabalhadores têm direito a uma indemnização porque estavam a contrato e foram despedidos, mas temos recebido queixas de trabalhadores que dizem que ainda não receberam nada e que não querem pagar”.

Fonte oficial do ministério da Economia esclareceu que os 214 técnicos tinham contratos a termo renováveis por três anos e que “desde o início estava estipulado” que terminariam nessa altura, pelo que não se trata de um despedimento.

“Não vão ser feitos novos contratos mas vamos pagar as compensações definidas por lei”, declarou a mesma fonte.

O IEFP encerrou os Centros Novas Oportunidades e não renovou os contratos a 214 profissionais de educação e formação de adultos que exerciam funções na sua rede de centros.

Além destes profissionais, ficaram também desempregados 800 formadores que eram prestadores de serviços e que Rui Maia considerou estarem em situação “ainda mais grave” por se tratarem de “falsos recibos verdes”.

Rui Maia referiu que estes colaboradores não têm qualquer apoio porque “o IEFP nunca realizou contratos com os formadores apesar de terem um local de trabalho, hierarquias e cumprirem horários”."
Jornal i

Abraço!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

13 mil docentes reformados

Saem 13 mil e não entram nenhuns... isto já nem dá para contratado, quanto mais quadro...

Saíram os que puderam, esta vida de professor já teve melhores dias...

"Entre 2009 e 2011, o ensino público perdeu quase 13 mil professores, por terem passado à condição de reforma, o que representa cerca de 9 por cento dos 144 mil docentes existentes no ano lectivo 2008/2009. Só no ano passado, a Caixa Geral de Aposentações registou quase 4 mil docentes reformados, que se juntam aos 3944 de 2010 e aos 4985 de 2009. Com a reforma média de cada professor a rondar os dois mil euros, os quase 13 mil docentes aposentados representam um total de 26 milhões de euros.

Segundo João Dias da Silva, presidente da Federação Nacional de Educação (FNE), os números confirmam o aumento da precariedade na profissão. "É um número significativo de aposentados que não tem a mínima correspondência na abertura de lugares de quadro na Educação", afirmou o dirigente sindical ao Correio da Manhã, argumentando que "o rácio é claramente desfavorável aos professores e faz aumentar a precariedade, porque os docentes que entraram no sistema educativo fazem-no por via de contrato a prazo".

A situação agrava-se ainda mais porque a última entrada de professores nos quadros do Ministério da Educação e Ciência aconteceu em 2009. "Nessa altura entraram cerca de 400 professores. Desde então não houve mais ninguém a conseguir um lugar no quadro", referiu o responsável da FNE."
Correio da Manhã

Abraço!

É a poupança...

Mais uma medida de poupança que vai trazer confusão...





Turmas de adultos com menos de 12 alunos têm de abandonar escolas públicas




"...No caso do grupo de formandos se reduzir para um número inferior a 12, estes serão “integrados num outro grupo de formação em desenvolvimento em qualquer outra entidade formadora pública ou privada” a funcionar no mesmo concelho ou em concelho limítrofe no caso das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto."


Abraço!

MEC: Paga o que deves!

O Estado é dos principais devedores em várias áreas.

Será que aparece na lista dos não cumpridores das suas obrigações monetárias?

"Refeições escolares em risco por falta de pagamentoAssociação Nacional de Municípios lembra que "as empresas que fornecem refeições não são bancos" e alerta: "um dia destes suspendem o serviço". Ministério da Educação deve cerca de 60 milhões de euros às autarquias."

"Ruas quer que Governo regularize dívida de 66 ME relativos ao pré-escolar"

Abraço!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Novas Oportunidades não sabem se funcionam na próxima semana

Mais uma enorme instabilidade no mundo da Educação.

O MEC afirma que a formação de adultos é uma das suas preocupações, mas a única coisa que se sabe sobre as Novas Oportunidades é que não vão acabar totalmente.


"Novas Oportunidades não sabem se funcionam na próxima semana




Os profissionais de educação e formação de adultos denunciaram hoje que cessa sábado o financiamento que suporta a intervenção dos Centros Novas Oportunidades (CNO), sem que tenham informação sobre a continuidade dos projetos.

Segundo a comissão instaladora da Associação Nacional de Profissionais de Educação e Formação de Adultos (ANEFA), a "ausência total de comunicação oficial" quanto ao futuro dos CNO coloca as organizações e as equipas que neles trabalham numa "insuportável indefinição".

Estes profissionais dizem que a situação se agudizou ainda mais perante um concurso de financiamento aberto a menos de um mês e meio do fim do ano, não existindo até hoje qualquer informação sobre os prazos de análise das candidaturas e respetiva comunicação de resultados relacionados com a aprovação ou não.

"Face à ausência de garantias de continuidade em 2012, uma parte significativa dos 436 CNO suspenderão a atividade a partir do dia 31 de dezembro, até ser comunicado o resultado da candidatura efetuada", afirma a associação em comunicado.

A suspensão das atividades, "motivada pela inexistência de orientações", para o período entre o fim do financiamento e a data de aprovação para financiar a atividade em 2012, implicará o "despedimento e/ou redução das equipas pedagógicas", dizem.

Atualmente existem "milhares de profissionais de educação e formação de adultos com vínculo em CNO", afirmam.

Os profissionais no terreno queixam-se da dificuldade em agendar e programar processos formativos que possam ir ao encontro das metas constantes na candidatura entretanto realizada.

O Governo está a reavaliar o programa Novas Oportunidades criado pelos anteriores governos liderados por José Sócrates, não existindo conclusões até ao momento por parte do grupo de trabalho criado no âmbito dos ministérios da Educação e da Economia.

Apenas se sabe que "não romperá completamente" com o programa.

"A formação de adultos é uma das preocupações do Executivo", afirmou à agência Lusa fonte do Ministério da Educação e Ciência (MEC) por ocasião da divulgação do estudo do Conselho Nacional de Educação, na semana passada.

"Após avaliação dos resultados do programa e balanço do trabalho realizado, delinearemos a linha a seguir para maximizar o seu valor e responder às expectativas dos adultos quanto a uma mais valia real no seu futuro profissional", indicou na altura a mesma fonte.

Para o MEC, o que interessa é uma valorização da qualificação dos portugueses e não "uma cosmética estatística"."

Abraço!

É o que dá ensiná-los...


"Aula de biologia determina divórcio de pais de aluno

Uma aula de Biologia levou ao divórcio de pais de aluno por dúvidas em relação às suas origens. É que a aula sobre tipos de sangue levou o aluno a descobrir que afinal o seu pai "oficial" não é o seu pai verdadeiro.

Em casa, o rapaz perguntou aos pais como era possível que ele tivesse um tipo de sangue B se os seus pais tinham tipo de sangue A. Tal questão abriu uma guerra e desencadeou as suspeitas.

Depois de realizado um exame, o rapaz desfez todas as suas dúvidas. O homem com quem tinha convivido até agora não era afinal o seu verdadeiro pai. O caso foi a tribunal e veio a descobrir-se que a mulher tinha tido uma relação extraconjugal, que começou dois anos depois de se ter casado."
Jornal i

Abraço!

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Roadtrip de Nuno Crato

Ouvir até ouve, o resto é que...


"Diga o que quer mudar na escola que o ministro promete ouvir

Crato começa hoje uma roadtrip para ouvir o que os directores querem mudar no currículo



Ontem esteve no parlamento e hoje vai estar na estrada. Durante três dias, o ministro da Educação, Nuno Crato, vai andar pelo país a ouvir o que têm os directores de escola a dizer sobre a proposta de revisão curricular do básico e secundário. No fim da viagem, a equipa de Crato conta regressar com uma colecção de sugestões para analisar. Críticas já o ministro recolheu muitas, a começar pela oposição – que o acusa de por em causa a escola pública por razões económicas – e a acabar nos sindicatos, que temem mais desemprego. Esta é a hora de fazer críticas ou apresentar propostas. A tutela estabeleceu até ao fim do mês o prazo para o debate público desta matéria, criando um endereço electrónico destinado à recolha de contributos (revisão.estrutura.curricular@mec.gov.pt). Directores, professores ou encarregados de educação já começaram essa tarefa. Segundo os dados que o ministro revelou ontem no parlamento, a tutela recebeu até à primeira semana de Janeiro 262 contributos e analisou 230 propostas.

A proposta do governo pretende reduzir a carga horária e centrar o currículo em disciplinas como História, Geografia ou Ciências. O inglês, por exemplo, será obrigatório a partir do 2.o ciclo. História e Geografia do 7.o e 9.o anos, Ciências Naturais e Físico-Química do 7.o, 8.o e 9.o anos terão mais uma aula por semana.

A disciplina de Tecnologias da Informação e Comunicação sairá do 9.o ano e passará para o 5.o e 6.o anos. Formação Cívica e Estudo Acompanhado desaparecem, surgindo cinco horas facultativas de Apoio ao Estudo no 2.o ciclo, e a carga horária da maior parte dos anos será reduzida. A maior redução acontecerá no 12.o ano que de 13 a 14 horas por semana vai passar para 10."

Abraço!